“Sofia Almeida”
E agora, o que eu ia fazer? Um almoço inteiro com a família Nomikos e na companhia do cafajeste do Maximilian, isso não seria fácil. Eu precisava de um plano para fazer o cafajeste desistir logo da nossa pequena aposta, antes que o Sr. Nikos contratasse uma organizadora de casamentos ou coisa pior.
Nós nos sentamos à mesa, o Sr. Nikos na cabeceira a Cassandra ao lado dele com o Ignácio ao seu lado e a D. Helena ao lado dele comigo ao seu lado e o Maximilian ao meu lado. Eu chutaria a canela dele se ele pensasse em fazer qualquer gracinha.
Mas não, o cafajeste era simpático, divertido e encantador, fazia as pessoas sorrirem, mas também encantou o Sr. Nikos ao falar de negócios com uma desenvoltura que até eu fiquei impressionada, porque eu nem sabia que havia espaço naquela mente pervertida para coisas sérias.
E até o momento da sobremesa o almoço transcorria tranquilo e sem nenhuma gracinha do cafajeste, que estava muito ocupado entretendo o Sr. Nikos e a D. Helena com assuntos aleatórios sobre trabalho e viagens. Mas então chegou o momento da sobremesa e parecia que tudo desandava justamente nessa hora.
- Maximilian, eu já conheço as intenções do Ignácio para com a Cassandra, mas ainda não conheço as suas intenções para com a Sofia. – O Sr. Nikos falou e eu congelei, com a colher com um pedaço da torta doce a meio caminho da boca, apenas os meus olhos se moveram para olhar o Maximilian de soslaio.
- Sr. Nikos, eu lhe garanto que as minhas intenções são as mais sérias possíveis. – O Maximilian se virou, pegou a minha mão e deu um beijo no dorso. Eu pousei a colher suavemente no prato de sobremesa e o encarei, como se o alertasse a não fazer nenhuma gracinha. Mas foi em vão. – Sr. Nikos, por mim eu colocaria um anel nessa mão suave e delicada o quanto antes, mas a Sofia está um tanto reticente.
- Ah, querido, não que eu esteja reticente, mas ainda é muito cedo. – Eu respondi olhando para ele e erguendo as sobrancelhas para alertá-lo, mas ele não iria parar.
- De maneira nenhuma, minha gracinha, nunca é cedo demais para um coração apaixonado! E eu me apaixonei por você no instante em que a vi, você ainda não se deu conta disso? – O Maximilian me olhava como se realmente me adorasse, quem não sabia o que estava acontecendo ali, como Sr. Nikos e a D. Helena, poderia jurar ter visto coraçõezinhos explodindo dos olhos dele. Eu estava em choque.
- Ai, que lindo, Sof! – A D. Helena falou ao meu lado com a voz embargada. – Ah, Nikos, me lembrou você, quando nos conhecemos e você me disse que foi amor à primeira vista!
- Exatamente, minha querida, e você ainda é a mulher mais linda que eu já vi! – O Sr. Nikos respondeu a esposa e, mesmo estando de costas para ele e encarando o Maximilian, eu sabia que ele estava sorrindo.
Minha nossa, eu não precisava de mais essa. Agora o Sr. Nikos e a D. Helena começariam a reviver o namoro deles em mim e naquele cafajeste. A pressão aumentaria. Eles ficariam cada vez mais animados com um casamento.
- Minha gracinha, por favor, não faça o meu coração sofrer! – O Maximilian me olhava com os olhos de um filhotinho adorável, um filhotinho que eu queria esganar. Eu respirei fundo, quase chorando de raiva.
- Ai, eu não esperava por isso! Eu pensei de verdade que você estava apenas sendo gentil comigo, por causa do Sr. Nikos, por não querer decepcioná-lo. – Eu estava quase rangendo os dentes.
- Lindo, mas falta um beijo apaixonado para selar esse momento, você não acha, Nikos? – A D. Helena só podia estar brincando.
- D. Helena é a minha maior vontade nesse momento, beijar a minha gracinha, mas eu não quero desrespeitar a sua casa! – O Maximilian estava se fingindo de cavalheiro e respeitoso, aquele cafajeste era bom em enganar.
- Que desrespeitar o quê, meu jovem?! Um beijo é uma demonstração de afeto, não um desrespeito. Vamos, beije a sua namorada. – O Sr. Nikos incentivou e eu queria ir até a piscina e me afogar.
- Posso, gracinha? – Ele ainda teve a cara de pau de me pedir permissão. Eu apenas dei um sorriso forçado e fiz que sim com a cabeça.
Mas aquele cafajeste era mesmo bom ator, ele colocou a mão na minha nuca devagar e foi se aproximando em câmera lenta. Quando seus lábios tocaram os meus gentilmente ele estava de olhos fechados. No segundo seguinte a sua língua invadiu a minha boca e eu... eu... eu estava ferrada, porque aquele trapaceiro tinha o melhor beijo que eu já tinha experimentado na vida.
Eu senti nos seus lábios o doce da calda de açúcar da torta com um toque de baunilha e limão e tudo isso combinava perfeitamente com ele. Seus lábios se moveram lentamente nos meus e quando eu me dei conta minha mão já estava tocando a sua nuca, num gesto impensado. E quando a minha língua se misturou com a dele, um suspiro escapou dos meus lábios e foi engolido pelos dele, que finalizaram aquele beijo com um sorriso.
- Isso é que é beijo! – O Sr. Nikos comentou na cabeceira da mesa, mas eu ainda estava completamente atordoada por aquele beijo. – Vamos abrir um champanhe, precisamos comemorar isso! – Ele se levantou antes que eu pudesse reagir e foi em direção à cozinha, mas ainda se fez ouvir. – É muito alegria para um pai, casar as duas filhas de uma vez só, com um par de homens de caráter e que as amam!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
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