“Tomás Monterrey”
Como eu não queria ser o último Monterrey solteiro por muito tempo, eu propus a Magda de nos casarmos na semana seguinte ao casamento das minhas irmãs e ela gostou da idéia, como ela disse, seria bom aproveitar o embalo de um casamento por semana. Mas o que me deixou mais feliz ainda foi ela querer fazer o casamento no jardim da casa dos meus pais, debaixo daquele pergolado que já estava ganhando fama de unir casais para o resto da vida.
E se eu fiquei feliz, minha mãe ficou radiante, ter um casamento ali no jardim dela a fez se sentir muito especial. Mas ela realmente era, ela era uma mãe fenomenal, que apoiava os filhos e acolhia a todos que chegavam com amor. Eu ainda me lembro quando ela trouxe a Abigail em casa a primeira vez, ela nos disse que a Abigail precisava de família e nós descobrimos que ela era a moça que o Martim dizia detestar. Depois que a Abigail foi embora, minha mãe nos disse que não levaria muito tempo para que eles descobrissem que o ódio e o amor andavam agarrados e que a implicância de um com o outro era nada mais que medo de admitirem que se gostavam. Minha mãe estava certa!
E a Abigail trouxe muitas coisas boas com ela. E ela trouxe a Magda pra mim. Eu paralisei na sala da Abigail quando vi a Magda pela primeira vez. Eu sonhei com ela, eu a quis e eu fiz de tudo para chamar a sua atenção, porque eu vi algo nela, algo que ia além da mulher fria, fútil e sem coração que ela parecia ser. Eu vi no seu olhar que ela lutava para sobreviver. E eu me apaixonei por ela, fiquei deslumbrado e quanto mais ela me permitia vê-la mais eu me apaixonava.
E ela olhou para mim e meu coração quase explodiu de tanta felicidade. Ela teve medo, ela até quis lutar contra, mas o nosso amor sempre foi mais forte que qualquer vontade, sempre venceu qualquer argumento. Esse amor tinha que ser, tinha que acontecer. E agora, ela era minha! E eu amava essa mulher com um amor que parecia vir de outras vidas, de outros mundos, de outros tempos, um amor que tinha percorrido muitos caminhos para chegar aqui.
Minha mãe apertou a minha mão trêmula, ajeitou a lapela do meu terno bege claro que ela me ajudou a escolher e sorriu para mim ali debaixo daquele pergolado, como se silenciosamente me dissesse que era para me acalmar, que estava tudo bem, tudo certo.
Era final da manhã de sábado quando a música começou a tocar e a escolha foi muito peculiar como a Magda era, “Come away with me”, uma das nossas músicas boas. Meu coração disparou porque ela estava um passo mais perto, ela surgiu na porta, usando um vestido longo e fluido azul claro, de braços dados com o Enrico, que usava um terno cor de rosa claro e os dois faziam uma figura adorável naquele contraste.
Ela estava linda, com os cabelos louros soltos brilhando ao sol enquanto caminhava em minha direção, aquele sorriso que me encantava e os olhos brilhando como se fossem estrelas. Quando eles se aproximaram eu soltei a mão da minha mãe e fui até a minha noiva.
- É a última vez que eu te conduzo ao altar, mamãe! – O Enrico nos fez rir, deu um sorriso brincalhão para a mãe e beijou o seu rosto, depois se virou pra mim e apertou a minha mão. – Seja bom com ela, eu aprendi umas técnicas de tortura!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...