Naquela manhã, Helena acordou antes do despertador.
Abriu os olhos e por um instante ficou ali, deitada, observando o teto branco. A respiração era tranquila, o peito firme. Era estranho sentir paz… depois de tanto tempo afundada no caos.
Mas havia algo novo nela. Um fogo silencioso. Um tipo de calma que só quem sobreviveu à guerra conhece.
Ela se levantou, foi até o espelho do banheiro e se encarou.
— Chegou a minha hora. — murmurou.
No escritório da empresa, os corredores pareciam mais silenciosos do que o normal. Alguns olhares se desviavam quando ela passava. Outros a encaravam abertamente, carregados de curiosidade e até respeito. Desde o vídeo enigmático que postara dias antes, seu nome estava em várias rodas de conversa. Era como se, de repente, todos tivessem percebido que havia mais em Helena do que a moça silenciosa e invisível de antes.
Mas ela não buscava aprovação. Só visibilidade. E agora, tinha as duas.
— O que você quer fazer com o material contra Isadora? — perguntou Júlia, durante o almoço no refeitório da empresa.
— Ainda não sei. Pensei em entregar à imprensa. Fazer justiça pela humilhação que vivi.
— Mas?
Helena suspirou.
— Mas parte de mim acha que a melhor resposta… é subir. Crescer. Brilhar tanto que eles sejam obrigados a me ver como alguém que venceram no passado — mas que renasceu mais forte.
— E quanto ao Leonardo?
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