“Emiliano Quintana”
Quando eu vi a Pilar entrando na igreja, tão linda vestida de noiva, eu mal podia acreditar que estava acontecendo, que a menina linda que eu vi crescer estava caminhando até o altar para se casar comigo. Por tanto tempo eu tentei ignorá-la e eu me odiava quando olhava para ela e via a mulher linda que ela estava se tornando ao invés de ver apenas a irmãzinha do meu amigo. Eu queria arrancar os meus olhos quando ela se mostrou pra mim como mulher, dentro da minha sala na construtora, porque para mim ela estava proibida.
Mas ela me mostrou o quanto eu fui inocente e bobo, como ela me fez cair rapidinho em seus encantos, como ela venceu a minha resistência com um pouco mais do que duas ou três palavras e alguns toques da sua pele na minha.
E agora eu estava aqui, completamente rendido ao seu amor, quase saindo correndo pela igreja para ir ao seu encontro. Mas eu me controlei, porque eu olhei para o lado e vi o Mário, tremendo, nervoso e ansioso, emocionado olhando para a Natália. E quando nós percebemos que elas finalmente se aproximaram o suficiente para que fosse protocolar irmos até elas, nós suspiramos juntos, quase como se disséssemos silenciosamente “até que enfim”.
- Ai, biscoitinho, você agora é meu de verdade para sempre! – A Pilar sorriu empolgada quando eu dei um beijo em seu rosto e eu ri.
- Ainda não, bruxinha, eu ainda não disse sim! – Eu não poderia perder a oportunidade de brincar com ela.
- Você não se atreva, biscoitinho! Nem de brincadeira, porque só por essa brincadeira o padre pode se recusar a nos casar e se ele fizer isso, biscoitinho, se você não se casar comigo hoje, biscoitinho... – Ela ficou brava e eu comecei a rir.
- Meu amor, minha bruxinha linda, eu morro se eu não me casar com você hoje! Fica calma, quando sairmos dessa igreja hoje você será a Sra. Quintana! – Eu sorri, dei mais um beijo em seu rosto e a levei até o altar.
Enquanto o padre celebrava eu não conseguia tirar os meus olhos dela, que vez por outra também me olhava e sorria. Mas então o padre se virou para nós, depois do “sim” e dos votos da Natália e do Mário, que foi muito bonito e cheio de emoção, tinha chegado a nossa vez, mas a Pilar não se conformava, ela puxou a batina do padre e ele olhou para ela.
- Padre, dá pra fazer a coisa mais compacta? – Ela sussurrou ao padre que a olhou sem entender. E nem eu estava entendendo. Então ela explicou. – É, padre, mais compacta, só pergunta se ele quer se casar comigo, se eu quero me casar com ele, a gente diz que sim e o senhor nos declara casados. – Ela olhava para o padre com expectativa.
- Filha, pra quê a pressa? Nós temos um rito pra seguir. – O Padre a olhou com uma diversão transparecida no sorriso.
- Padre, é melhor ser mais sucinto, o noivo aqui coleciona uma certa quantidade de fãs, essa semana uma até apareceu, tudo bem que ela resolveu ser freira, mas vai que ela muda de idéia e aparece aqui e dizendo que tem alguma coisa contra o casamento. – A Pilar sussurrava para o padre que não se aguentou e começou a rir.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...