Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 23

“Abigail Zapata”

Quando eu vi tudo aquilo que o Emiliano havia preparado, eu senti como se o meu coração estivesse sendo esfaqueado. Ele estava empolgado, preparando uma surpresa romântica para uma mulher que não era eu. Mas era pior, era para uma mulher que eu tinha certeza que não o amava.

- É o seguinte, meus amigos, nós vamos fazer um caminho com as velas. Cada uma dentro de um copo bem fixado no caminho, levando até aquela mesa. – Ele apontou para a mesa ao fundo. – Aqui, as pétalas de rosas vermelhas nós vamos jogar pelo caminho como se fosse um tapete. Abi, isso aqui é para montar a mesa, tem toalhas, pratos talheres, tudo para uma mesa posta perfeita, você é boa com isso, então vai arrumar a mesa pra mim. Eu encomendei o jantar, deve chegar daqui a pouco. Depois do jantar eu vou fazer o pedido. Na hora da sobremesa, ao invés de servir a sobremesa pra ela eu vou servir um prato com um arranjo de rosas vermelhas e o anel bem no meio. E vamos ter um quarteto de cordas que vai chegar por aqui cantando a nossa música. Então o que acham. – O Emiliano nos olhou em expectativa depois de contar os seus planos.

O Martim e eu nos olhamos e eu vi um pequeno sorriso surgir no canto da sua boca. Ele começou a rir e eu ri junto com ele. Eu nem sabia porque estávamos rindo, mas eu me lembrei que ele havia me dito para ficar e esperta e eu ri com ele.

- Do que vocês estão rindo? – O Emiliano nos olhava sem entender nada.

- Emiliano, por favor, o que é tudo isso? – O Martim estava tentando parar de rir.

- Martim, eu preparei um pedido super romântico. Você sabe como essas coisas funcionam, não se faça de desentendido. – O Emiliano ficou impaciente.

- Você está exagerando, Emiliano. Vai parecer falso. Ela não vai gostar disso. – Eu entendi o que o Martim estava tentando fazer, mas eu duvidava que o Emiliano fosse abandonar a idéia daquele pedido super romântico.

- Falso, Martim? Mas toda mulher quer um pedido de casamento romântico. – O Emiliano estava começando a defender a sua idéia. – O que você acha, Abi?

- Eu? – Eu olhei para o Martim e ele me lançou um olhar encorajador. – Eu acho que o Martim tem razão. E não tem nada de romântico em fazer um pedido de casamento num canteiro de obra. – A verdade é que a casa estava em construção, mas já estava bem avançada e não estava com o aspecto de obra abandonada, mas sim de obra em fase de acabamento.

- Você acha? – Ele me olhou com certa decepção e eu fiquei até com pena de acabar com a sua ilusão.

- Eu acho. Aqui não é o lugar mais romântico. – Eu confirmei.

- O que eu faço então? Monto tudo na praia? – Ele olhava entre o Martim e eu.

- Emiliano, eu já sei, você poderia chamar a Câmi para dar um mergulho e pedir lá dentro do mar. – O Martim sugeriu.

- Não, Martim, quê isso?! – O Emiliano estava levando o Martim a sério, eu nem acreditava.

- Emiliano, vai por mim. Isso aqui que você preparou é tudo muito clichê, está ultrapassado, meu amigo. Ela vai adorar, um banho de mar e lá na água você faz o pedido, só você e ela e essa lua linda e enorme. Vai ser especial, vai por mim. – O Martim insistiu.

- Nossa, Martim, quem diria que você sabe ser romântico. – Eu comentei, dando apoio àquela idéia tosca.

- O quê, você acha isso bom, Abi? – O Emiliano me olhou confuso.

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