No dia seguinte acordo no horário e me encontro com Rashid na sala. Ele está lendo o jornal. A julgar por sua carranca, ele parece de mau humor.
Comemos o tempo todo em silêncio. Eu deveria ter ficado na cama. Penso ao notar que sua carranca permanecia.
—Essa semana irei viajar. Ficarei uns quinze dias fora. Ligarei para você todos os dias para ter notícias do meu pai e como andam as coisas. Eu não confio nas palavras dele, ele pode estar morrendo e dizer para mim que está tudo bem. Então, carregue o celular o tempo todo com você.
Hum, acho que agora entendi seu mau humor. Acredito que ele esteja preocupado com o pai.
—Tudo bem.
—Como sabe, enquanto estivermos vivendo essa farsa sua vida externa é inexistente. Não tem amigos, não tem saídas dessa casa. Você ficará aqui, boazinha, aguardando seu habibi.
Eu aperto os lábios para não rir, mas falho miseravelmente.
— Eu aprecio seu esforço para não rir da minha cara abertamente —Ele diz.
— Desculpe-me.
—Posso saber por que riu?
Eu aperto os lábios novamente sufocando novo riso.
—Foi o jeito que você falou. —Falo séria e dou um gole no meu café. Não quero cutucar a onça com a vara curta.
Rashid apenas olha para mim por um longo momento. Esse silêncio está estranho.
Ele diz persuasivo:
—Por que dificulta tanto as coisas? Você apreciaria muito as noites comigo. Sei o que sente quando está em meus braços. A vida é tão curta. Você viu meu pai?
Suas palavras diretas me surpreendem. Arrepios nervosos correm desenfreados por todo o meu corpo. Não gosto da maneira como ele me deixa confusa.
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