Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 10

Rashid me envolve em seus braços. Meu coração se agita, me mostrando que não estou preparada para as emoções que esse homem desperta em mim. Uma parte minha sabe que é uma farsa, mas a outra que quer se sobrepor não acredita.

—Vou te beijar agora. Tudo bem? Quero que meu pai veja que estou realmente empolgado. Que estou apaixonado.

Ergo os meus olhos a procura da câmera.

—Ela está atrás de você. Mas não olhe. Meu pai pode desconfiar.

Eu concordo. Rashid dá um sorriso lento e me puxa de encontro a ele. Tudo isso é uma farsa? Eu me pergunto quando vejo o calor do seu olhar. Com a respiração presa nos meus pulmões, observo a sua boca. Meu corpo inteiro vibra quando ele me puxa ainda mais perto e desce os lábios sobre os meus. Ele deveria ir para o inferno por ser tão sedutor. Sua língua invade a minha boca e se move sobre a minha. Meu coração se agita.

Uma mão se enrosca nos meus cabelos e agarra uma mecha deles, de modo que o meu rosto se incline mais para o seu. Ele me beija longamente, e só vai me soltando aos poucos.

— Então, vamos recapitular — Ele diz quando se inclina para sussurrar no meu ouvido. —Quando eu estiver em casa nós vamos encenar, debaixo dessas câmeras seremos bem convincentes. O meu pai é muito esperto e com toda certeza ele vai buscar as imagens para saber como está evoluindo o namoro.

Logo depois ele me afasta.

—De vez em quando vou precisar entrar no seu quarto e ficar algum tempo por lá.

Eu engulo em seco. Aos poucos as coisas vão se revelando. Quando eu entrei nessa farsa não sabia das câmeras e nem da atuação "full time".

—Por que precisa entrar no meu quarto?

— Essas roupas? Isso foi ideia sua! Você que as escolheu para mim!

—Sim, porque você não segue os costumes e certamente ficaria atrapalhada tentando passar uma imagem de alguém que não é você. Vamos nos manter próximos da verdade. —Sim, ele tinha me dito isso. —Desta forma, você não cairá em contradição.

Eu respiro fundo.

—Tudo bem. Você entra no meu quarto e pode passar um tempo por lá. Podemos assistir televisão.

Rashid sorri de forma sedutora. Um estremecimento de prazer percorre a minha espinha. Me sinto presa a uma gigante teia de uma aranha negra.

—Tudo bem.

Eu endureço meu rosto.

—Mas eu quero ser avisada antes, para me preparar. Não quero ser pega desprevenida.

—Faça uma carinha melhor. Lembre-se que você está sendo filmada. — Eu volto a forçar um sorriso. —Tudo bem, você será avisada. Quer se deitar?

Eu respiro fundo.

—Sim. Acho melhor.

—Não quer comer nada antes?

—Não, eu tomei um bom café no hotel, com aquela massa folhada de baunilha que você indicou.

—Hum. —Ele diz com um sorriso — Então vamos conhecer o seu quarto. Vou ficar um tempo por lá.

—Já? — Meu coração salta.

Ele dá uma risada seca.