ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 170

Nicole, ao adentrar a sala de estar em sua casa, se deixa cair no sofá com um sorriso que reflete sua alegria. Ela está profundamente envolvida na relação com Alex, mesmo que ele ainda não tenha se entregado completamente. Ela sabe que apenas Peter se interpõe entre eles. Quando Peter entra na sala, ele sorri ao ver Nicole imersa em seus pensamentos e se acomoda ao seu lado, trazendo-a de volta à realidade.

— E então, como foi? — Questiona Peter, captando seu olhar.

— Você está horrível! — Exclama, com um sorriso debochado.

— Sim, aquele filho da puta, bate forte. — Reclama, demonstrando sua frustração.

— Por favor, não fale assim dele. Nosso plano deu certo, Peter. Ele ficou realmente com ciúmes. Beijou-me pela primeira vez, acredita? E implorou para eu resolver o divórcio logo.

— Pensei que o destemido Alex Shaw fosse mais perspicaz. Como ele não percebe que você é uma vaca manipuladora habilidosa? — Indaga, recebendo um tapa no rosto, enquanto a tensão entre os dois aumenta.

— Olha como você fala de mim. Eu te paguei muito bem para interpretar todo esse papel. — Constata, sentando-se no colo dele. — Já que você não quer conceder o divórcio, ao menos me dê o prazer que você está impedindo que Alex me dê. Fique comigo agora. — Conclui, beijando-o, expressando seu desejo. — Vou manter os olhos fechados, imaginando ser ele aqui comigo.

Naquele momento, Peter atende ao pedido. Nicole é uma mulher muito atraente, e sempre que ela está excitada dessa forma, ele se sente satisfeito em satisfazer os desejos dela.

Alguns dias depois, todos os amigos e alguns familiares se reúnem em Nova York para celebrar o primeiro aniversário dos gêmeos. Rebecca cuidou de todos os detalhes para tornar a festa memorável, mesmo que, em seu íntimo, ela saiba que algo está faltando, o pai de seus filhos, o homem que ela ama. O pequeno clube está completamente decorado para o evento, com o tema escolhido por Rebecca sendo o zoológico e os gêmeos estão vestidos como pandas, ressaltando o quanto eles são adoráveis.

— Eles estão absolutamente adoráveis, Becca. — Diz Maria, abraçando-a com carinho.

— Maria, eu queria tanto que ele estivesse aqui. — Fala Rebecca, lutando para conter as lágrimas. — Vocês têm tentado entrar em contato com ele?

— Ele sempre recusa nossas tentativas de comunicação. De certa forma, é bom, porque não sei se conseguiria manter o teu segredo. Amo o Alex como se fosse meu próprio filho e continuarei acreditando nele até o último dia da minha vida. — Conclui, envolvendo Rebecca em um abraço acolhedor, demonstrando seu apoio inabalável.

— Sei e fico grata por vocês amarem e apoiarem o Alex. Tentei permanecer ao lado dele, mas ele me afastou e estou lutando para entender o porquê. Tenho certeza de que o Alex não fez o que alega ter feito e após vê-lo, isso ficou ainda mais claro, mesmo com a teimosia dele em assumir a culpa. Estou considerando contar a ele sobre os gêmeos. O que você acha? — Indaga, a incerteza marcando seu olhar.

— Querida, tudo o que quero é a felicidade do Alex e a sua também. No entanto, se ele está se afastando, se a deixou assustada a ponto de manter distância, talvez seja prudente dar-lhe espaço por enquanto. Prefiro acreditar que há uma explicação para tudo isso, do que aceitar que estou equivocada e que meu filho cometeu algo tão terrível. — Maria responde com voz terna, mas carregada de sentimentos.

— Compreendo. — Conclui Rebecca, expressando sua compreensão e apreço pela preocupação de Maria.

À medida que o tempo avança e as pessoas se divertem na festa, o cansaço dos gêmeos começa a se tornar evidente. Rebecca decide então dar início à tradicional canção de “Parabéns”. Com seus filhos no colo durante esse momento especial, ela não consegue conter as lágrimas de emoção e tristeza. Em silêncio, agradece a dádiva que são seus filhos e, ao mesmo tempo, pede desculpas, em seu íntimo, por privá-los do convívio com o pai.

Após o tocante “Parabéns”, Rebecca passa mais um tempo socializando com os amigos e finalmente, se despede. Ela parte para casa com os gêmeos, acompanhada por André e Samantha. Ao chegarem em casa, Rebecca dá um banho nos filhos e aquele momento parece revigorá-los.

— Estou completamente exausta. — Resmunga, colocando os filhos nos carrinhos. — Em breve, não conseguirei mais carregá-los nos braços.

— Rebecca, você é incrível por conseguir fazer tudo isso. Eles estão crescendo tão rápido. — Afirma Samantha. — Vá tomar um banho, eu vou levá-los para um passeio na quadra, assim você poderá relaxar um pouco.

— Obrigada, prima, você se tornou um anjo na minha vida.

— Quem diria, vocês duas se tornaram tão próximas. — Constata André. — Vou te acompanhar, querida. — Conclui, empurrando o carrinho de Nicolas.

Rebecca observa sua prima e seu amigo saindo com seus filhos, um sorriso de gratidão em seu rosto, refletindo o quanto ela valoriza a presença deles em sua vida. Ela se dirige ao banheiro, enche a banheira e desfruta de um banho relaxante, tendo a certeza de que seus filhos estão sendo bem cuidados.

Samantha e André conduzem os gêmeos até o apartamento de Alex, permitindo que ele compartilhe um tempo precioso com os filhos no dia do seu primeiro aniversário.

— É uma sensação indescritível. — Alex diz com a voz embargada, enquanto enxuga as lágrimas.

Os gêmeos continuam repetindo a palavra “papai” várias vezes e cada vez que a pronunciam, é como uma melodia que entra pelos ouvidos de Alex, aquecendo seu coração de uma forma inexplicável. Emocionado, Alex presenteia seus filhos com dois adoráveis pandas de pelúcia, mantendo o tema da festa e com os livros “A Lagartinha Muito Comilona” e “Amigos” de Eric Carle, que ele planeja ler todas as noites que estiver com os filhos. Assim, fortalece ainda mais o vínculo especial que compartilham.

Alex sorri com cada foto do aniversário dos filhos e André transfere todas as fotos que estão com os gêmeos e Rebecca para ele. Quando o telefone de Samantha toca, eles se dão conta de que estão horas fora de casa.

— Prima, vocês estão bem? — Questiona Rebecca, preocupada, ao ser atendida.

— Sim, prima, já estamos voltando. Estamos no parque com os gêmeos, acabamos perdendo a noção do tempo. — Responde Samantha com um tom de tranquilidade. O dia com os gêmeos foi tão especial que eles nem perceberam o tempo passar.

— Em qual parque vocês estão? Vou encontrá-los.

— Não precisa, os gêmeos estão exaustos, e estamos voltando para casa. — Samantha diz, desligando o telefone antes que Rebecca possa insistir. — Precisamos ir.

— Certo, mais uma vez, muito obrigada por tudo. — Agradece sinceramente. — Meus amores, papai ama vocês, estou cuidando de tudo e em breve estaremos todos juntos. — Alex diz, beijando e abraçando seus filhos com ternura, transmitindo seu amor e carinho antes de saírem e voltarem para casa.

Na hora de se despedir, os gêmeos derramam lágrimas ao serem afastados dos braços do pai. Os pandas de pelúcia são gentilmente oferecidos a eles na esperança de acalmar suas emoções.

— Vamos dizer que os compramos no parque. — Sugere André, ajeitando os gêmeos nos carrinhos.

— A cada dia que passa, fica mais difícil. — Alex desabafa com tristeza, referindo-se à dor de se despedir dos filhos. Ele beija os filhos mais uma vez e observa André e Samantha se afastarem com as crianças. — Preciso resolver isso de uma vez. — Murmura, fechando a porta com pesar quando não consegue mais vê-los. A necessidade de reunir a família o atormenta, tornando a separação ainda mais dolorosa.