“Maximilian Monterrey”
Aquela antipática da Sofia tinha estragado o meu dia. Depois daquele almoço, no qual a única coisa boa foi a comida, eu não havia tido cabeça para mais nada, estava igualzinho a uma garotinha apaixonada no colégio anotando o nomezinho de algum garoto nas últimas folhas do caderno ao invés de prestar atenção à aula. Pois é, eu não estava me concentrando no trabalho e me peguei escrevendo o nome “Sofia” repetidas vezes no meu bloco de notas, enquanto me recordava do nosso primeiro encontro umas semanas antes.
- Que papelão, Maximilian! – Eu falei para mim mesmo. – Você é uma vergonha para a família Monterrey. – Eu olhei com desgosto para a minha arte no bloquinho. – Mas é um nome lindo. E aquela antipática também é linda. Pena que é tão antipática... mas é igualmente gostosa! Ai, que delícia!
Eu me afundei na cadeira já me desesperando. Eu precisava de um encontro, não dava pra ficar pensando numa mulher que era uma delícia, mas que eu não conseguia suportar. Eu nem sei como a gente tinha chegado na cama, porque foi antipatia à primeira vista. Não, eu precisava de diversão. Peguei o telefone e liguei para o meu irmão.
- Oi, Nano. O que você vai fazer hoje? – Eu perguntei assim que ele atendeu a chamada.
- Vou ver a Cassandra, Max! – Ele foi objetivo. – Do que você precisa?
- Companhia! – Eu falei quase chorando, só para despertar a compaixão do meu gêmeo.
- Que tipo de companhia? Porque se você está procurando companhia para ir a um clube de striper não conta comigo. – Ele avisou e eu sabia que essa nem era mesmo a praia dele. Ele não gostava desse tipo de coisa, isso era mais com o Tomás que já havia pulado do barco desde que começou a namorar a Magda.
- Ah, qual é irmão, você é o meu gêmeo! – Eu resmunguei. – Eu estou me sentindo sozinho, Nano, todos vocês estão namorando, até a pirralha da Pilar e eu fiquei sozinho, fui abandonado por vocês. Me tornei o tio solteirão, aquele que todo mundo acha chato porque faz piadas do pavê nos almoços de família.
Eu exagerei no drama? Com certeza! Mas eu queria convencer o meu irmão a passar um tempo comigo, talvez beber alguma coisa, conversar um pouco. Mas ele estava rindo, ou melhor, gargalhando do outro lado da linha e o Ignácio quase nunca gargalhava.
- Maximilian, você é tão talentoso para o drama que não entendo porque não se tornou ator. – O Ignácio riu um pouco mais.
- Você não tem compaixão? Nós moramos juntos na mesma barriga por oito meses! Você chutava a minha cara todos os dias! E ainda me empurrou para poder sair primeiro. Você me deve isso! – Eu reclamei, usando a nossa posição fetal para atingi-lo e ele riu ainda mais.
- O fato de eu ter nascido primeiro significa apenas que eu sou mais esperto e eu não chutava a sua cara, você é que ficou segurando o meu pé perto dessa sua carinha bonita. – Ele brincou e eu até estranhei esse bom humor do meu gêmeo. – E não, eu não tenho compaixão por você. Saia e arrume uma namorada também, leve alguém à sério e se torne um homem decente.
- Mas eu não quero ser decente. – Eu reclamei.
- Então seja o tio solteirão. – Ele riu e eu fiz um muxoxo.
- Por favor, Nano, só um pouquinho de companhia, deixa eu ir jantar com você e a Cassie. – Eu pedi.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...