Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 264

“Martim Monterrey”

Eu dirigi pra casa pensando em tudo o que estava acontecendo e tudo o que tinha sido descoberto até aqui. A Abigail estava ao meu lado com os olhos fechados, com uma sacola de papel azul nas mãos que eu não sabia de onde tinha saído, mas que ela segurava como se fosse um tesouro. Nós entramos em casa e ela pareceu ficar um pouco mais ansiosa.

- Eu vou ver a Phina, vai subindo e toma o seu banho pra gente poder jantar. – Ela me deu um beijo rápido, mas eu segurei a sua mão e a puxei de volta pra mim.

- E você não vai esfregar as minhas costas? – Eu brinquei e ela sorriu.

- A quem você quer enganar, ursinho? É sempre você quem esfrega as minhas costas contra a parede do box enquanto está dentro de mim. – Ela sussurrou no meu ouvido e eu sorri com a imagem dos nossos longos banhos.

- Eu gosto de esfregar as suas costas. – Eu brinquei e beijei o seu pescoço.

- Eu também gosto, mas eu gosto ainda mais de contar. – Ela me deu um beijo e se afastou do meu abraço, mas me deixou sorrindo como um bobo. Como a vida ao lado dela era boa!

- Ei, não quer que eu leve suas coisas pra cima? – Eu a observei agarrada aquela sacola.

- Não precisa. – Ela apertou a mão ao redor da alça da sacola e isso me deixou muito curioso.

Eu tomei um banho e quando a Abigail entrou no quarto eu já estava vestido. Ela sorriu e foi para o closet, ainda segurando aquela sacola. Eu já estava muito curioso, então me sentei na cama, com a desculpa de esperá-la e assim que eu ouvi a água do chuveiro cair eu fui até o closet.

Eu procurei a sacola, a encontrei no cantinho, quase escondida, dei uma olhadinha, mas a água do chuveiro ainda podia ser ouvida, então peguei a sacola e abri, tirei de dentro uma caixa branca comum, parecia muito leve, talvez fosse um lenço ou qualquer dessas coisas que as mulheres adoram e não pesa nada. Eu apoiei a caixa e a abri, eu não esperava pelo que estava ali.

- Ah, minha insuportável! – Eu balancei a cabeça sem acreditar.

- Está tudo bem, ursinho? – Ela apareceu na porta do closet, vestindo um roupão branco felpudo e com os cabelos presos em um coque. Eu virei os meus olhos para ela.

- Sua insuportável, o que significa isso? – Eu virei a caixa para ela, que parecia divertida demais com a sua brincadeirinha.

- Você sabe ler, vai, eu quero ouvir. – Ela riu, estava tão linda e parecia tão feliz que eu entrei na sua brincadeira.

- “Você sabia que a curiosidade matou o gato. Você é um ursinho, mas sua curiosidade é de um gatinho.” – Eu li o bilhete preso no fundo da caixa vazia e voltei a encará-la com um sorriso. – Como você sabia que eu ia olhar a caixa?

- Você é meu marido, eu já sei algumas coisas sobre você, inclusive que você é um grande curioso. Agora leia o outro. – Ela apontou para a tampa, que eu nem tinha reparado, mas também tinha um bilhete preso a ela.

- “Você vai ganhar uma surpresa depois do jantar, mas precisa aprender a esperar.” – Eu voltei a olhar pra ela. – Uma surpresa pra mim?

- Sim. Uma surpresa e nem adianta pedir, porque eu decidi que será depois do jantar e será depois do jantar.

- Vai sim, eu já até marquei. – Ela avisou e eu sorri satisfeito por isso.

Nós jantamos num clima agradável, ela estava cheia de provocaçõezinhas e a cada tentativa minha de apressar o jantar ela fazia demorar um pouco mais. Mas eu nem estava me importando, eu estava adorando aquele tempo ali com ela me tocando, me dando beijos, brincando enquanto comíamos. Foi um jantar romântico num dia comum e isso me deixava ainda mais encantado com a sua capacidade de tornar tudo melhor e mais leve.

- Agora está na hora da surpresa. – Ela finalmente disse ao me abraçar, depois que nós recolhemos tudo o que ainda havia sobre a mesa após a sobremesa.

- Finalmente! – Eu comemorei e ela riu, me puxando em direção ao nosso quarto.

Nós entramos e eu olhei em volta e percebi a caixa branca de madeira sobre o meu travesseiro. Eu olhei para a Abigail e ela me incentivou a ir até a caixa. Eu fui, me sentei e peguei a caixa, ela estava pelo menos mais pesada que a outra, mas ainda era muito leve. Na tampa estava pintado “surpresa!” em letras douradas. Eu olhei outra vez para a Abigail e ela veio se sentar ao meu lado.

- Por que eu mereço uma surpresa? – Eu perguntei e dei um beijo em sua testa.

- Porque você é um marido lindo e maravilhoso e eu te amo muito. – Ela me respondeu e eu sorri.

- É um motivo justo. – Eu brinquei e abri a travinha da caixa e ergui a tampa.

O conteúdo ali me fez prender a respiração e eu tenho certeza que o meu coração parou de bater por um momento. Foi como se o mundo tivesse congelado enquanto o meu cérebro compreendia o significado do que havia ali. Era muito mais do que eu podia esperar que essa mulher pudesse me dar, mas era tudo o que eu mais queria da vida. Ela estava me dando a família que um dia eu sonhei.