Doce Pecado romance Capítulo 113

sabrina becker

Me levanto correndo da cama e vou para o banheiro. Quase não dá tempo de chegar no vaso. Ponho o lanche que fiz ontem ao chegar, todinho fora.

Merda!

Era pra eu já ter melhorado. Deve ter pego uma infecção estomacal. Preciso ir ao médico. Dou descarga e me sento no chão frio do banheiro, esperando meu coração voltar ao normal.

-Sabrina?!?

Escuto Camila me chamou da porta do quarto.

-Estou no banheiro...

Me levanto e vou escovar meus dentes e lavar minha boca.

Saio do banheiro e o encontro sentado na minha cama. Sem maquiagem e com uma camisola enorme.

Camila está muito pálida e bem mais magra do que antes. Ela tirou sua roupa na minha frente ontem, para experimentar o vestido que trouxe para ela, e ficou chocada ao ver suas costelas aparecendo.

Eu estou preocupado! Será que o rompimento com o Bernardo a afetou mais do que ela transpareceu?

Não conversamos ainda sobre ele... Apenas trocamos algumas palavras ontem, então só falamos um pouco do Paulo. Mas hoje ela não me escapa. Preciso saber o que anda transitória.

-Aconteceu algo? Você está pálida. -ela me pergunta.

-Acabei de passar mal... Preciso de um médico.

-Está passando mal a muito tempo?

-Tem uma semana mais ou menos, desde que cheguei em Paris. Nada fica no estômago.

-Será que não está grávida?

Olho para ela, abro a boca e fecho... O que? Grávida? Não... Eu tenho um implante.

-Não... Eu tenho um implante contraceptivo.

-E ele está na validade?

Eu olho para ela sem saber responder a essa pergunta. A ginecologista que pôs, era a médica do Internato. Que atende todas as meninas, nunca me preocupei em saber da validade, porque ela já sabia quando tinha que trocar ou não. Os exames sempre tinham que estar em dia, e quando precisava trocar, ela via a data na minha ficha e trocava. Então eu estava por fora disso...

-Não sei Camila, mas não são cinco anos? Não tem cinco anos que renovei o meu não... Tem menos.

-Depende do contraceptivo, tem alguns que são de três anos. Você fez seus exames?

Não... Eu me esqueci de fazer... Não me julguem!

-Não... Minha ginecologista era do Internato. Eu nem me lembrei disso, mas tem mais de seis meses que fiz os exames. Lembro que quando fiz contrato com o Paulo já tinha dois meses que tinha feito. Merda! Eu esqueci de refazer por causa dessa doideira que foi minha vida nos últimos meses.

Camila me olha preocupada.

-Sabrina, você pode está grávida... Está sentindo mais alguma coisa?

Grávida? Merda!

-Não... Só enjôos. Mas os prazeres de engravidar não são matinais? Eu estou curtindo o dia todo. É só comer... Ainda acho que é uma infecção.

-Então vamos ao médico. Só ele pode tirar uma dúvida.

-E se eu estiver, Camila? Será que Paulo vai ficar feliz com isso?

-Ele vai ficar radiante!

Ela desculpa...

Será?

Ele pode achar que o filho não é dele...

Ponho a mão na minha barriga e começo a me sentir assustada.

Será que há alguém crescendo aqui? O sonho que eu sempre quis, mas que agora me parece assustador...

Começo a ficar com dificuldade para respirar.

-Calma Sabrina, não entra em Pânico.

Ela se levanta e sai do quarto, logo volta com um copo de água na mão. Eu pego e bebo com as mãos tremenda.

-Camila...

-Não sabemos, não comece a sofrer antes do tempo. O que quer fazer? Quer um teste? Podemos comprar... ou quer ir ao médico? Podemos ir também.

-Não... Acho que o teste é melhor... Tiramos a dúvida, se caso não for, nós vamos ao hospital.

-OK! Tem uma farmácia aqui na esquina, vou lá comprar, só preciso mudar de roupa.

Ela se levanta e sai do quarto de hóspede e eu fico sentada olhando para a minha barriga.

Um filho... Do Paulo... É assustador, mais ao mesmo tempo maravilhoso. Estaria realizando um sonho!

***

-E aí?!!

Ela me olha com expectativa...

-Positivo Cami... Estou esperando um bebê e segundo o teste tem um a dois meses. -Ela dá um grito de empolgação.-Como isso é possível. Não tenho marca nenhuma aparecendo. Meus seios não estão doloridos, minha barriga continua chapada mais chapada do que o habitual, devido aos enjoos constantes.

-Isso é mais normal do que imagina. Você sempre foi muito magra, a barriga vai demorar a aparecer.

-Cami, como vou contar isso para o Paulo?

-Contando ué... Você não me disse que desejou a conquistar ele novamente? É um bom motivo para se aproximar. Até tive uma ideia...

Olha para ela com um ponto de interrogação na testa.

-Marca uma consulta com ele e chegando lá, dá a notícia...

Eu gargalho.

-Como vou marcar uma consulta, além da agenda dele ser lotada ele vai saber que sou eu... E o elemento surpresa vai por água abaixo.

-Você não conhece a Nala? Fale com ela e explique a situação. Eu sei que ela vai te ajudar.

Olho para ela e está com um sorriso arteiro nos lábios... Até que seria legal... Uma boa oportunidade de quebrar o gelo. Ele pode não querer mais nada comigo, mas ele me prometeu ajuda para recomeçar. E agora um filho... Pode dar certo.

Pego o celular e procuro o número da Nala. Camila começa a bater palmas como se fosse uma criança. E eu começo a rir da cara dela.

-Alô, D. Sabrina?

-Shiuu... Não fala meu nome. Paulo não sabe que eu já voltei... Quero fazer uma surpresa.

-OK? Tudo bem? -Ele fala contido.

-Sim, preciso da sua ajuda!

-Estou a sua disposição.

Eu sorrio.

***

Paulo Niko Sankyo

Até agora, nenhuma ligação e nenhum sinal de fumaça. E já são 15h da sexta feira. Ela já está no Brasil há bastante tempo e não entrou em contato. Arthur me disse que ela mandou uma mensagem para Duda informando que havia chegado. E pra mim nada...

Hoje eu trabalhoi o dia todo com expectativas de ela me avisar que já está por aqui. Mas nada aconteceu, e eu já estou ficando sem paciência. Se até o final do dia ela não me ligar, eu vou a casa de Camila e até falo que Duda me disse que ela havia chegado.

Isso!

boa desculpa...

Falo que só passei por lá pra saber se ela está bem, se precisa de algo. Afinal eu sou um amigo bem chegado. Ela pode precisar de ajuda para algo, como alugar um apartamento, ou um emprego. Seria legal ela trabalhar no hospital. Se não tiver vaga eu arrumo uma, mesmo que pague seu salário do meu bolso.

Escuto alguém bater a porta e olho, vendo Nala no vão da porta.

-Senhor eu sentei mais uma paciente na sua agenda hoje. Como estava folgada e não apareceu nenhuma emergência.

-Sem me consultar Nala?