“Pilar Monterrey”
Eu estava no meu quarto me preparando para ir dormir, ainda bem chateada por ter tido que voltar pra casa logo esta noite. Por outro lado, eu estava feliz por meus pais terem voltado de viagem, eu senti saudade deles.
- Querida, posso entrar? – Minha mãe apareceu na porta do quarto.
- Sim, mãe! – Eu respondi e me levantei da banqueta da penteadeira.
- É tão bom estar de volta! – Minha mãe me abraçou e caminhou comigo para a cama. – Como estão as coisas entre você e o Emiliano?
- Bem, mãe. Quer dizer, nós tivemos uns problemas, mas já resolvemos. – Eu respondi enquanto me deitava e ela puxava o edredom sobre mim e se sentava ao meu lado na cama.
- Ah, sim, a Abi me falou sobre esses problemas. Pilar, você precisa aprender uma coisa, um relacionamento precisa de diálogo, precisa que as duas partes cedam, precisa que você escute mais, precisa que você escolha as batalhas que quer lutar e não brigue por tudo. – Minha mãe passou a mão pelo meu rosto.
- É, parece que essa coisa de conversar funciona. – Eu brinquei com ela e ela riu. – Nós conversamos hoje, mãe, e fizemos as pazes.
- Ah, que ótimo! E em que você cedeu? – Ela me perguntou e eu sabia onde isso ia dar.
- Ainda não precisei ceder. – Eu avisei e ela riu.
- Mas vai precisar, minha filha. – Ela me olhou por um momento. – Acho que nós te criamos muito mal, pela sua diferença de idade com os seus irmãos, todos acabamos te mimando demais, mas você não é mais uma menina, Pilar, precisa crescer, amadurecer e aprender que uma relação, para dar certo, a sua vontade não pode imperar sobre a vontade do outro.
- Posso entrar? – A Natália apareceu na porta e minha mãe fez um gesto para que ela entrasse. Ela correu para a cama e se deitou ao meu lado e me abraçou. – Eu adoro ficar na casa do Mário, mas eu senti sua falta. – Ela falou pra mim e eu ri.
- Também senti a sua. E de você e do papai, mãe! – Eu confessei.
- Eu sei, mas vocês vão sair do ninho muito rápido. Porque eu duvido, Pilar, que você aguente esperar até o fim da faculdade para se casar com o seu biscoitinho. – Minha mãe brincou e me fez rir.
- É, acho que não vou mesmo, mãe, eu sinto saudade de vocês, mas eu já estou morrendo de saudade dele. – Eu confessei e elas riram.
- Esse é um dos motivos para as pessoas se casarem, porque chega um momento, minha querida, que a gente não consegue mais dormir longe de quem a gente ama. – Minha mãe falou daquela maneira amorosa. – E outro motivo é que os pais querem netos!
- Ai, irmã, não faz drama! Você sabe que eu te amo, mas as coisas aconteceram e eles estavam por perto. – Eu comentei e a abracei. – Mas você vai me ajudar, não vai?
- Claro que eu vou! Vai ser tão incrível nós planejarmos os nossos casamentos juntas! Quem diria?! – A Natália respondeu empolgada.
- Eu gosto muito de ver meus filhos assim, unidos! – Minha mãe nos observou cheia de orgulho. – Bem, agora que vocês entenderam que precisam se comunicar melhor, eu vou me deitar. E vocês não fiquem conversando a noite toda. – Minha mãe deu um beijo em cada uma de nós e saiu do quarto, deixando apenas a luz do abajur perto da cama acesa.
- Vai pedir o biscoitinho em casamento, é? – A Natália falou em tom de brincadeira e eu fiz que sim.
Não adiantou muito a minha mãe dizer para não ficarmos conversando a noite inteira, porque nós conversamos pelo menos até a metade da noite. No dia seguinte nós nos sentamos para tomar o café da manhã em família e fomos surpreendidas com o Mário e o Emiliano aparecendo para o café da manhã.
- Gostei que você veio me buscar, biscoitinho. – Eu falei para o Emiliano já dentro do carro.
- Bruxinha, eu fiquei morrendo de saudade! Não gostei de dormir sem você. – Ele me deu um beijo antes de ligar o carro e dirigir para a construtora.
É, a minha mãe me conhecia melhor do que eu mesma, porque ela já sabia que eu não conseguiria ficar longe do Emiliano todas as noites, aliás, talvez eu não aguentasse ficar nem mesmo mais uma. E eu me dei conta de que eu teria que organizar esse casamento com urgência, porque essa manhã a minha mãe já avisou que nós não fizéssemos planos, pois ela queria a mim e a Natália em casa depois do jantar de noivado do Maximilian, o que significava mais uma noite longe dos braços do meu biscoitinho, isso eu não ia aguentar, por mais que eu gostasse de estar em casa e conversar com a Natália por horas durante a noite, mas agora eu tinha encontrado uma coisa que me fazia muita falta, que era dormir nos braços do meu amor.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
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