“Silas Guimarães”
Eu estava checando mais uma vez todo o sistema de segurança da construtora e já estava a ponto de me algemar a Pilar novamente e pedir para ela tentar fugir. Aquela garota era impossível, como ela encontrou essa brecha no sistema eu não tinha idéia, mas ela encontrou e eu fechei, agora só precisava saber se havia mais alguma, porque eu achava que não. E chequei pessoalmente cada câmera, cada alarme, cada homem posicionado, aos meus olhos estava perfeito, mas eu queria ver aos olhos da fujona.
- Pilarzinha, minha querida, você está muito ocupada? – Eu me aproximei da mesa dela e vi seu sorriso.
- Sissi, meu amigo, pra você eu nunca estarei ocupada, a não ser que eu esteja com o meu biscoitinho! Do que você precisa? Desabafar? Eu tenho certeza que você precisa do meu ombro amigo e de uns conselhos. – Ela me olhou e apoiou o queixo nas mãos.
- Sim, Pilarzinha, eu preciso desabafar o quanto você me deixou louco com as suas fugas e preciso da sua ajuda para testar o sistema de segurança. O que você acha de tentar fugir? – Eu sorri para ela, mas ela fez um muxoxo e me olhou sem nenhuma animação.
- Poxa, Sissi, eu aqui achando que você ia abrir o seu coração pra mim, me contar sobre esse seu coraçãozinho que sofre. – Ela reclamou e eu juntei as sobrancelhas achando estranha, mas bem engraçada a sua reação.
- Coraçãozinho que sofre? Do que você está falando, Pilarzinha? – Eu estava rindo, porque aquela garota fazia um drama como ninguém. Ela se levantou, deu a volta na mesa e parou bem na minha frente, me encarando com um olhar de sabe tudo.
- Sissi, você acha mesmo que me engana? Acha que eu não vejo seus olhares, não ouço seus suspiros, não percebo sua carinha de cachorrinho abandonado quando a vê? – Não era à toa que o Emiliano chamava essa garota de bruxinha, porque ela realmente era, ela viu o que ninguém mais nunca tinha visto.
- Pilarzinha, do que você está falando? – Eu tentei desconversar e me fazer de desentendido, mas ela sustentou o meu olhar.
- Estou falando da mulher por quem você suspira, bonitão! – Ela sorriu. – Você não é bobo não, hein, Sissi! O que você acha de almoçar comigo e me contar todo esse babado? Eu convido!
- Pilarzinha, não tem nada pra contar, meu anjo, você está imaginando coisas. – Eu já estava suando frio, quando o Emiliano apareceu para me deixar numa situação ainda mais embaraçosa.
- E o que a minha bruxinha está aprontando agora, Silas? – O Emiliano abraçou a namorada e deu um beijo no rosto dela.
- Nada, biscoitinho, eu só descobri o segredinho do Silas. – Ela respondeu sem tirar os olhos de mim.
- Ah, o Silas guarda muitos segredinhos, mas o que eu tenho mais curiosidade em descobrir é sobre a mulher que é o amor da vida dele. Ninguém nunca soube quem é, mas ela existe. – O Emiliano riu e a situação só se complicava mais para o meu lado.
- Ah, quer dizer que você sabe que ele tem um amor? – A Pilar olhou para o namorado e eu queria desaparecer dali, péssima hora para procurar a garota.
- Certa vez a Abi e eu ouvimos o pai dela conversar com ele. Eu nunca entendi porque o Zapata te mandou esquecer a mulher, ele disse que ela não era pra você. – O Emiliano resolveu desenterrar essa história e isso já fazia tanto tempo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...