Alex caminha até o quarto onde Rebecca repousa e passa toda a tarde em uma poltrona, observando-a enquanto dorme. À noite, quando ela desperta, ele está de pé diante da janela, perdido em seus próprios pensamentos. Rebecca fita as costas dele, as lágrimas escorrendo por seu rosto, sentindo o peso sufocante em seu coração. Ela suspira, reunindo a coragem necessária para encará-lo.
— Alex? — Chama com a voz trêmula.
Ao ouvir a voz dela, o coração de Alex acelera, mas ele continua imóvel, incapaz de encará-la.
— Alex, por favor, olhe para mim. — Implora, sentando-se na cama e lutando contra as lágrimas.
— Como você se sente? — Pergunta ele, sem ainda conseguir encará-la.
— Por favor, olhe para mim, Alex. — Suplica, lágrimas escorrendo. — Olhe para mim, eu te imploro.
Alex permanece imóvel, sentindo seu coração doer ao ouvir o choro de Rebecca. Por mais que ele tente, não consegue reunir coragem para encará-la. Ele está perdido, sem saber o que dizer ou como agir naquele momento.
— Como você está? — Repete a pergunta.
— Por que você está me perguntando se já sabe, Alex? Por que está aqui se nem consegue me olhar?
— Quero ouvir de você, Rebecca. Quero que você me diga. — Insiste, lutando para conter suas próprias emoções.
— O que você quer saber, Alex? Que tipo de pessoa horrível eu sou? Quer entender como pude machucar nossa bebê? Eu não sei, simplesmente aconteceu. — Diz, chorando incontrolavelmente, incrédula com suas próprias ações. — Eu não mereço ser feliz, eu deveria estar morta. Vá embora, Alex, apenas vá embora. Você não deveria estar aqui.
— Rebecca. — Murmura, virando-se para ela. — Por favor, não repita essas palavras, eu não quero ouvi-las. — Diz enquanto enxuga as lágrimas, aproximando-se e segurando a mão dela, que ela puxa como se o toque dele a queimasse.
— Eu não mereço perdão, Alex, sou um monstro. Entenda isso de uma vez. — Continua em sua autodepreciação.
— Pare com isso, por favor.
— Odeio você, Alex. Foi por isso que fiz tudo isso. Eu deveria ter partido junto, para que sua dor fosse ainda mais insuportável. Saia daqui, por favor. Eu me odeio. — Suas palavras são um misto de angústia.
— Como você conseguiu, Rebecca? Como encontrou essa coragem? Como ousa proferir essas palavras quando suplico que não o faça? Por que decidiu me destruir? — Questiona, lágrimas escorrendo. — Estive aqui, dando-lhe todo o meu amor, sempre à disposição para você, e no final, é isso que mereço? É uma crueldade sem igual. Estou lutando de todas as formas para aceitar isso. Esperei pacientemente para que se recuperasse, para que pudesse se despedir dela, mas você optou por ser um monstro. Não merece minha consideração. Conseguiu o que desejava, Rebecca, porque minha dor é insuportável. Você acabou de morrer para mim!
Rebecca observa com os olhos marejados enquanto ele deixa o quarto. Ela se joga na cama, enchendo o ambiente com seu lamento desesperado. Pressionando um travesseiro contra o rosto, visando abafar os gritos de dor que escapam. Cada palavra amarga que proferiu, a atormenta profundamente, pois magoá-lo é o último desejo de seu coração. Ela nunca quis causar-lhe sofrimento, mas naquele momento, não viu outra maneira de afastá-lo. Afinal, ela não se enxerga como merecedora do perdão ou do amor que ele lhe dedicou. Em sua angústia, ela implora em silêncio para que a morte a leve. No corredor, Alex cruza com Richard, que percebe a intensa raiva em seu rosto.
— Richard, por favor, desligue os aparelhos da minha filha. — Diz, com a voz firme, sem aguardar resposta, e caminha até o quarto da filha. Diante da cama, ele toma a mãozinha dela com carinho. — Minha bebezinha, me perdoe, falhei com você. Te amo com todo o meu coração. Que você se torne um lindo anjo no céu e, um dia, possa nos perdoar. Sentirei sua falta a cada minuto até nos reencontrarmos. Descanse em paz, meu amorzinho. — Beija suavemente sua testa. — Eu te amo, minha princesa. Sempre vou te amar. — Com o coração despedaçado, se levanta e sai do quarto, em direção à saída do hospital.
Enquanto isso, no quarto de Rebecca, Richard observa enquanto ela chora incessantemente. Sem dizer uma palavra, ele se aproxima, senta-se ao lado dela e a envolve em um abraço.
— Querida, você está bem? — Ela faz um sinal com a cabeça afirmativa. — Vocês tiveram uma briga?
— Richard, como era meu bebê? — Pergunta, a voz falhando entre soluços.
— Rebecca, era uma linda menina. Ela foi forte, lutou com valentia, mas era tão frágil que não conseguiu resistir. — Responde, com lágrimas nos olhos.
— Onde ela está agora?
— Ela está na UTI neonatal, Alex insistiu em mantê-la nos aparelhos. Compreendemos o quão angustiante isso é, mas tentamos de todas as maneiras aconselhá-lo a encerrar esse sofrimento. — Explica com pesar.
— Ele fez isso para que eu pudesse me despedir.
Com as palavras de Rebecca, Richard compreendeu finalmente os motivos pelos quais, Alex relutava em seguir em frente.
— Richard, você pode me levar até ela? — Pede com uma voz trêmula.
— Rebecca, ela não está mais aqui. Não faça isso, só aumentará sua dor. — Aconselha, preocupado.
— Por favor, Richard, eu preciso vê-la. Não me negue isso. — Insiste, com olhos cheios de lágrimas.
— Então, prometa-me que ficará bem? Prometa que não terá outra crise.
— Eu prometo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ENTRE O AMOR E O ÓDIO
Também estou amando esse romance estou lendo ele no taplivros estou no capítulo 135, pensei que iria encontrar todos os capítulos disponíveis aqui....
Obrigada pela leitura,quero muito saber como termina e o que acontece com aquela megera de amiga e a maluca da Nicole....
Gratidão pela leitura .... por favor mais capítulos...
Quando vai ter a continuação do livro? Ou termina aqui ?...