“Silas Guimarães”
O casamento da Magda e do Tomás estava lindo e eu estava nervoso. Durante a semana eu fui conversar com a Magda, porque eu estava com uma idéia, mas estava com medo de fazer, então eu precisava da opinião de alguém que conhecia a história e que conhecia a Branca o suficiente para me dizer se era loucura ou não.
Mas a Magda mal ouviu o que eu estava dizendo e já se empolgou e teve essa idéia que ela disse que seria genial e que a deixaria muito honrada. Eu tinha as minhas dúvidas se era uma idéia tão boa assim, mas a Magda me convenceu. Agora eu estava aqui muito nervoso e com medo da Branca sair correndo.
- Está tudo bem, Sissi? – A Pilar se aproximou. Eu estava tão distraído olhando a Branca conversando com a Yolanda que eu me assustei.
- Ah! Tudo bem, Pilarzinha. – Eu dei um sorriso para ela, mas aquela menina era simplesmente terrível.
- Mentiroso! Anda, Sissi, me conta tudo. Você está suando de nervoso, desde que chegou parece que tem algo te coçando, anda, desembucha! – Ela me encarou.
- Pilarzinha... – Eu ia começar a falar, mas aí era tarde. – Você vai ver! Só me ajuda se der tudo errado.
- Tudo o quê, Sissi? – Ela me segurou pelo braço.
- Você vai saber. – Eu a encarei e fui para perto da Branca.
No minuto seguinte as mulheres solteiras estavam se reunindo para pegar o buquê da noiva. A Magda se virou de costas e fez toda aquela algazarra de contar até três e fingir que jogou o buquê, mas ela não jogou. Ela se virou para as mulheres que estavam lamentando e sorriu, fez um sinal de não com o dedo e veio em direção a Branca. A Magda colocou o buquê nas mãos da Branca, que a olhou confusa.
- Para mim, Magda? – Ela sorriu sem graça. – Mas...
Eu me ajoelhei, com o coração quase saindo do peito de tão acelerado e abri a caixinha com o anel.
- Ai, meu Deus! – A Branca levou uma das mãos a boca e seus olhos marejaram.
- Branca, dizem que só se sabe se um amor é verdadeiro quando ele dói na alma. Doeu na minha alma deixar você partir e continuou doendo todos os dias até eu te encontrar de novo, nada pode ser mais verdadeiro que o meu amor por você. E agora você chegou até mim e acabou com uma longa espera. Você me fez me render aos seus pés com cada batida do meu coração e você me fez te amar um pouco mais, se é que era possível. Eu deveria ter feito isso há muitos anos... Branca, eu não posso te perder de novo! Aceita unir a sua vida a minha, ser minha esposa e permitir que eu esteja sempre ao seu lado?
Ela limpou a lágrima que rolou por seu rosto, olhou para o anel e depois olhou para mim, sua mão tocou o meu rosto com um afago delicado.
- Silas... eu te esperei por muito tempo e eu continuaria te esperando a vida inteira, porque eu sempre te amei e nunca houve mais ninguém pra mim! Sim, Silas, eu aceito ser sua esposa e estar sempre ao seu lado!
E com o sim dela todo aquele nervoso que eu sentia desapareceu e tudo o que eu conseguia sentir era felicidade, como se tudo que eu pudesse querer ou desejar tivesse se realizado com o seu sim. E naquele momento, éramos apenas ela e eu ali e eu estava prestes a colocar o anel no seu dedo quando eu ouvi alguém limpando a garganta ao meu lado. Eu ergui os olhos e vi o Emiliano de pé ao meu lado.
- Você tem alguma coisa para falar para mim, Silas? – O Emiliano estava me encarando sério. Eu me levantei e olhei para ele diretamente.
- Emiliano, eu pretendia falar com você, mas você só chegou de viagem hoje e eu não tive oportunidade e... – Eu comecei a ficar nervoso de novo, só me faltava o Emiliano se opor.
- Silas, você deveria me perguntar se eu te aceito, você não acha? – O Emiliano me encarou e eu olhei de lado para a Pilar como se pedisse socorro.
- Nem me olha, Sissi, você armou tudo com a Mag, me deixou de fora. – A Pilar reclamou com um beicinho.
- Pilarzinha, você estava viajando! – Eu supliquei e ela riu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...