Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 252

“Nikolaos Nomiko”

Eu estava muito mais preocupado desde que o Antônio me ligou. O Maurice ainda não tinha sido encontrado, a Cassandra estava saindo de casa o mínimo possível e agora o Antônio tinha mais um problema para colocar em minhas mãos. Eu estava sentado em uma mesa bem no fundo do restaurante esperando por ele.

- Tony, até que enfim. – Eu me levantei para cumprimentá-lo quando ele chegou.

- Desculpe, Nikos, meu vôo atrasou. – Ele pediu e se sentou em minha frente.

- Não se preocupe, eu é que estou muito ansioso. Tem muita coisa acontecendo, Tony! – Eu falei e ele balançou a cabeça.

- Nem me diga! Quanta confusão. – Ele respirou fundo. – Nikos, nós precisamos falar com a moça, precisamos que ela testemunhe. Eu não posso esconder essas informações da Abigail para sempre. E nem do Martim.

- Eu sei, Tony, mas eu prometi proteger essa moça, eu não posso colocá-la em risco. E você também não deveria colocar a Abigail em risco contando isso tudo a ela. – Eu estava desconfortável em trazer aquela moça de volta, a madre havia me dito que ela tinha se adaptado muito bem.

- Eu entendo, Nikos, mas nós precisamos de uma testemunha que reconheça cada um dos envolvidos. E ela conhece o tal Senhor, pode identificá-lo. – O Tony tinha razão em certa medida, mas eu acreditava que os envolvidos acabariam se acusando mutuamente na tentativa de salvar a própria pele.

- Tudo bem, Tony, nós podemos ir até o lugar que ela está e perguntar se ela aceita. Também podemos mostrar fotos. Mas você sabe, o programa de proteção a testemunha tem brechas e se o cabeça da organização for quem eu estou pensando, ele pode encontrá-la. – Eu contei a ele meu receio.

- Você acha mesmo que pode ser aquele homem? Ele parece tão inofensivo, com uma vida tão prosaica. – O Tony me encarou.

- Acho que sim, por tudo o que eu ouvi e o que eu descobri. Tem todas as chances e se for, Tony, você sabe que ele vai se safar. – Eu estava preocupado com isso, aquele homem não era um perigo apenas para a Camila, ele era um perigo para qualquer um que ameaçasse os seus planos.

- Eu falei com ele hoje, joguei uma isca, tentei sondar. – O Tony balançou a cabeça. – Eu estou muito preocupado, ele conhece as Zapata.

- Isso é um problema, meu amigo. Você contou a elas? – Eu perguntei vendo que o Tony estava realmente desconfortável.

- Não, porque nós ainda não temos certeza e nós não podemos deixar que ele suspeite que está sendo investigado. Mas eu reforcei a segurança delas. – O Tony afrouxou a gravata.

- E você já sabe alguma coisa sobre o tal filho que a ex noiva disse que teve com o marido da Abigail? – Eu perguntei.

- Ainda nada, é como procurar agulha num palheiro. Mas eu tive notícia do amante. – O Tony revelou e pela cara dele, não era bom.

- O que aconteceu com ele? – Eu estava curioso.

- Morto! Uma dívida de jogo, ele devia para um mafioso, estava escondido e alguém o entregou. Curiosamente, isso aconteceu no mesmo dia em que a ex noiva voltou. – O Tony contou e eu sabia o que ele estava pensando.

- Seria tão ruim assim? – Eu franzi as sobrancelhas.

- Seria cova rasa, com certeza. – O Tony garantiu. – Mas se ele for tão cruel quanto dizem, haveria muita tortura e sofrimento até chegar a cova.

- Pelo visto tem muita história aí. – Eu comentei.

- Muita, nada bonita. – O Tony passou a mão no rosto. – Agora me diz você, alguma notícia do Lanoy? – O Tony perguntou, era a minha vez de partilhar informações.

- Aquela ratazana de esgoto se escondeu muito bem. – Eu bufei. – Esse me preocupa muito, é um merdinha que está com sede de vingança e se acha esperto. E por causa disso pode acabar fazendo algo muito ruim.

- Nisso você tem razão. E como você se sente agora? Com a sua vingança quase concluída. – Ele me observou por um momento.

- A vingança não é doce, Tony, ela não vai trazer tudo o que eu perdi de volta. Ela não vai trazer o meu filho de volta e nem diminui a dor que eu tenho no meu coração. Mas, talvez, quando ele estiver preso, a justiça me traga paz. – Eu revelei.

- Eu espero que sim, meu amigos. – O Tony sorriu, um sorriso tão cansado quanto o meu, de quem já havia lutado muitas guerras e ainda tinha tantas pela frente. – E então, quando podemos ir falar com a moça?

- Eu vou ligar para a madre e pedir autorização. – Eu respondi e dali por diante nós terminamos o nosso jantar em paz, falando sobre coisas mais leves e que nos faziam felizes, os filhos, a família, as esposas. Nós dois sabíamos o tamanho da encrenca em que havíamos entrado com tudo isso, mas nós dois estávamos dispostos a proteger os nossos. E eu esperava que saíssemos disso vitoriosos.