Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 357

“Silas Guimarães”

Assim que nós entramos no carro e saímos da construtora a Pilar se virou pra mim, como se esperasse que eu começasse a falar, mas eu não tinha idéia de por onde começar a contar aquela história.

- Vai, Sissi, pode começar a falar porque pelo visto a história é longa. – Ela pediu e eu dei uma olhadinha para ela.

- Como você descobriu? – Eu perguntei.

- Deixa eu ver... – Ela fez um charme, olhou para cima e voltou a me encarar. – Eu desconfiei no dia em que você a viu na construtora, no dia em que eles viajaram, e tive certeza no dia do jantar na casa da Abigail, porque você congelou quando a viu e seus olhos marejaram. Silas, se isso não é amor, eu não sei mais o que seria.

- É, Pilarzinha... – Eu suspirei e dei uma olhada rápida pra ela. – É amor sim, nunca houve outra. Eu me apaixonei pela Branca Quintana no segundo em que a vi pela primeira vez, quando a Abi e o Emiliano eram dois adolescentes ainda. E como não me apaixonaria? Uma mulher linda, gentil, cuidando sozinha de um filho adolescente que estava com raiva do pai por tê-los abandonado e ela se manteve gentil e amável, nunca reclamava, nunca estava com raiva.

- A D. Branca é uma mulher incomum mesmo. Ela sempre foi amorosa e gentil, sempre foi uma mãe dedicada, nunca houve ninguém mais na vida dela, sabia?! – A Pilar revelou e disso eu não sabia, então apenas fiz um gesto com a cabeça. – Há quanto tempo vocês não se viam?

- Há muitos anos, desde que ela e o Emiliano voltaram a morar aqui. O Sr. Zapata era um bom homem, mas cheio das idéias formadas, achava que sabia o que era melhor para todo mundo e adorava impor a sua vontade. – Eu respondi com certa tristeza, me lembrando da conversa que tive com o meu antigo patrão.

- Por que o pai da Abi achou que era melhor para você esquecê-la? – A Pilar perguntou e esse era o ponto complicado.

- Ele não achou, Pilar, ele mandou que eu a esquecesse. Acontece que o Sr. Zapata acreditava na diferença de classes e me disse que eu não era o homem que a D. Branca deveria ter ao lado. Ele estava tentando juntá-la com um dos amigos dele, um sujeito bem desagradável, mas rico, de quem eu livrei a D. Branca um par de vezes porque ele estava tentando agarrá-la à força. – Eu expliquei.

- Mas o que o pai da Abi tinha a ver com isso, Silas? – A Pilar perguntou e eu dei um sorriso, ela ainda era inocente em algumas coisas.

- Pilarzinha, ele não tinha nada a ver com isso, mas ele era o meu chefe e eu precisava muito do emprego. Primeiro ele me disse que se eu a amava mesmo eu deveria deixá-la, para que ela tivesse ao lado dela um homem que poderia dar a ela a vida que ela estava acostumada. – Eu comecei a falar.

- Sissi, a D. Branca não é uma madame que se importa com luxos. – A Pilar estava me encarando, mas o problema era bem maior que isso.

- Pilar, ele ameaçou tirar o meu emprego e acabar com a minha carreira como segurança. E o que eu ia fazer desempregado? Eu tenho um patrimônio hoje, Pilar, a firma de segurança que presta serviço para a Abi é minha e ela prospera muito bem, hoje eu tenho condição de me colocar diante de uma mulher como a D. Branca e oferecer algo, só que naquela época eu não tinha. E se o Sr. Zapata me fechasse a porta, ele se encarregaria de me fazer mendigar. – Eu expliquei e a Pilar me olhou de queixo caído.

Eu estacionei em frente a lanchonete e nós saímos do carro. Ela estava calada, como se pensasse no que eu tinha dito. Só depois que nos sentamos em uma das mesas da lanchonete e fizemos o pedido ao atendente ela voltou a falar.

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