“Sofia Almeida”
Eu tomei um gole da água e coloquei o copo sobre a mesinha de apoio, depois me sentei ao lado do Sr. Nikos, que me olhava com um sorriso, um sorriso que eu provavelmente não veria de novo, não direcionado a mim.
- Sr. Nikos, desde que a minha mãe morreu, o senhor, a D. Helena e a Cassandra são família para mim. E depois que a minha tia também morreu, vocês são a única família que eu tenho. – Eu comecei a falar e ele segurou a minha mão.
- Sofia, você sabe que esta família sempre te deu o seu lugar de filha, não sabe? – Ele me perguntou e eu fiz que sim. – E você sempre honrou esse lugar, retribui o nosso amor e nos recebeu como sua família também. Eu tenho muito orgulho de você, querida!
- Obrigada, Sr. Nikos! E é por isso que eu lamento tanto decepcioná-los. – Eu abaixei os olhos e ele levantou o meu queixo com os dedos.
- Nunca abaixe a sua cabeça para ninguém, querida! – Ele me aconselhou isso muitas vezes e agora repetia. – Respeite as pessoas, mas nunca abaixe a sua cabeça.
- Eu estou envergonhada, Sr. Nikos, eu menti para o senhor. – Eu lamentei e ele sorriu.
- Bom então eu suponho que também deveria estar envergonhado, porque eu também menti para você, mas eu não me sinto envergonhado. – Ele riu do que tinha acabado de falar e eu estava confusa, muito confusa.
- Se você quer me contar que já conhecia o Maximilian, eu preciso dizer que eu já sabia. Eu sempre soube. – O Sr. Nikos contou e eu o encarei perplexa.
- Como é? – Eu olhei confusa para a Cassandra.
- Não fui eu, embora eu já soubesse que ele sabia. – A Cassandra levantou as mãos e se sentou ao meu lado.
- Querida, você vai compreender primeiro que como pai eu fico preocupado com as minhas filhas. Você entende? – Ele perguntou e eu fiz que sim. – Dito isto, eu também preciso dizer que você sabia o quanto eu estava preocupado com o Maurice sendo, digamos, insistente com você.
- Sim, Sr. Nikos, mas o que o Maurice tem a ver com isso? – Eu olhei para ele e não estava entendendo nadinha.
- Bem, o Maurice não tem nada com isso, a não ser que você não aceitou a segurança que eu ofereci, mas eu dei ordem aos meus homens para ficarem de olho em você mesmo assim. – Ele falou rapidamente e ficou me olhando.
- O que o senhor fez, Sr. Nikos? – Eu fechei os olhos por um momento, quando abri ele tinha um sorrisinho maroto nos lábios e então me contou toda a história, desde como ele soube que eu tinha saído com o Maximilian daquela festa onde nos conhecemos, até o meu engano no restaurante.
- O senhor promete? – Eu perguntei e ele fez que sim. – Está bem, vamos enfrentar o Maximilian!
Ele me deu a força que eu precisava. Eu já tinha causado toda aquela confusão, não podia fugir e deixar o Maximilian lidar com tudo sozinho, ele merecia mais de mim, principalmente depois que eu o julguei tão mal.
- Até que enfim! – A Cassandra suspirou aliviada e foi até a porta. – Pipa, traz o maquiador!
Vinte minutos depois eu estava plena, linda e irretocável, nem parecia que eu tinha chorado tanto, porque até colírio para acabar com a vermelhidão dos olhos alguém arrumou. E a Cassandra, tratou de repor o estoque de lenços de papel sob o cinto de renda do seu vestido.
Nós paramos outra vez os três diante da porta do salão. O Sr. Nikos deu um beijo na minha mão e outro na mão da Cassandra. E a música de entrada recomeçou. As portas foram abertas e nós começamos a entrada. O salão era composto por dois ambientes, esse primeiro reservado para a cerimônia e outro lateral reservado para a festa. A Cassandra e eu escolhemos tudo mais simples, mas muito elegante, esse parecia ser o gosto dos Monterrey também.
Enquanto caminhávamos em direção ao altar, naquele corredor ladeado de copos de leite e um tapete branco no chão, eu observava o Maximilian no altar, lindo em seu terno cinza claro, enquanto o Ignácio usava cinza escuro. Os dois eram idênticos, mas eu nunca os confundiria, assim como a Cassandra também sabia exatamente quem era quem, porque havia uma diferença que os distinguia aos nossos olhos, o amor que sentíamos por cada um. Eu amava o Maximilian e o meu coração sabia exatamente quem ele era.
A cada passo que eu dava em direção aquele altar o meu coração batia mais depressa. Eu estava cada vez mais próxima de descobrir se ele me diria sim, só pra continuar a nossa pequena disputa, ou se ele terminaria aquela aposta louca ali e me deixaria no altar. Eu queria que ele dissesse sim, para que eu pudesse ter tempo para conquistá-lo, como sugeriu o Sr. Nikos.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...