ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 161

Na manhã seguinte, Nicole acorda com um brilho radiante em seus olhos, ansiosa para retomar sua vida profissional com Alex. Voltar a integrar a equipe da Wealth Technologies é o primeiro passo para adentrar o coração do homem que ela ama desde os seus dezoito anos. Desde o instante em que o viu pela primeira vez na universidade, teve a certeza de que nenhum outro homem poderia ocupar aquele lugar especial em seu coração. Somente ele, juntamente com a perspectiva de finalmente conquistá-lo como o homem dos seus sonhos, a fazem flutuar nas nuvens, dando início ao seu próprio conto de fadas. Ao entrar na sala de jantar, Nicole se destaca com seu traje elegante e, ao mesmo tempo, sedutor, capturando imediatamente a atenção de Peter.

— Por que toda essa produção? — Pergunta, enquanto a observa com um sorriso surpreso nos lábios.

— Peter, nestes quase oito meses que se passaram desde aquela noite, tenho ponderado sobre como me aproximar de Alex e acredite ou não, ele mesmo resolveu o meu dilema ao me convidar para trabalhar. Meu homem não aguenta mais a pressão e ele necessita do auxílio de alguém tão eficiente e inteligente como eu. Enfim, ele está começando a enxergar que sou a melhor escolha para ele. Alex jamais encontrará outra mulher como eu.

— Você já tem um plano para salvá-lo? — Indaga, olhando Nicole com curiosidade.

— Melissa! No devido tempo, vou entregá-la à justiça e por acidente, ela conhecerá o seu fim. — Responde, esboçando um sorriso sinistro. — Mas não quero me atrasar no meu primeiro dia em direção à minha felicidade. Tenha um ótimo dia, meu adorável marido. — Acrescenta, apertando a bochecha dele e saindo cheia de entusiasmo.

Nas instalações do grupo Wealth, Alex percorre seu espaçoso escritório com inquietação, enquanto Douglas observa cada passo. Douglas conhece o chefe o suficiente para decifrar os sinais, quando Alex começa a perambular assim, algo o aflige ou está tramando algo importante.

— Douglas, está tudo pronto na sala dela?

— Sim, Sr. Baker. — Responde, desviando brevemente o olhar das notícias em seu celular para dar total atenção ao seu chefe.

— Não quero falhas. Quero saber tudo, até mesmo sua respiração, enquanto ela estiver naquela sala. Você entendeu?

— Claro, Sr. Baker. Pode ficar tranquilo, eu cuidei de todos os detalhes. Tudo o que ela fizer naquela sala, nós ficaremos sabendo.

— Excelente. E quanto à Sra. Morgan?

— Ela segue sua rotina diária como se nada tivesse acontecido. A Sra. Morgan não tem a menor suspeita de que todas as evidências estão em nossas mãos. Sr. Baker, como você tem tanta certeza de que a Sra. Curtis está envolvida nisso?

— Você acha que a Sra. Morgan é alguém inteligente o bastante para planejar isso? Veja bem, Douglas, o primeiro pagamento àquela empregada foi feito em dinheiro, não rastreável por nenhuma das duas. No entanto, todos os pagamentos subsequentes foram transferências provenientes das contas da Sra. Morgan. Está claro que uma teve o cuidado de não deixar rastros, enquanto a outra não considerou isso ao ser chantageada.

— Você está certo. Mas de onde acha que veio esse dinheiro?

— Sinceramente, não sei e é algo que me angustia. Como alguém pode ser tão desumano? — Indaga, afundando em sua cadeira com um olhar de tristeza inconfundível. — Quando foi a última ligação?

— Foi no final de maio. Alguns dias depois, o celular dela perdeu o sinal, mas não há registro de um desaparecimento. Tudo leva a crer que ela não tinha família. — Responde Douglas.

— Em junho, eu estive aqui para a leitura do testamento do meu avô. Foi quando encontrei a Sra. Curtis e o Sr. O'Donnel. Ryan me disse que eles já estavam em Boston há um mês. Você acha mesmo que isso é coincidência? Claramente, não é. Mas não posso me permitir pensar nisso agora, porque estou à beira de explodir quando ela cruzar aquela porta.

— Só posso desejar a você boa sorte com isso, eu não teria o teu sangue-frio. — Constata, levantando-se e se dirigindo para a porta.

— Douglas? — Chama, fazendo-o parar e virar-se para encará-lo. — Durante o horário de trabalho dela, não vamos tocar nesse assunto. Se houver algo urgente, me notifique por e-mail e se necessário, sairemos da empresa. Entendeu?

— Perfeitamente, Sr. Baker. — Concorda antes de sair da sala.

Rebecca se esforça para se manter ocupada com a rotina de trabalho ao lado de Leandro, mas o passado continua a assombrá-la. No primeiro dia de seu retorno, ela se depara com uma crise no grupo Murphy.

— Eu simplesmente não encontro palavras para descrever a fúria que estou sentindo. — Rosna Leandro, desferindo um soco na mesa.

— E quais são as alternativas? — Questiona Rebecca, sua mente trabalhando a toda velocidade em busca de uma solução.

— Não há, Rebecca, nenhuma. Alex está cumprindo suas ameaças. As construtoras que ele não comprou, estão agora se associando ao grupo Wealth, e ele não permitirá que continuem fazendo negócios conosco. Se permitirmos, os custos dos contratos irão disparar.

— Droga! Os problemas de Alex e os meus estão afetando todos nós. Leandro, estou sem opções. Acho que devo falar com ele, tentar encontrar uma solução que não envolva terceiros.

— Não adiantará, você sabe disso melhor do que ninguém. Alex sempre faz o que promete. — Responde Leandro, sua voz carregada de desânimo.

— Está certo, então vamos entrar nesse jogo também. — Diz Rebecca, ponderando todas as possíveis estratégias.

Após aquela manhã agitada no grupo Murphy, Rebecca tomou uma decisão audaciosa. Utilizando a generosa herança que recebeu do avô de Alex, ela adquiriu o grupo Chase Enter prise. Para manter sua participação discreta, optou por registrar a empresa em um trust, mantendo seu nome completamente desvinculado das transações. Isso permitiu a Rebecca estabelecer relações diretas com o grupo Wealth Technologies, garantindo a contínua prosperidade do grupo Murphy.

Enquanto isso, Alex continuava demonstrando interesse por Nicole, embora mantivesse sua postura profissional. Ele a observava cuidadosamente, deixando claro que estava começando a achar atraente a presença dela. Nicole, percebendo os olhares intensos de Alex, estava confiante de que podia conquistá-lo. Ela se esforçava ao máximo em todos os contratos e interações com ele, desempenhando um papel sedutor com sutileza.

Rebecca retornou a Boston há três meses, mas durante esse período, ela não havia tido qualquer contato com Alex. Sua prioridade era visitar regularmente seus filhos, especialmente após confiá-los aos cuidados de Samantha e André. Na semana seguinte à sua partida, o casal havia tomado a decisão de se mudar para Nova York, o que facilitava significativamente as visitas de Rebecca às crianças.