Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 41

Rashid

Tento passar naturalidade para o meu pai. Seguro as mãos dele passando lhe força.

—Filho, acho que é hora de você chamar Zafir e Amina. Mas não quero alarmá-los. Só diga que quero vê-los. —Ele diz com voz fraca.

Eu assinto.

—Pai, ótima decisão. Eu sempre achei errado o senhor poupá-los de tudo isso.

Meu pai fecha os olhos e me encara.

—Zafir fez sua vida há milhares de quilômetros longe daqui. Não adiantaria em nada preocupá-lo. E Amina está grávida. Isso faria muito mal a ela. Por isso os poupei. Mas agora que não me resta muito tempo. Eu preciso vê-los.

—Pai, milagres acontecem. Não pense assim.

—Não filho. Allah quer me levar.

Eu sinto um baque com as palavras dele. Sua resignação me dá raiva.

—Eu vou ligar para meus irmãos.

—Sim, faça isso e eu os coloco a par da minha saúde. Mas agora não conte nada, apenas diga para eles virem para passar uns dias. Sem pressa de ir embora. Fale que preciso falar com eles com urgência.

Eu engulo meu choro.

—Tudo bem.

—Quando você marcará a data do seu casamento? —Meu pai pergunta observando atentamente meu rosto.

—Pare de se preocupar comigo! —Eu digo nervoso.

—Você não está enrolando essa moça. Está?

—Pai. Eu amo Khadija. —As palavras simplesmente saíram da minha boca, sem eu pensar muito sobre isso.

Meu pai ri.

—Eu sei. Que bom! Quero que saiba que eu amo Khadija como uma filha, você tem minha benção.

Assinto para ele sem saber mais o que dizer.

Saio do quarto do meu pai transtornado. Arrasado. Não me sinto preparado para sua partida. E não me sinto preparado para liberar Khadija.Estou confuso com relação a isso.

Entro na sala e encaro Khadija. Ela chora. Meu coração se fecha, meu rosto endurece como granito.

—Restam-lhe poucos dias. Meus irmãos virão para vê-lo e ficarão aqui uns dias. Despede-se de meu pai, é a última vez que irá vê-lo, simulará uma gripe e permanecerá em seu quarto até...

Eu não consigo terminar a frase e abaixo a cabeça. Sinto as lágrimas nos meus olhos.

—Por quê? —Ela pergunta, aflita.

Eu a encaro. Seu questionamento e o jeito triste de ela me olhar apertam meu coração. Isso me irrita mais.

Por que ela tem que complicar as coisas?

—Por quê? Por que não estou afim de encenar para eles. Não tenho cabeça e não quero dar explicações sobre você aos meus irmãos. Entende?

—Eu poderia ficar no seu hotel.

Eu respiro fundo.

—Não.

—Não? —Ele pergunta, tentando me entender.

Se ela fosse para o hotel, seria demasiadamente estranho. Zilá e os empregados estranhariam esse fato, e eu não sei se terei forças para dispensar Khadija tão logo meu pai parta. Só de pensar nisso me angustia. Eu preciso dela. Eu só tenho ela para me consolar quando ele se for.

—Não! Quero você aqui!

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Em suas Mãos (Barak 2)