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Doce Pecado romance Capítulo 111

sabrina becker

Escuto alguém batendo na porta do meu quarto e eu falo alto do closet, fechando a última mala.

- Entra...

Logo depois ele chega na porta do closet e diz:

-Está pronto.

-Sim mestre. São essas duas malas. Como outras, pedirei ao Afonso para entregar a Camila para mim.

-Não precisa. Elas podem ficar aqui até voltar.

Ele se aproxima e segura meus ombros.

-Mas mestre e se você precisar do espaço.

-Ninguém vai ocupar esse quarto Sabrina...

Eu suspiro e olho para baixo. Eu não quero que ele me espere... Porque nem eu sei como estarei minha cabeça depois desse tempo. Não sei se voltarei para ele. Quero que ele continue com a sua vida, como se eu não estivesse existindo, mesmo porque eu não quero fazer ele sofrer com as minhas decisões.

Claro que seria dolorosa descobrir que ele seguiu em frente com outra submissa, mas seria mais dolorosa ainda descobrir que ele está infeliz por causa das minhas escolhas.

Quem ama cuida, quer bem, quer que o outro cresça independentemente se você faz parte da vida da pessoa que ama, ou não. A maior prova disso é o que ele está fazendo por mim. Enfrentando tudo com uma compreensão, que eu nunca imaginei.

Eu acredito que se for paramos juntos, ficaremos... Não importa quando isso acontecer, se daqui a um mês ou um ano... Então não vai importar se ele seguir resolver em frente ou não. Porque se tiver que ser, será.

Eu não quero que ele se sinta desapontado se eu voltar e descobrir que o meu amor próprio é muito mais importante do que viver uma vida com o amor da minha vida. Porque é pra isso que eu estou me afastando. Para descobrir o que realmente me faz feliz!

-Mestre... -Começo a falar, mas ele me interrompe, pondo os dedos em meus lábios.

-Sabrina, mesmo que você não volte... Nem tão cedo eu teria condições de ter uma submissa neste quarto. Eu também preciso de um tempo! Mantenha suas coisas aqui, não significa que estarei esperando por você...Eu prometo que ficarei bem, afinal também tenho meus próprios dramas para resolver... Mas as malas podem ficar guardadas aqui. Quando você voltar, resolva o que fazer, ok?

Eu concordo...

-Então vamos. Você precisa chegar ao aeroporto na hora.

Ele pega as duas malas e vira saindo do quarto.

Eu olho para tudo mais uma vez e suspiro. Fica difícil não me emocionar. Eu morei neste quarto seis meses, e apesar de tudo: as dúvidas, os dramas... foram os melhores seis meses da minha vida. Espero voltar, mas se não voltar, sentirei falta daqui.

Mas sempre temos um consolo, porque as lembranças são minhas e nunca me deixarão esquecer o que vivi. Vão me acompanhar para sempre.

Saio do quarto pegando minha bolsa e fecho a porta, descendo as escadas.

Zefa está na sala limpando os olhos... Minha querida amiga, tão diferente de mim, que me recebeu como se fosse uma filha. Cuidou de mim da mesma forma, que ela cuida de seu patrão. Sempre disposto a me ajudar, a me ensinar as coisas. Eu a olho e me emociono também, não deixando de cair lágrimas por ela.

-Senhora, faça uma boa viagem e não se esqueça de me mandar cartões.

-Não me esqueçaei Zefa... Posso te pedir uma coisa?

-Sim Senhora!!! -Ele fala ansiosa.

-Um abraço ao estilo brasileiro.

Ela sorri e confirma, e eu a envolvo em meus braços com carinho. Nós dois choramos.

-Cuida bem dele pra mim, e não deixe de enfeitar esse apartamento com flores. -murmura em seu ouvido.

-Sim, a senhora fará muita falta...

Eu sorrio e beijo a sua atenção me afastando.

Olho para Paulo e ela está na porta da sala, com as mãos nos bolsos da calça, me olhando. Minhas malas sumiram, provavelmente Afonso já as levou para a garagem.

Ontem almocei com a Senhora Paula e o Senhor Antônio. Aproveitei para me despedir.

D. Paula e eu nos emocionamos bastante nas despedidas. Ela me fez prometer que voltaria para eles, e eu prometi mesmo não ter certeza de nada.

Eles fazem parte da minha família agora. A família que Paulo me apresentou. Não só os pais de Paulo, mais os meninos, Zefa... todas essas pessoas que me acolheram com tanto carinho. Eu nunca me afastei deles... eu sempre estarei por perto, mesmo que eu e Paulo não continuemos juntos.

Me afasto ainda sorrindo, indo em direção a ele. Ele me dá a mão e saímos para o elevador. Eu estou indo em busca do desconhecido.

Isso me deixa muito assustada, mas ao mesmo tempo eu sei que no final disso tudo serei uma mulher melhor.

*******

Paulo Niko Sankyo

Quando chegamos ao aeroporto, ela faz todo o procedimento para o embarque. Nos encaminhamos para uma sala privativa, para esperar ser chamado quando ela logo vê Camila, Bernardo, Arthur e Duda sentados nos esperando.

Ela põe a mão na boca e começa a chorar, não acreditando no que está vendendo. Ela esperava que Camila viesse, mas não pelos outros. Eles resolveram vir junto para se despedir dela.

Achei uma atitude de virem, de muita consideração, com Sabrina e com Camila e Duda Como sempre eles estão contrariados com todo rumor que isso chegou, mas sabem que não podem se meter. Por eles, eu largava de mão e ia em frente.

É o que eu deveria fazer, pois nada me garante que as coisas vão melhorar depois que ela voltar... Mas eu não posso ir em frente... Eu tenho que tentar até o último momento. Se é um tempo que ela precisa, ela terá esse tempo

-Nossa, que surpresa!!!- ela fala.

-Achou que fosse viajar sem se despedir baby. Nem pensar... - fala Bernardo sorrindo.

Ela enruga a testa e fala...

-Ninguém trabalha não? Hoje é segunda...

Eu gargalho. Também fiz a mesma pergunta para Bernardo e Arthur quando eles disseram que viriam ao aeroporto. E eles me responderam que se eu precisasse deles, eles estariam presentes, não importando que fosse que faltar ao trabalho. E olha que isso para nós, era difícil. Éramos workaholic.

-Acho que merecemos uma folga para se despedir de uma amiga. - fala Arthur sorrindo.

Duda se aproxima e abraça.

-Curta bastante essa viagem Sabrina. Aprenda novas coisas, reflita... E volte para nós. -ela diz para ela.

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