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Ela Casou com o Chefe romance Capítulo 32

Helena passava os dedos pela borda da xícara de café frio quando Júlia chegou ao café discretamente, vestida de preto, óculos escuros e semblante determinado.

— Você está bem? — perguntou a amiga, puxando a cadeira.

— Estou. Ou fingindo que estou. Já nem sei mais — respondeu Helena, forçando um sorriso amargo. — Mas sei o que tenho que fazer agora.

Júlia se inclinou sobre a mesa.

— E o que é?

Helena abaixou a voz.

— Quero que você me ajude a expor a Isadora. Mas não só ela. Quero descobrir tudo: quem está envolvido, de onde partiram os documentos falsos, os acessos indevidos... e quero provas. Quero que eles sintam medo. E que, pela primeira vez, tenham que me enfrentar de igual pra igual.

— Estou contigo. Até o fim.

Mais tarde, no apartamento, Helena fingia normalidade. Leonardo estava no sofá lendo, e ela decidiu testar os limites.

— Leo… — chamou, suave. — Preciso te contar algo.

Ele ergueu os olhos, curioso.

— Sobre o que houve na empresa. Alguém forjou documentos pra me incriminar. Eu tenho quase certeza de quem foi.

Leonardo franziu o cenho.

— Quem?

— Isadora. E talvez… alguém de dentro da empresa. Alguém próximo. — Ela observava cada microexpressão dele. — Mas vou descobrir.

Leonardo desviou o olhar por um segundo — mínimo, mas suficiente para levantar ainda mais as suspeitas.

— Se precisar de mim… — ele começou.

— Eu aviso — cortou ela, seca.

Naquela noite, Helena enviou a Júlia uma lista de nomes, horários, datas e acessos suspeitos. Tudo o que ela já havia coletado.

— Quero que procure por conexões. Movimentações bancárias, e-mails, ligações. Inclusive do Leonardo.

Júlia:

“Se ele estiver envolvido, vamos pegar. Mas você está preparada para essa verdade?”

Helena encarou a tela do celular por alguns segundos antes de digitar:

“Dessa vez, estou. Eu não sou mais a mulher que chorava no banheiro.”

Do outro lado da cidade, Isadora brindava com uma taça de espumante.

— Ela vai cair sozinha — disse, sorrindo para o homem à sua frente. — Está tão confiante, tão certa do amor que pensa ter conquistado...

O homem não respondeu. Apenas bebeu em silêncio.

— Quando ela descobrir que ele também jogou com ela… vai implodir. E eu vou estar lá, como sempre estive, pra ver de perto a derrocada da irmã perfeita.

Nos dias seguintes, Helena se tornou outra mulher dentro da empresa. Silenciosa, observadora, letal. Cada passo que dava era calculado. Cada sorriso era estudado. Cada palavra, medida.

Leonardo parecia dividido entre manter distância e tentar se aproximar. Mas ela não lhe dava margem. Se ele realmente estivesse envolvido com Isadora, não merecia mais nenhuma parte da mulher que, por um tempo, o amou em silêncio.

E se não estivesse… ainda assim, não seria poupado por causa disso.

Júlia, fiel escudeira, trabalhava nos bastidores como uma verdadeira detetive digital. Mandava relatórios, prints, conexões estranhas entre contas e IPs. Inclusive, descobrira que a conta bancária do homem que havia feito a denúncia falsa contra Helena recebia depósitos regulares de uma empresa de fachada — uma que tinha como sócio oculto um advogado que já havia representado Isadora.

— Ora, Helena, isso não é profissional…

— Nem o que ela tem feito comigo é. — Seus olhos estavam frios. — Estou cansada de fingir que não vejo.

Carlos hesitou.

— Você está se sentindo ameaçada?

— Não. Eu estou avisando. — Ela cruzou os braços. — Se vocês acham que vão destruir minha reputação com mentiras, manipulações e ardis de bastidores… estão prestes a descobrir que mexeram com a mulher errada.

Houve um silêncio carregado.

Carlos limpou a garganta, desconfortável.

— Cuidado com o tom, Helena.

Ela sorriu.

— E o senhor… cuidado com o passado. Ele sempre volta.

Quando saiu da sala, Helena mal conseguia conter a adrenalina. Pegou o gravador e enviou para Júlia.

"Analisa. Quero ver se ele se entrega em algum momento. O jogo começou de verdade."

E naquela noite, olhando pela janela da cobertura silenciosa que dividia com Leonardo, Helena sabia que não havia mais volta.

Ela não queria vingança apenas.

Ela queria justiça.

E estava disposta a pagar o preço por isso.

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