“Ignácio Monterrey”
Eu cheguei à casa da Cassandra com pelo menos uns quinze minutos de antecedência. Eu estava ansioso, um pouco nervoso e receoso sobre como os pais dela me receberiam, afinal ela havia sido casada com um cretino isso era mais do que suficiente para que todos ficassem mais apreensivos em relação a qualquer homem que se aproximasse dela.
Eu fiquei surpreso ao ter minha entrada liberada no portão e os seguranças me informaram que estavam a minha espera. Eu nem havia me aproximado da porta e ela foi aberta por uma mulher elegante, trajando um terno cinza e que tinha grandes semelhanças com a Cassandra.
- Boa noite, senhora, eu sou o Ignácio Monterrey, a Cassandra aceitou um convite meu para jantar, eu vim buscá-la. – Eu me apresentei, tentando ser formal e explicar o que estava fazendo ali, mas estava receoso de estar sendo precipitado.
- Ah, claro! Por favor, entre. Eu sou a Helena, mãe da Cassandra. – A mulher sorriu pra mim, o sorriso encantador como o da filha.
- É um prazer, senhora. Por favor, com o meu mais profundo respeito. – Eu entreguei a senhora um ramalhete de rosas brancas que havia trazido para ela.
- Ah, mas que adorável! Obrigada, Ignácio! – Ela recebeu as flores com graça e delicadeza. – E obrigada por tirar minha filha de casa, ela anda tão... assustada. – Ela passou a mão pelo meu braço e me conduziu para a sala ampla e muito bem decorada em tons de bege.
- É compreensível, ela passou por um trauma e imagino que ter sido casada com aquele ser desagradável não tenha sido fácil. – Eu comentei a senhora sorriu com tristeza.
- Não foi mesmo. Aquele homem nunca mereceu a minha filha, ele causou um grande estrago nela. – A mãe da Cassandra comentou, claramente chateada.
- Mas o que importa é que ela se livrou dele e, se eu puder ajudar, em breve ele nem será uma lembrança para ela. – Eu sorri e vi algo como esperança brilhar naqueles olhos um tom mais escuros que os da filha.
- Isso me encanta. – Ela foi sincera. – Vou chamar minha filha, sinta-se em sua casa.
Eu observei a mulher elegante subir as escadas e estranhamente eu me sentia mais calmo, certamente a gentileza e a suavidade daquela senhora haviam tido um efeito positivo sobre mim. Eu me mantive de pé ali na sala e vi o exato momento em que a Cassandra apareceu no alto da escada com os pais.
Ela estava tão linda, usava um vestido justo fúcsia de um ombro só que ia até os joelhos, mas tinha uma fenda generosa na coxa esquerda. Ela usava uma maquiagem discreta, seus cabelos estavam soltos exibindo as ondas bonitas que chamavam atenção e nos pés ela tinha um sapato preto de salto finíssimo que deixava suas panturrilhas perfeitas e me deixou completamente fascinado.
- Boa noite, Ignácio! – Ela abriu aquele sorriso grande pra mim e foi como se estrelas brilhassem em meus olhos.
- Cassandra, você está deslumbrante! – Eu beijei a sua mão e lhe entreguei o ramalhete de rosas cor de rosa que eu havia trazido para ela.
Eu abri a porta do carro para ela e dei a volta e quando me sentei ao seu lado eu tentei não parecer tão nervoso, mas antes de dar a partida no carro eu a olhei mais uma vez.
- Eu estou nervoso. – Eu confessei com a voz baixa e ela me olhou surpresa. – Você é muito bonita, Cassandra. Eu não quero cometer um erro e estragar a noite, não quero te dar motivo para você recusar o meu próximo convite.
- Vai haver um próximo convite? – Ela me olhou com os olhos cheios de expectativa.
- Se depender de mim, vários! – Eu segurei a sua mão e beijei de novo. – Eu espero ser digno da sua companhia hoje e que você queira me ver de novo depois disso. Agora, eu vou te levar num lugar que eu acho muito charmoso e que eu espero que você goste.
Eu a levei a um pequeno restaurante de frutos do mar que ficava escondido no canto de uma charmosa rua sem saída. Ela não estava tensa como no dia anterior, parecia nem se lembrar da ameaça que pairava sobre ela. Nós comemos e nos divertimos, ela era muito engraçada e tinha uma personalidade efusiva, diferente de mim que era mais quieto, mas eu adorava o seu jeito expansivo, falante e alegre.
Ao contrário das mulheres com as quais eu já tinha saído, ela apreciava a comida, não pediu apenas uma saladinha e beliscou o prato, ela comeu com prazer, emitindo pequenos ruídos de apreciação, e isso me deixou ainda mais encantado, poder dividir uma refeição saborosa com uma mulher que apreciava o prato tanto quanto eu. Certamente era isso que lhe conferia suas curvas generosas e que davam ao seu corpo aquele formato sedutor de uma ampulheta e estavam me deixando totalmente ansioso para ter permissão de tocá-las.
E foi observando o sorriso dela para o garçom enquanto agradecia, com simpatia e gentileza, pelo serviço que ele nos prestou que eu percebi que estava totalmente encrencado e que queria que ela não apenas aceitasse meus convites, queria também que ela se apaixonasse por mim. E foi com esse pensamento na cabeça que eu caminhei com ela até o carro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...