ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 176

Rebecca continua a percorrer os cômodos da casa, narrando com entusiasmo as particularidades de cada um. Quando chega ao último cômodo, o quarto do casal, uma suave melancolia paira no ar. Ela solta a mão dele e se dirige até a ampla janela, que proporciona uma vista esplêndida do exuberante jardim na entrada da casa.

— Escolhi essa vista pensando em você, sabendo o quanto aprecia momentos de contemplação diante de uma paisagem serena. — Comenta, permanecendo de costas para ele. — É uma vista linda, não acha?

— A mais linda de todas. — Responde, referindo-se a ela, como sempre faz. Aproxima-se e a abraça por trás, encostando seu queixo na cabeça dela. Rebecca fecha os olhos, imersa naquele instante, enquanto passa os braços sobre os dele. — Você é o meu refúgio, o calmante para as tormentas da vida. — Sussurra, depositando um beijo carinhoso em sua cabeça. Por um instante, as sombras do passado parecem se dissipar, enchendo o ambiente de serenidade e amor.

— Alex, eu já aca…

— Ainda não acabou, você continua me mostrando a casa e nessa versão somos um casal que está recomeçando, então é natural nos abraçarmos. — Afirma e um sorriso surge nos lábios dela.

— Por que você faz isso comigo? Por que está brincando com as minhas emoções? — Indaga, num tom de voz baixo e repleto de sentimentos. As palavras carregam a angústia de um passado doloroso que ainda assombra os dois, como um fardo que não podem ignorar.

— Eu não estou brincando, Rebecca, meus sentimentos por você são verdadeiros. Volto a afirmar que você sempre será a mulher da minha vida. — Ela vira-se e o encara, seus olhos refletindo uma mistura de dúvida e angústia.

— Como você me diz algo assim? Quando você acabou de noivar, que tipo de homem você é? — Questiona, a raiva consumindo-a novamente. — Quer saber, seu tempo acabou, você já conheceu toda a casa. — Conclui, tentando se afastar, mas ele a impede, segurando-a delicadamente pelo braço.

— Não acabou, eu sou o cliente. Decido quando acaba. — Afirma, virando-a para a janela novamente e envolvendo-a em seu abraço, como se quisesse protegê-la da tempestade de emoções que ambos enfrentavam.

— Alex, me solta, por favor. — Resmunga, com os olhos cerrados, sentindo seu coração acelerar com o abraço dele, uma mistura de raiva e desejo fervilhando dentro dela.

— Fique quietinha, não estrague esse momento. Observe o jardim, veja a perfeição que você criou. Tudo que vem de você é perfeito. — Fala, acariciando suavemente a cintura dela. — Sabe, olhando para esta casa, acho que Nicolas e Olga irão adorar viver aqui. — Afirma, observando atentamente a reação dela. Rebecca está imersa em seus pensamentos, aproveitando os toques dele e então ela pensa que ele se refere aos seus avós.

— Acho que eles teriam amado. Sinto muito, Alex, por você não ter tido a chance de se despedir. Eu também não pude me despedir, ninguém me contou e só soube dois meses depois. — Diz, com um pesar profundo na voz, uma tristeza mútua que parece aproximá-los ainda mais.

— Por que não te contaram? — Pergunta, com um olhar repleto de curiosidade.

— Eu não estava bem naquela época. Havia passado por aquele trauma e ninguém quis me sobrecarregar ainda mais. — Alex vira-a com cuidado, acariciando suavemente o rosto dela. A cada toque, ela fecha os olhos, perdendo-se naquele momento.