Ao aproximar-se da mesa, Rebecca para em frente a ela, abaixando a cabeça com sensibilidade aguçada diante dos olhares perspicazes dos três homens. Suas mãos trêmulas são cuidadosamente dispostas para trás, numa tentativa sutil de dissimular o nervosismo evidente.
— Boa noite, senhores. — Cumprimenta Rebecca com uma voz quase imperceptível.
— Olá, menina. Você realmente nos apresentou um desafio intrigante hoje, não é? — Indaga Antônio, esforçando-se para esconder a raiva latente.
— Peço desculpas, titio. — Murmura Rebecca, mantendo a cabeça discretamente abaixada.
— Senhorita Jenkins, não há necessidade de se desculpar, você não cometeu erro algum. — Adverte Alex, observando-a com atenção. — Por favor, olhe para mim. — Solicita, obtendo o olhar dela. — Como informado, cuidei das questões com esses cavalheiros encantadores. No entanto, não me cabe decidir como proceder, afinal, a pessoa ofendida foi você. — Afirma, analisando o comportamento dela. — Como devo lidar com as pessoas que a desrespeitaram?
— Senhor Baker, está tudo bem. — Comenta Rebecca, em tom suave. — Foi apenas uma briga entre primas. Desculpe todo esse transtorno, agradeço, mas não precisava se indispor por isso. Por favor, não os puna por minha causa. — Pede, esboçando um sorriso sem graça.
— A escolha é sua, senhorita Jenkins. — Responde Alex, desviando seu olhar para os homens sentados. — Cavalheiros, fiquem à vontade para se retirar, não há mais assuntos a tratar. — Conclui, observando os homens se levantarem.
— Rebecca, precisamos ter uma conversa. — Declara Antônio ao passar por ela.
— À disposição, titio. — Responde Rebecca com prontidão, demonstrando disposição para acompanhá-lo.
— Senhorita Jenkins? — Chama Alex, capturando sua atenção. — Acredito que seu tio não se importará se você me fizer companhia por alguns minutos. — Assegura, esboçando um leve sorriso.
— Fiquem à vontade, mais tarde conversamos, querida. — Conclui Antônio, afastando-se seguido por Magno.
— Por gentileza, sente-se. — Pede Alex, percebendo a leve tensão dela.
Mesmo relutante, Rebecca cede e se acomoda diante dele. Sob o olhar perspicaz de Alex, ela permanece em silêncio, debatendo-se com a incerteza sobre como agir na presença dele. Internamente, desejava ter desfrutado de algumas doses de alguma bebida para aliviar o constrangimento do momento, especialmente ao recordar-se das últimas noites.
— Fique me aguardando, eu já volto. — Solicita Alex, afastando-se da mesa para atender uma ligação.
Enquanto observa Alex à distância, imerso em sua conversa telefônica, Rebecca direciona sua atenção ao entorno. Percebe Antônio e Magno envolvidos em uma troca de palavras com seus filhos, gestos e expressões denotando a gravidade do assunto em discussão.
— Está tudo bem? — Questiona Alex, recebendo apenas um sorriso como resposta. — Enfrenta alguma dificuldade para conversar comigo quando está sóbria? — Pergunta, enquanto a observa desviar o olhar.
— Sim, quer dizer, não. — Responde Rebecca, sentindo um leve rubor nas bochechas, arrancando um sorriso sutil dele. — Eu só estava distraída. — Afirma, tentando disfarçar sua vergonha.
— Você fica encantadora quando está envergonhada. — Elogia, deixando-a ainda mais constrangida.
— Seria possível que você compartilhasse o que se passou aqui? — Indaga, buscando suavizar o constrangimento.
— Bem, eu resolvi esses mal-entendidos. Garanto que ninguém mais a incomodará pelos acontecimentos das últimas noites. — Declara, examinando minuciosamente cada expressão dela.
— Qual a razão por trás desse gesto? — Questiona, mantendo seu olhar fixo no dele.
— De certa forma, percebo que faço parte do teu dilema, embora tenha sido você quem invadiu o meu quarto. — Provoca, observando-a cobrir o rosto com as mãos para esconder seu constrangimento.
— Desculpe-me. — Sussurra, com as mãos no rosto.
— Por favor, pare com isso. Olhe para mim! — Solicita, exibindo um sorriso, encantado com a espontaneidade dela.
— Peço sinceramente desculpas, eu não deveria ter agido daquela maneira.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ENTRE O AMOR E O ÓDIO