“Pilar Monterrey”
Depois que eu contei para todos o que tinha acontecido e como o Silas foi um herói, tudo o que eu queria era tomar um banho e tirar aquele fedor do Maurice Lanoy de cima de mim.
- Muito bem, graças ao Silas tudo acabou bem. O que vocês acham agora de irmos lá para casa, almoçamos todos juntos e vocês descansam um pouco? – Minha mãe já estava dando o jeitinho dela para reunir todo mundo.
- Mamãe, me desculpe, mas eu vou para a casa do Emiliano e hoje você não conseguirá impedir isso! Eu quase morri, eu preciso ficar um pouquinho com o meu noivo. – Eu fui falando, sem dar a ela oportunidade de me questionar.
- Vai, sogra, deixa minha bruxinha ficar comigo? – O Emiliano pediu com aquela carinha fofa e minha mãe riu.
- É como você diz, Miguel, quando o namorado ou namorada se torna mais importante que a mãe, é sinal de que está na hora de casar. – Minha mãe fez todos rirem. – Tudo bem, minha filha, o importante é você estar bem e feliz.
Minha mãe me deu um abraço bem apertado, assim como meu pai e cada um dos meus irmãos. No final ela não conseguiu levar ninguém para casa, porque afinal era segunda e todos precisavam trabalhar. Claro, depois da confusão daquela manhã, meu irmão liberou todos os funcionários, os únicos que ainda estavam trabalhando eram o Silas e os seguranças, então, depois que eles foram embora e só ficamos o Emiliano, o Martim, a Abigail, a Magda, o Tomás, a D. Branca e eu, eu me virei para o Emiliano.
- Biscoitinho, me leva pra sua casa?
- Claro, minha bruxinha, mas só tem uma coisa, é a nossa casa. – Ele me abraçou e depois se virou para a D. Branca. – Quer que eu te deixe em casa, mãe?
- Não, obrigado, Emiliano. Eu vou esperar o Silas. – Ela respondeu, mas seus olhos estavam sobre o amor dela.
- Tem certeza? Isso aqui pode demorar. – O Emiliano insistiu e ela o olhou como se fosse ridícula a pergunta dele.
- Não importa o quanto demore, mas eu também quero o meu namorado na minha casa! – Ela respondeu ao Emiliano e eu comecei a rir.
- É isso aí, D. Branca. E sinceramente, eu se fosse a senhora, ia até lá e obrigava o Silas a ir pra casa agora mesmo e deixar o resto para amanhã. – Eu apoiei e ela me olhou com um pequeno sorriso.
- Sabe que é uma boa idéia! – Ela saiu em direção ao Silas e eu me virei para o meu biscoitinho. – Vamos?
- Vamos!
Nós nos despedimos, e saímos dali, os outros também foram embora, mas eu nem vi se a D. Branca tinha conseguido arrastar o Silas. Tudo o que eu sabia é que queria ficar com o meu biscoitinho.
Assim que chegamos em casa eu fui para o banheiro, precisava de um banho urgente. O Emiliano ficou para trás, preso em uma ligação com o Antônio. Quando ele entrou no quarto eu já estava sentada na cama passando o hidratante nas pernas. Ele segurou o meu queixo e me deu um beijo rápido.
- Eu vou tomar um banho também, não demoro. – Ele falou e foi em direção ao banheiro.
- Acho que eu vou precisar de vitaminas para dar conta de você! – Ele me fez rir e depois me olhou muito sério. – Nós nos casamos em duas semanas. Eu estou ansioso, só não vou pedir para a sua mãe organizar o nosso casamento junto com o do Max e do Ignácio porque sei que ela vai me dizer não, sei que ela adora ver os gêmeos fazendo tudo igualzinho e nós estaríamos sobrando.
- É verdade, nós podemos esperar mais uma semana. – Eu olhei para ele pensando, queria pedir algo, mas não sabia se ele concordaria.
- O que você quer, bruxinha? Pode falar. – Ele me encarou, me conhecia tão bem!
- Biscoitinho, a Nat e eu, nós gostaríamos de casar no mesmo dia. O que você acha? – Eu perguntei, afinal, como a minha mãe havia me ensinado, nós tínhamos que decidir as coisas juntos.
- Eu vou ter que dividir o altar com o Mário? – Ele estreitou os olhos para mim, mas havia um brilho de diversão neles. Eu olhava para ele em expectativa. – Minha bruxinha linda, desde que eu me case com você, eu não me importo em dividir a cerimônia com todos os Monterrey solteiros.
- Aaaah! Você é o melhor, Biscoitinho! – Eu pulei no pescoço dele.
- Mas tem uma condição. – Ele avisou e eu me preocupei, olhei séria para ele e esperei qual seria a condição dele. – Para a lua de mel vamos só você e eu!
- Pode ter certeza disso! – Eu o beijei, sentindo a alegria de novo em mim, aquele medo que eu senti pela manhã havia passado definitivamente. Já não havia mais ameaça, já não havia mais perigo, já não havia mais com o que nos preocupar, apenas levar a vida em paz e nos amando para sempre.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...