Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 290

“Enrico Mendonça”

Eu estava surtando ali naquele lugar e a julgar pelo tempo que eu estava aqui e tudo o que havia acontecido comigo, eu estava começando a pensar que o Ulisses estava de sacanagem comigo e não ia me deixar sair desse quarto nunca mais. Eu precisava dar um jeito. A porta foi aberta e o meu camarada entrou.

- Oi, como está o meu queridinho? – Ele perguntou e colocou uma sacola sobre a mesa que tinha perto da porta. – Trouxe umas coisinhas pra você.

- Camaradinha, vem cá. – Eu chamei.

- Ah, sentiu minha falta? – Ele perguntou e eu pensei por um momento. Na verdade eu tinha sentido sim, tinha dois dias que ele não vinha me ver.

- Sabe que eu senti. – Eu sorri pra ele.

- Gostei de saber. Então vamos aproveitar que o Senhor me deu a tarde de folga. – Ele passou a mão no meu rosto.

- A tarde toda, é? – Eu sorri e ele fez que sim. – Então senta, quero conversar com você antes.

- Ih, não sei se gosto. – Ele me olhou meio em dúvida.

- Pelo visto você também sentiu minha falta. – Eu me levantei e me aproximei dele.

- Senti, senti sim. – Ele confessou. – Eu gosto de você, mesmo.

- E eu estou gostando de você. – Eu fui sincero, para a minha própria surpresa. – Olha, eu não pensei que isso fosse acontecer, mas, é, você me fez aceitar o que eu tentei esconder a vida toda.

- Ah, é? Então você está se assumindo? – Ele me perguntou.

- É, eu acho que sim. – Eu respondi e ele me abraçou e beijou a minha boca e eu gostei daquilo, gostei muito. – Eu quero ficar com você, não apenas quando aquele maldito permite.

- Eu também quero, queridinho, mas ele tem as nossas coleiras. – Ele lamentou.

- Mas e se nós nos rebelarmos? – Eu perguntei.

- Enrico, não é tão simples assim, ele nos mataria. – O meu camarada me olhou e eu pude ver que ele tinha medo.

- E se nós o matarmos primeiro? – Eu perguntei e ele me encarou.

- Nós não sairíamos vivos daqui. – Ele me respondeu. – Não sozinhos. Precisaríamos de ajuda.

- O Luiz? Você disse que ele não gosta do velho. – Eu insisti.

- Não gosta, mas nós teríamos que convencê-lo, eu só não sei como. – O meu camarada estava pensando na minha proposta. – Por que você o odeia tanto?

Tinha chegado a hora de contar, se eu quisesse a ajuda dele, e eu queria, teria que contar. Eu me virei de costas, porque eu não podia encarar ninguém enquanto contava aquilo, e comecei a falar.

Capítulo 290: Se assumindo 1

Capítulo 290: Se assumindo 2

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