“Maurice Lanoy”
Já tinha alguns dias que o Paco tinha mandado o convite para a Abigail vir nos visitar, mas ela ainda não tinha aparecido. Talvez fosse hora de ser um pouco mais convincente e eu tinha um bom plano para isso.
- Paco, onde anda o seu chefe? Você não ia nos apresentar? – Eu perguntei assim que o Paco entrou. Esse estúdio dele andava às moscas e o Paco praticamente não ficava por aqui ultimamente.
- Calminha aí, bonitão! Ele disse que passa aqui essa semana. Vou te dizer uma coisa, se quer entrar no negócio, entenda que as coisas são do jeito dele e não do seu. – O Paco repetiu o que ele vinha me dizendo desde que eu disse que queria fazer negócios com o chefe dele.
- Tá, tá, já sei! – Eu respondi irritado. – Eu estou entediado aqui, não tem nada pra fazer.
- E a gatinha que está presa lá atrás, já se cansou? – O Paco perguntou e eu torci o nariz.
- Já perdeu a graça, ela chora demais. Bem que você podia trazer outra.
- Não posso, é uma de cada vez, ordens do chefe. Mas você pode sair por aí, vai dar uma volta, é até bom você liberar o meu espaço um pouco. – O Paco era um idiota insuportável.
- Você é burro? Eu não posso sair! – Eu reclamei, gostava menos daquela situação do que ele.
- Cara, você é muito chato! – O Paco reclamou, mas reclamar era tudo o que ele fazia.
- Ah, tá, como se você fosse muito divertido! Olha só, Paco, a Abigail ainda não veio, eu estive pensando e nós precisamos de algo mais convincente do que uma proposta de trabalho. – Eu precisava que ele me ajudasse com o meu plano.
- Ah, nem vem, eu não vou sequestrar essa mulher, até porque isso é impossível, ela anda cercada de segurança.
- Mas pra um criminoso você é um belo covarde! – Eu o encarei.
- Isso não é ser covarde, é ter cuidado para não ser preso. – Ele me encarou.
- Mas algum risco nós vamos correr. – Eu avisei. – Na segunda. Aquela garota, a irmã mais nova do Martim, ela às vezes vai à cafeteria sem os seguranças, nós vamos pegá-la e usá-la para atrair a Abigail. E teremos duas ao invés de uma.
- Aquela menina é uma gata! – Os olhos do Paco brilharam, eu já tinha notado que ele a observava e ela seria a chave para convencê-lo a me ajudar. – Se eu te ajudar, vou querer me divertir com ela, sozinho.
- Nossa, que egoísta! – Eu ri. – Tudo bem, quem me interessa é a Abigail. Vou me divertir bastante com ela e você vai filmar tudo e mandar o vídeo para aquele babaca do Martim.
- Pra quê isso, Maurice? Cara, você vai pegar a mulher, vai se divertir com ela, vendê-la para prostituição, pra quê ainda precisa mandar um vídeo para o marido? – O Paco me olhou irritado, mas ele não entendia até onde ia o meu ódio pelo Martim.
O Martim, aquele babaca, sempre o perfeito, brilhante, o maravilhoso Martim. Eu o odiava, simplesmente o odiava, desde sempre eu o odiava. Ele sempre se metendo em tudo, sempre aparecendo como o melhor, o mais bonito, o mais educado, o filho perfeito. Eu simplesmente odiava que ele existisse. Eu senti tanto prazer quando os caras deram aquela surra nele na faculdade! E quando ele já estava nocauteado eu aproveitei e fiz o resto, acabei com ele, eu e o meu taco de beisebol, eu arrebentei ele inteirinho! Ele ficou muito tempo no hospital. Eu só achava uma pena ele não ter morrido.
- Para vê-lo sofrer! – Eu finalmente respondi. – Eu quero esse babaca completamente arrasado.
- Credo, Maurice! Sabe que você fala como o Senhor?! Poderia até ser filho dele, a maldade é igualzinha em vocês dois. – O Paco estava me julgando, logo ele, isso era até engraçado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...