O coquetel de lançamento da nova linha da Ferraz Corporation estava lotado. Jornalistas, empresários, políticos locais e socialites de Montserra circulavam pelos salões luxuosos do Grand Hotel Vivarini. Tudo reluzia, desde os lustres de cristal até os sorrisos falsos de quem fingia sucesso.
Helena chegou acompanhada de Leonardo. Ambos impecáveis, ela num vestido longo vinho de cetim que delineava cada curva com perfeição, maquiagem sóbria, olhos firmes. Leonardo, como sempre, de terno preto impecável, com uma mão nas costas dela – um gesto sutil, mas protetor.
Assim que entraram, todos os olhares se voltaram para eles. Murmúrios se espalharam. Helena não precisava ouvir para saber o que diziam. Ela sentia.
— Acha mesmo que era necessário vir? — perguntou Leonardo, em voz baixa.
— Precisava olhar nos olhos deles — disse, firme. — Precisa começar por hoje.
Ela caminhou com segurança, mesmo quando o coração parecia prestes a explodir no peito.
E então, o inevitável aconteceu.
— Helena? — a voz que ela tanto reconhecia soou atrás dela.
Ela se virou lentamente.
Lá estavam eles.
Gabriel Monteiro com seu eterno ar de prepotência e ao lado dele, com um sorriso triunfante, Isadora Ferraz, vestindo um vestido dourado colado ao corpo e uma expressão de quem acreditava ter vencido.
— Que surpresa te ver aqui — disse Isadora, venenosa. — Achei que preferiria se esconder depois de tudo.
— Boa noite para vocês também — respondeu Helena, com frieza. — Que pena que educação não é algo que o dinheiro compra, não é, Isadora?
Gabriel franziu o cenho, e Isadora perdeu o sorriso por um breve segundo.
— Eu soube que você e Leonardo... estão juntos agora — Gabriel disse, com um brilho amargo no olhar.
— Que bom que está acompanhando minha vida, Gabriel. Já que a sua parece estar parada em 2010.
Antes que Isadora pudesse retrucar, uma nova presença surgiu, como um fantasma do passado.
Lorenzo Falcão.
Alto, elegante, olhar penetrante e aquele sorriso de canto que Helena conhecia tão bem. Só que desta vez, ele não vinha carregado de afeto. Vinha de julgamento. De dúvida.
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