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Ela Casou com o Chefe romance Capítulo 14

A viagem já estava no fim, mas Leonardo insistiu para que Helena o acompanhasse ao evento informal de encerramento com os representantes da empresa parceira. Um coquetel descontraído, com música ao vivo e trajes mais leves. Nada de reuniões. Nada de relatórios. Só sorrisos diplomáticos e taças de espumante.

Helena hesitou.

Mas depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, ela sabia que fugir não era mais uma opção. Precisava encarar Leonardo — e a si mesma.

Vestiu um macacão preto de cetim, decotado nas costas, elegante e provocante na medida certa. Prendeu o cabelo em um coque baixo, deixando a nuca à mostra. Delicada e poderosa. Quando desceu ao salão, sentiu todos os olhares se voltarem. Inclusive o que mais importava.

Leonardo, ao vê-la, pareceu perder o fôlego por um instante. Estava de blazer cinza claro, camisa branca aberta no colarinho. Um ar menos severo, mas ainda irresistivelmente controlado.

— Boa noite. — ele disse, oferecendo o braço.

— Boa noite. — respondeu, com um leve sorriso, aceitando o gesto.

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A noite transcorreu leve. Conversas educadas, brindes, piadas ocasionais. Mas a cada vez que Helena e Leonardo se aproximavam, o ar parecia mais denso.

Até que a banda começou a tocar uma versão suave de “The Look of Love”.

— Vamos dançar? — Leonardo perguntou.

Helena o encarou, surpresa.

— Você dança?

— Não muito bem. Mas com você... eu me arriscaria.

Ela hesitou. Depois estendeu a mão.

— Então vamos.

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No meio do salão, sob luzes âmbar, os dois começaram a se mover. Lentamente. Os corpos próximos, mas ainda sem total entrega. As mãos dele repousavam em sua cintura com firmeza respeitosa. As dela, nos ombros dele, sentindo a tensão nos músculos.

— Não achei que veria esse lado seu tão cedo. — Helena sussurrou, próxima ao ouvido dele.

— Qual lado?

— O que dança. O que se permite.

Leonardo a olhou nos olhos.

— E você… sempre teve esse olhar?

— Qual?

— O que desarma qualquer um que se atreva a te subestimar.

Ela sorriu, mas havia algo mais nos olhos dela. Algo profundo.

Um passo mais próximo. O toque das mãos mais firme. A música envolvente. Eles já não falavam. Só sentiam.

E então… um deslize proposital de Helena. Um tropeço delicado. Leonardo a segurou pela cintura. Os rostos a centímetros.

O silêncio entre eles dizia tudo.

Ela podia beijá-lo.

Ele podia beijá-la.

Mas o som da música cessou — e o momento se desfez como fumaça.

Ambos recuaram, com a respiração acelerada.

— Preciso de um pouco de ar. — Helena disse, saindo para o terraço.

Leonardo não a seguiu.

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— E você me desarma.

Um passo. Dois. Agora estavam a centímetros. Ele levantou a mão e tocou o rosto dela com uma delicadeza inesperada. O polegar roçou de leve sua bochecha. Helena fechou os olhos, sentindo o toque quase reverente.

— Diga que pare — ele disse, a voz baixa, rouca. — Diga, e eu vou embora.

Mas ela não disse nada.

Em vez disso, encurtou o espaço entre eles e o beijou.

Foi suave no início, como quem testa um limite. Mas logo o beijo se intensificou, carregado de tudo o que haviam calado até agora. Desejo, frustração, curiosidade, medo.

Leonardo a segurou pela cintura com força, como se ela fosse se desfazer. Ela agarrou a nuca dele, puxando-o para mais perto.

Não havia mais controle.

Não havia lógica.

Só eles dois, sozinhos, no meio de um mundo que não importava mais.

Quando se separaram, os olhos de ambos estavam diferentes. Mais escuros. Mais vivos.

— Isso não devia ter acontecido. — ela sussurrou, ainda com os lábios quase tocando os dele.

— Mas aconteceu. — ele respondeu, sem arrependimento.

— E agora?

Leonardo respirou fundo, encarando-a.

— Agora, tudo muda.

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Naquela noite, Helena não dormiu. Deitou-se na cama do hotel com o coração acelerado, os lábios ainda queimando pelo toque dos dele e a mente girando.

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