“Camila Fernandes”
Eu sentia que podia confiar naquele homem. Mas eu estava tão desesperada que confiaria em qualquer um. Eu voltei para o apartamento e a Letícia estava lá com o encostado, aproveitando os últimos dias de bem bom.
- Letícia, preciso falar com você. – Eu chamei e ela estalou a língua.
- Ai, o que é, Camila? Vem falar aqui, perto do meu maridinho. – A Letícia era uma completa idiota mesmo, eu precisaria ter cuidado ou ela acabaria mandando a nós duas para o inferno.
Eu fui até eles na sala e me sentei de frente para a Letícia.
- Que cara é essa, Câmi? – Ela percebeu que algo estava errado.
- Aquela mulher, o demônio, ela chega depois de amanhã. – Eu alertei e a Letícia deu um pulo.
- A gente tem que sair daqui agora. Anda, gatinho, pega as nossas coisas. – A Letícia falou.
- Gente, mas por que vocês têm tanto medo dessa mulher? – O Enrico perguntou, ele ainda não sabia de nada.
- Ela ser o demônio não te diz nada? – Eu perguntei irritada. – Lê, presta atenção, eu consegui uma forma de fugir, mas não dá pra levar o Enrico. Só podemos ir nós duas. – Eu falei e ela já se irritou.
- Que palhaçada é essa, Camila? Se o Enrico não for eu não vou! – A Letícia deu um chilique.
- Letícia, não dá! Só cabemos nós duas. – Eu não ia dar detalhes, conhecia a Letícia bem demais para saber que se contasse ela poderia afundar a nós duas.
- Por que não? Por acaso nós vamos fugir para o México num compartimento secreto? – Ela perguntou irônica.
- É mais ou menos isso. – Eu afirmei.
- Não, Camila, sem o Enrico eu não vou! – Ela bateu o pé.
- Então eu sinto muito, Letícia, porque eu vou. – Eu avisei.
- Camila, fica com a gente, lá na casa dos meus pais. – Ela insistiu.
- Não, Letícia, eu já tomei a minha decisão e pelo visto você tomou a sua. – Eu me levantei e a abracei. – Tem certeza que vai ficar com esse idiota?
Nós fomos até a garagem do prédio e ele mandou que eu me escondesse no banco de trás. Só quando o carro parou ele me disse para sair. Estávamos em outra garagem.
- Esse prédio é meu, as câmeras de segurança já estão desligadas, vamos. – Ele me falou e nós subimos para o terraço.
Havia um helicóptero a nossa espera e assim que embarcamos, ele levantou vôo. Eu não sabia para onde estava indo, mas me sentia segura. Foi um vôo de cerca de uma hora e meia e quando pousou eu olhei para o Sr. Nikos alarmada.
- O senhor me trouxe para um convento? – Eu perguntei e ele riu.
- Uma grande mudança, não é? – Ele me encarou. – Fique calma, é temporário. A madre superiora é uma pessoa muito querida. As freiras aqui são reclusas, então você não poderá sair, mas você precisa se esconder por um tempo, até que eu consiga ajeitar tudo. Pode confiar, querida, eu vou cuidar de você.
- Eu não sei porque, Sr. Nikos, mas eu confio. – Eu sorri.
Ele me apresentou para a Madre, que não fez perguntas, apenas me recebeu com gentileza e pediu que eu não contasse nada sobre mim a ninguém, nem meu nome eu usaria ali. Elas me chamariam de Maria apenas e eu me comportaria como uma freira, inclusive usaria o hábito. Eu me despedi do Sr. Nikos, que me avisou que diria o necessário apenas ao Emiliano, para não colocá-lo em perigo e que demoraria um pouco, mas voltaria para me tirar dali quando fosse seguro.
Quando o helicóptero levantou vôo, eu me tornei uma das freiras enclausuradas, pelo menos até o Sr. Nikos voltar e o que me importava é que eu estava viva.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...