ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 123

No quarto, Rebecca irradia uma sensação de alegria. Enquanto se prepara, ela se agarra às suas memórias mais felizes. Após um banho revigorante, ela desliza em um vestido longo e branco, que realça sua sensualidade. Seu cabelo está elegantemente preso no alto, e uma maquiagem leve, mas que destaca seus lábios vermelhos. Diante do espelho, ela sorri satisfeita e sai do quarto, ansiosa e empolgada, incapaz de conter seu entusiasmo.

Ao descer as escadas, seus olhos encontram os de Alex, e a cada degrau que ela desce, seu coração bate descompassado, especialmente quando ele se levanta e a espera em frente à escada. Quando ela chega ao último degrau, ele estende a mão para ela.

— Você está simplesmente deslumbrante. — Diz, puxando-a gentilmente para perto, inalando seu perfume.

— Me desculpe pela demora. — Responde com as bochechas coradas, fazendo-o sorrir.

— Cada minuto de espera valeu a pena. Eu poderia te levar para jantar fora e mostrar sua beleza a todos. Mas hoje, desejo algo mais íntimo. — Pega-a pela mão e a conduz para a sala de jantar.

— Foi você quem cozinhou tudo isso? — Indaga, seus olhos brilhando de surpresa enquanto observa a mesa repleta de seus pratos favoritos.

— Apenas organizei, você sabe que eu não cozinho. — Alex puxa gentilmente a cadeira para que ela se sente.

— Obrigada, Alex. Mas por que fez tudo isso?

— São quatro anos, acho que hoje podemos esquecer todos os nossos problemas e apenas aproveitar a companhia um do outro. — Sorri com ternura, abre uma garrafa de vinho e enche a taça de Rebecca. — Você concorda?

— Sim, eu concordo. — Responde, sentindo-se profundamente tocada.

— E como está se sentindo?

— Nesse momento, me sinto feliz. E você?

— Eu também. — Responde, sentando-se à mesa. — Espero que goste do jantar.

— Com certeza vou adorar, tem tudo que amo aqui. — Responde, seus olhos fixos nos dele. — “Incluindo você.” — Pensa enquanto o admira.

Eles começam a jantar em um clima agradável e amistoso, trocando olhares e sorrisos constantes. Naquele instante, eles deixam de lado todas as tristezas e dores do passado.

— Você faria algo diferente, se pudesse mudar o passado?

— Muitas coisas, começaria não fazendo a atro… — Rebecca começa a responder, mas sua voz falha e ela abaixa o olhar. — Eu não magoaria você com todas as palavras duras que eu disse.

— Eu faria o mesmo, as palavras conseguem causar muita dor. Não podemos mudar o passado, mas podemos ser versões melhores no futuro.

— Estou tentando ser, embora ainda cometa os mesmos erros do passado. — Admite timidamente, lembrando-se das últimas noites.

— É difícil viver sem errar, faz parte do aprendizado, mesmo quando repetimos os mesmos erros mais de uma vez.

Ela encara-o e oferece um sorriso leve, desejando que aquele momento entre eles dure para sempre.

— Obrigada por esse jantar, foi maravilhoso. — Agradece com gentileza.

— Ainda não acabou. Espere um momento. — Alex se levanta e sai da sala de jantar. Depois de um tempo, ele retorna com um bolo nas mãos. — Essa noite não poderia acabar sem uma sobremesa. — Diz, colocando o bolo na mesa.

— Estou satisfeita, Alex. Acho que não consigo comer mais nada.

— Foi você quem disse que não se pode desperdiçar uma maravilha dessas. — Comenta, ocupando a cadeira à mesa e, com um gesto gentil, puxa a cadeira dela para mais perto, criando uma proximidade que a faz sentir-se nervosa. Ela desvia o olhar por um instante, mas Alex suavemente segura seu queixo, forçando-a a encará-lo. — Você sempre foge do meu olhar quando está nervosa. Não precisamos disso, é apenas um bolo.

— Eu sei, tudo bem, eu vou comer. — Responde, tentando esconder seu nervosismo.

— Boa menina, você nunca me decepciona. — Elogia, fazendo suas bochechas corarem enquanto ela tenta controlar suas emoções. Ela observa atentamente os movimentos dele. Alex pega um garfo, põe um pedaço de bolo e o leva até a boca dela.

— Não acredito que você lembrou. — Diz, surpresa, ao perceber que é o seu bolo favorito.

— Eu nunca esqueceria nada sobre você. — Responde, levando sua mão ao rosto dela e acariciando-o. Rebecca fecha os olhos, aproveitando os toques dele. — Você é tão linda. — Ele leva outro pedaço de bolo até a boca dela, e então seus lábios se encontram num beijo carinhoso. — Esse sempre será meu jeito preferido de comer esse bolo.

— Alex, eu não posso mais fazer isso. — Diz, sua voz embargada pela emoção. — Vou em…

— Eu sei. — Interrompe, compreendendo as palavras não ditas. — Não vamos estragar a noite com esse assunto. Falaremos sobre isso em outro momento. — Enxuga com carinho as lágrimas que escorrem dos olhos dela. — Não chore, tudo isso vai passar.

Rebecca, em busca de conforto, abraça-o e chora em seu peito, sentindo que aquele momento é uma despedida do amor que um dia compartilharam.

— Me desculpa, eu não consigo evitar. — Murmura, ainda abraçada a ele.

Alex suavemente segura-a pelo queixo, olhando profundamente nos olhos tristes dela, antes de beijá-la apaixonadamente, envolvendo-a em seus braços.

— Obrigado pela companhia durante o jantar, adorei passar esse tempo com você.

— Eu que agradeço, Alex. Amei esse momento. — Responde com um sorriso, e Alex, correspondendo, dá um leve beijo em seus lábios antes de se levantar e caminhar em direção à porta.

— Tenha uma boa noite, Rebecca. Por favor, durma em outro quarto hoje. — Conclui e sai da sala de jantar, deixando-a sozinha.

Rebecca permanece sentada, lágrimas escorrendo por seu rosto. A mistura de felicidade e tristeza que o jantar trouxe é avassaladora, por saber que a história ao lado dele chegou ao fim naquela noite.

Na manhã seguinte, eles se encontram na sala de estar e trocam sorrisos.

— Por que estou aqui? — Pergunta, esfregando as mãos nervosamente.

— Você sabe, Rebecca, está na hora de termos essa conversa. Há algo que você queira me dizer? — Alex levanta-se e se aproxima dela, apoiando-se na mesa, enquanto a observa inquieta. — Por favor, olhe para mim. — Pede e ela encontra o olhar penetrante dele.

— Não, eu não quero te contar nada. — Responde em um sussurro, lutando para manter o contato visual.

— Rebecca, com quem você esteve há algumas noites? — Indaga, observando-a corar e desviar o olhar.

— Alex, eu conheci um homem no pub. — Responde, baixando o olhar, tentando manter a falsa narrativa.

— Eu o conheço, Rebecca?

— Não, Alex, eu acabei de dizer que o conheci no pub. Enquanto você estava flertando com aquela senhorita.

— Eu não estava flertando, Rebecca. Aquela mulher é Eliza Amber, do grupo Enter prise A&S, estávamos negociando.

— Negociando num pub?

— Sim, a Srta. Amber que decidiu o lugar. Mas quanto a você e o tal homem que você conheceu no pub, você teve algum envolvimento com ele? — Rebecca baixa a cabeça e balança-a afirmativamente. — Você transou com ele?

— O que isso importa, Alex?

— Talvez não importa! — Alex suspira, mantendo seu olhar firme em Rebecca. — Mas isso me faz lembrar do começo, do nosso contrato. Lembra da cláusula que nos permitia estar com outras pessoas? Afinal, nos últimos meses, foi basicamente isso, não acha?

— Alex, por que estamos discutindo isso?

— Só estou tentando entender nossos últimos meses juntos. Mas, enfim, me conta. Você gostou, Rebecca? Aproveitou sua noite?

— Por que está me fazendo essas perguntas? Por favor, não quero discutir isso.

— É apenas curiosidade, Rebecca. Agora que você esteve com outro homem, fica mais fácil avaliar se o que tínhamos era bom.

— Alex, pelo amor de Deus, não quero continuar com esse assunto.

— Algum dia você me amou, Rebecca? Houve um momento real em que você me amou no passado? Ou tudo isso foi um jogo, e você estava me enganando esse tempo todo?

Rebecca não consegue escapar do olhar penetrante de Alex naquele momento, como se o mundo inteiro estivesse desmoronando ao seu redor. Ela se encontra em uma encruzilhada interna, travando uma batalha intensa consigo mesma enquanto busca as palavras adequadas para dar uma resposta àquela pergunta.