Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 40

O mês passou rápido, penso observando meu reflexo no espelho. Não mais me reconheço. Aquela garota muito magra foi dando lugar a uma bela mulher. O tempo que fiquei na mansão, eu engordei e peguei formas. Se eu fosse vaidosa e frívola, seria motivo para satisfação, mas nunca tive tempo para me preocupar com isso. Tive que amadurecer cedo e problemas cruciais do dia a dia me consumiram o tempo.

Preocupar-me comigo mesma tem sido uma experiência nova. Eu me sinto diferente ultimamente. A falta de estresse e as preocupações com as finanças me fazem me sentir leve, como se os grilhões da pobreza tivessem sido arrancados de mim.

Rashid me enche de roupas lindas e caras e exige que eu esteja sempre pronta, linda e bem para recebê-lo. Mas isso não me fascina, nem joias, nada.

Estou feliz que eu tenha um teto sobre a minha cabeça, isso é o suficiente para me fazer me sentir segura. Só me falta uma coisa, Rashid reconhecer que no fundo me ama...

—Está pronta? —Ele pergunta, quando entra no banheiro.

—Sim. —Confirmo com um sorriso. De repente, eu me pego me sentindo nervosa novamente. Talvez se ele aceitasse bem minhas origens, eu não ficaria.

—Você está linda esta noite. —Ele diz de repente, quase demasiado baixo.

Eu tento conter minha surpresa com o seu elogio. Ele ultimamente não tem me elogiado muito.

—Verdade?

—Sim. Você pensa que não percebo os olhares dos homens voltados para você?

—Sério? — Eu lhe dou um sorriso me sentindo bem em saber que ele está com ciúmes.

Suas sobrancelhas juntam-se em pensamento, os lábios muito grandes franzidos quando ele me olha.

—Você é minha propriedade particular. Não se esqueça disso! —Pronto, ele tinha que estragar tudo. Achei um horror essas falas.

Ele me puxa possessivamente.

—Vamos! Esse jantar é importante. —Ele diz seco e mandão.

Entramos na sala, então nos deparamos com uma triste cena. A enfermeira apavorada, examinando o Sheik que está com a cabeça tombada de lado.

—Baba! Baba! —Rashid grita angustiado e corre até ele.

—Ele desmaiou agora. Vou pegar o carrinho de oxigênio. —A senhora Taylor diz saindo apressada da sala.

—Khadija fique com ele. Vou ligar para o médico. —Rashid diz transtornado.

Eu me sento ao lado do Sheik e pego suas mãos frias. Antes do médico chegar o Sheik recobrou a consciência. Rashid pegou o pai no colo e o levou para o quarto. Foi triste ver essa cena.

Vinte minutos depois desce no heliporto da propriedade o médico da família. Doutor Jonas. Foi até que rápido sua chegada, muito mais rápida do que se ele tivesse vindo de carro. Mas para um homem que está à beira da morte, uma eternidade sua espera, momentos desesperadores para Rashid. Nunca o vi tão transtornado.

Tão logo o médico chegou, Zilá já o conduziu para o quarto.

Eu agora estou na sala esperando por Rashid, aflita por notícias do Sheik. Mas quem sai é o médico, eu corro até ele.

—E então?

Ele aperta os lábios.

—Resta-lhe pouco tempo. O coração está fraco demais. Ele não sairá mais da cama.

Eu levei a mão a boca para conter meu choro. O senhorzinho de cabelos brancos, acena tristemente e sai.

Eu fico na sala angustiada. Quero muito ver Rashid, lhe dar uma palavra amiga.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Em suas Mãos (Barak 2)