“Sofia Almeida”
Eu estava trancada no quarto do Maximilian, já tinha espalhado as minhas roupas e sapatos pelo closet dele e tomado conta de um lado da bancada do banheiro, até borrifei o meu perfume no travesseiro dele, para que eu estivesse até nos sonhos dele.
E eu havia dado um bom castigo nele, mas aí eu me dei mal porque acabei me castigando também. Não dava pra mentir, ele era um cafajeste, mas um cafajeste gato e gostoso e se eu teria que aturá-lo, porque não tirar proveito da situação? Talvez eu devesse... e enquanto eu tentava me decidir se resistia ao pecado ou se sucumbia a tentação, batida forte na porta me deixou sobressaltada.
- Antipática, abre essa porta! – Ele falou do lado de fora e parecia muito sério. – Abre essa porta ou nenhum de nós dois dorme hoje!
- E quem disse que eu quero dormir? – Eu respondi e ouvi o baque na porta, como se ele a tivesse socado.
- Olha só, nós precisamos conversar e rever os termos dessa aposta, aparecer lá no escritório fazendo cena e atrapalhando o meu trabalho tudo bem, mas me provocar e me deixar na vontade, nem fodendo! – Ele reclamou.
- Foi você quem começou com essa idéia. Ou preciso te lembrar o que o capitão pintinho fez essa manhã? – Eu respondi.
- NÃO... não chama o meu Picasso de Capitão pintinho! – Ele estava nervoso e eu achei muita graça. Mas eu realmente queria rever os termos da nossa aposta, ele era gostoso demais para ser desperdiçado.
- Eu não vi nenhum Picasso, só um capitãozinho pintinho, tímido e sem graça. – Eu o provoquei e ele com certeza chutou a porta.
- Sério que você está dizendo isso? Já se esqueceu do que eu te fiz sentir essa manhã, quando eu estava em cima de você? – Ele não era bobo e eu não tinha esquecido.
- Foi você quem disse que era só uma ereção matinal. – Eu joguei na cara dele e ele bufou.
- Ah, e você caiu nessa? Porra nenhuma, antipática! Não se faça se sonsa, porque não combina com você. – Ele estava mesmo bravo.
- Ah, eu caí nessa sim, porque eu estava semi nua na sua cama hoje de manhã, você esfregou o capitão pintinho em mim e depois me deixou na vontade. – Eu declarei e me joguei na cama dele, mas eu não deveria ter feito isso, porque o travesseiro tinha o cheiro dele e eu ainda estava na vontade do que ele começou essa manhã.
- E se você o chamasse de Picasso, talvez ele tivesse feito mais do que se esfregar em você! – Ele respondeu.
- Então aquilo não foi uma ereção matinal? – Eu suavizei a voz ao perguntar.
- Não, gracinha, não foi! Aquilo foi tudo você e seu corpinho gostoso encostado em mim a noite toda. – Ele admitiu finalmente! – Porque você é antipática, gracinha, mas você é gostosa num nível que meu juízo não aguenta.
- Está dizendo que você sente tesão por mim, chuchuzinho?
- É, gracinha, eu não vou negar, você é uma coisinha deliciosa. – Ele estava admitindo tudo com muita facilidade.
- Não sabe? – Ele deu um risinho. – Então me diz, quando a minha mão entrou na sua calcinha hoje de manhã e eu toquei o seu clitóris com movimentos circulares perfeitos, você ficou muito molhadinha, porque você estava com muito tesão. Como você fez, está até agora na vontade?
- A idéia era sair da vontade, mas o capitão pintinho tinha que aprontar. – Eu circulei o meu clitóris, queria que ele continuasse falando aquelas coisas pra mim.
- Por isso que você é tão chata e antipática, não tem um orgasmo, aí fica mal humorada!
Ele riu do lado de fora e eu acelerei os movimentos circulares que fazia no meu sexo. Eu estava tão distraída que me perdi no momento, de olhos fechados, envolta no cheiro dele ali na cama, me dando prazer com as minhas próprias mãos, estava tão bom que foi como se os dedos dele se juntassem aos meus entre as minhas pernas.
- Mentirosa! Mentirosa, mas gostosa pra caralho!
Eu ouvi a sua voz tão perto que forcei meus olhos a se abrirem e só então eu me dei conta de que ele havia aberto a porta e estava ali diante de mim, com os dedos de uma mão junto aos meus e na outra mão ele balançava uma chave, exibindo um sorriso vitorioso.
- Minha casa, minhas portas, minhas regras! Agora, gracinha, antipática e mentirosa, mas muito gostosa, nós vamos resolver isso, de um jeito bem mais gostoso e depois nós vamos rever os termos da nossa aposta.
Ele jogou a chave por sobre o ombro e colou a sua boca na minha.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
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