ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 47

Na manhã seguinte, Alex encontra-se no café próximo ao hotel, observando atentamente Luan aproximar-se e tomar assento à sua frente.

— Estabelecemos um acordo, não é verdade? — Questiona Alex, deixando Luan em um silêncio total. — Então por que você não fez contato para me informar sobre o que está ocorrendo? Recordo de ter sido claro: você deveria me avisar imediatamente caso ela enfrentasse algum problema.

— Peço desculpas, Sr. Shaw. As circunstâncias evoluíram rapidamente, e presumi que você já estivesse ciente, considerando a ampla cobertura que a notícia recebeu em todos os meios possíveis.

— Nosso acordo não implica em você conjecturar o que sei ou não. Geralmente, você me procura para tratar de assuntos superficiais, mas quando se trata de me manter informado sobre questões relevantes, você deixa de cumprir seu papel. Pareço alguém que se dedica a acompanhar notícias irrelevantes sobre lugares e pessoas?

— Você realmente acredita que pode agir conforme desejar em relação a ela? — Questiona André, aproximando-se. Ele se acomoda, cruza as pernas e fixa seu olhar em Alex. Enquanto, Marcelo, que o acompanha, mantém-se de pé, atento à cena.

— O que está acontecendo agora? Quem é esse Sr. Stain?

— Sou André Moser. O que o faz pensar que tem o direito de vir aqui e perturbar nossa amiga?

— Perturbar? Vim para auxiliá-la. E o que vocês três têm feito para ajudá-la? Até onde sei, nada, certo? Vocês são todos homens de negócios! Por que ela está morando em um apartamento cujo contrato vence em poucos dias? É um lugar terrível, diga-se de passagem. Por que o semestre dela na faculdade não foi pago? Vocês não ofereceram nenhuma alternativa a ela! — Todos permanecem em silêncio, já que, de fato, não tomaram nenhuma atitude. — Portanto, sua preocupação não é com ela, o que o incomoda é minha presença. Serei eu quem a ajudará, somente isso. Não seja hipócrita.

— Ela não quer a sua ajuda, então a deixe em paz — interpela André.

— Sr. Stain, não manterei mais nenhuma relação de negócios com você, já que não cumpriu sua parte. Contudo, continuará colaborando com o grupo. Não prejudique isso também. Resolva essa questão aqui, se não quiser enfrentar problemas comigo — afirma, erguendo-se da mesa. — Sr. Moser, você não pode decidir isso. Portanto, não se intrometa — Alex se retira e André o segue.

— Quem você pensa que é? — Questiona, parando diante de Alex. — Francamente, pouco me importa se você se considera o dono do mundo. Você só detém influência sobre aqueles que permitem ser influenciados. Você aparece aqui tentando se aproveitar dela, aproveitando-se de sua vulnerabilidade, que está até maior do que quando você a conheceu. Sinceramente, você é insuportável. Eu gostaria muito que você fosse se foder.

— Se não quisessem minha presença aqui, bastaria ter oferecido opções a ela, e vocês falharam nisso. Portanto, cuidarei disso. Agora, peço que saia da minha frente. Não disponho de tempo para isso e muito menos interesse em ouvir você — André permanece inabalável.

Do outro lado da rua, Sabrina observa a movimentação e surpreende-se ao avistar Alex. Ela sorri, nutrindo ainda sentimentos intensos por ele.

— Sr. Baker, explique qual é o seu propósito em relação a ela? Não há nada que você possa oferecer que nós não possamos proporcionar a ela. Somos as pessoas mais aptas a ajudá-la.

— Ficou evidente o quanto a ajudaram, a ponto de eu estar aqui. Preciso desenhar detalhadamente? Acabei de deixar claro o que pretendo em relação a ela. É notável como só encontro pessoas estúpidas. Vou ajudá-la, e não é você quem decidirá isso, é ela. O máximo que pode fazer é tentar convencê-la a não se juntar a mim e a deixar esta cidade, onde não há futuro para ela. O que houve com os homens desta cidade? Parecem adolescentes briguentos. Quando você se tornar um homem de verdade, talvez tenha minha atenção e permissão para falar comigo. Não me incomode mais — Alex sai, empurrando levemente o ombro de André para seguir em frente, mantendo o olhar fixo nele.

— Cara, chega disso! Deixa para lá. — Diz Luan, buscando acalmar a situação.

— Olha só para esse sujeito, tão arrogante. Ele acha que é o dono de tudo? Já pesquisei sobre ele, tem uma ou outra empresa, não tem essa influência toda.

— Podemos enfrentar isso, mas precisamos de estratégia. Concentre-se em convencer a mulher dos seus sonhos a não ir com ele. — Diz Marcelo, trazendo uma perspectiva mais racional.

— Vá se foder, Marcelo. Não venha com piadas agora.

— Marcelo está certo, vamos abordar isso com estratégia. Mantenha a calma, André.

— Por que você se envolve em negócios com esse homem, Luan? — Questiona André, procurando compreender a situação.

— Ele e eu fechamos vários negócios em junho, quando ele veio aqui pela primeira vez. Comentei isso no pub para vocês. São negócios lucrativos, apenas negócios, André. Fique tranquilo.

Os amigos retornam à cafeteria, enquanto Sabrina segue diretamente para o escritório de seu pai, localizado ali próximo.

— Bom dia, papai. — Ela cumprimenta ao adentrar o escritório dele.

— Princesa, bom dia. — Ele responde com um abraço afetuoso.

— Papai, acabei de ver aquele homem que trouxe problemas para vocês!

— Ele estava com sua prima?

— Não, papai. Mas estava discutindo com nossos amigos, principalmente com o André. Infelizmente, não consegui ouvir sobre o que era, pois estava do outro lado da rua.

— Interessante. Obrigado por me informar. Cuidarei de tudo desta vez. — Ele retira um cartão da carteira e lhe entrega. — Aqui, vá até o shopping e faça o que você ama.

— O senhor é o melhor pai do mundo. Eu te amo, papai. Até mais tarde. — Sabrina deposita um beijo na bochecha de Antônio e sai do escritório com animação.

Antônio esboça um sorriso carregado de animação. Esse encontro é algo que ele ansiou por muito tempo. Desde que conseguiu incriminar o próprio irmão, seu desejo implacável é humilhar Alex e satisfazer o ódio que nutre por ele. Ele pega o celular e efetua uma ligação.

— Ele está aqui. — Comunica assim que a chamada é atendida. — Não sei se ele já contatou a Rebecca, mas desta vez não podemos permitir que ele nos intimide. Especialmente agora que estamos prestes a assinar o contrato com o grupo Shaw. O poderoso Alex Shaw foi reduzido a nada, graças à própria família. Essa garota vai se arrepender por procurar ajuda desse homem. Precisamos encontrar uma maneira de falar com ele.

— Tenho o número dele, da noite em que ele me ligou. — Declara Magno, evidenciando um entusiasmo palpável. — Irei até seu escritório. Acredito que seja melhor deixarmos Peter fora disso. Afinal, sabemos que ele ainda tem sentimentos por Rebecca, certo?

— Que ele aprenda a lidar com isso. Afinal, ele vai se casar com minha filha. Não quero que ele tenha sentimentos por outra mulher.

— Isso é apenas uma fase, Antônio. Eles são jovens. Logo tudo se resolverá.

No apartamento de Rebecca, ela e suas amigas estão compartilhando um momento descontraído durante o café, enquanto discutem a proposta de Alex com seriedade.

— Meninas, eu já decidi. Eu não farei isso. É verdade que posso levar algum tempo para me recuperar, mas não consigo concordar com algo desse tipo. A proposta pode ser tentadora, mas ele é tão volátil que me sinto intimidada quando estou perto dele. Não conseguirei seguir adiante. Além disso, depois de tudo o que aconteceu, ele simplesmente sumiu e agiu de maneira completamente insensível. Quando nos encontramos em Boston, ficaram evidentes as intenções dele. Sei que mencionei que seria algo casual, mas ele causou tantos problemas aqui naquele fim de semana e nem sequer teve a consideração de me enviar uma mensagem para saber se eu estava bem! Eu o detesto, ele é arrogante e um completo babaca. Além disso, suas mudanças de humor constantes me deixam desconfortável, e sinceramente, não quero ter nada a ver com ele. — Desabafa, apresentando suas razões para rejeitar a proposta.

— Saiba que estamos aqui para te apoiar, não importa qual seja sua decisão, amiga. — Diz Susan, transmitindo solidariedade.

— Que tal passarmos mais um dia aqui? Não estou me sentindo com energia para sair, e quero evitar o risco de cruzar com ele ou até mesmo com o André. Não sei, o comportamento do André tem estado estranho ultimamente. Será que fiz algo que o incomodou?

A campainha soa, interrompendo a conversa das amigas sobre o comportamento de André. Melissa se dirige à porta e a abre, deparando-se com os três amigos.

— Bom dia, senhoritas. Sentimos a falta de vocês durante a noite. — Declara Marcelo.

Rebecca se ergue e pega o envelope que repousa sobre a mesa de centro, levando-o consigo para o quarto enquanto é observada pelos amigos.

— Bom dia. — Cumprimenta ao regressar à sala. — Gostariam de nos acompanhar no café? — convida com um sorriso cortês.

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