ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 49

No apartamento de Rebecca, a atmosfera é carregada, e suas amigas levaram um bom tempo para acalmá-la.

— Como ele teve essa coragem de fazer isso com você? — Questiona Susan, ainda incrédula.

— Ele é um cretino! Becca, fui a primeira a ser contra. Não acredito que direi isso, mas vá em frente, pegue suas coisas e vá para Nova York com ele. Eles nunca vão te deixar em paz. Seu tio poderia ter te machucado seriamente. Olha só em que estado você está. Falo isso de coração partido, mas vá, amiga. — Diz Melissa com emoção evidente na voz.

Rebecca fica em silêncio, deitada com a cabeça no colo de Susan, enquanto ela acaricia seu cabelo. Lágrimas escorrem, pesadas e tristes, por longos minutos, até que o silêncio impere no ambiente.

— Amiga, custa-me acreditar que estou dizendo isso, mas te amo tanto que sinto que devo te encorajar a ir. Ele é um idiota, mas vai te proteger. Ele te protegeu naquele final de semana, não é mesmo? Então vá, amiga, siga em frente. — Diz Susan chorando.

— Becca, estaremos sempre ao seu lado em cada visita, e você também nos visitará, com certeza. Dois anos passarão voando e logo estará livre de tudo isso. Vamos lá, levante-se! O tempo está quase se esgotando, não pode deixar essa oportunidade escapar.

Rebecca acomoda-se no sofá, contendo as lágrimas. É uma batalha que parece invencível; suas lágrimas fluem incessantemente, enquanto encontra consolo nos braços das amigas.

— Por quê? O que fiz para merecer isso? Por que tenho que fugir com alguém que nem conheço? Alguém que não se importa comigo, que me vê como uma mercadoria e quer me possuir pelos próximos dois anos? Eu não fiz nada para ninguém.

— Amiga, não se trata de fuga. Você está partindo em direção a uma nova vida. Avance e dê o seu melhor na faculdade, no trabalho, recupere-se. Somente assim poderá recuperar-se e mostrar a todos do que é capaz. — Diz Susan. — Vamos, lavaremos esse rosto e aplicaremos um pouco de maquiagem para disfarçar essas marcas.

— Farei isso.

Rebecca se põe de pé e se encaminha até seu quarto. Com meticulosidade, organiza sua bolsa, incluindo itens pessoais, peças íntimas e um vestido. Seu olhar repousa na camisa de Alex, pendurada no armário. Naquele momento, um sorriso delicado se forma em seus lábios, relembrando os momentos vividos juntos. Decidida, ela substitui o vestido pela camisa na bolsa.

“Talvez não seja tão terrível.” — Ela reflete, tentando persuadir a si mesma de que as coisas se ajeitarão.

Rebecca enxuga as lágrimas e aplica maquiagem para camuflar as marcas dos tapas que seu tio lhe infligiu. Ao notar as marcas de dedos em seu pescoço, ela suspira e aplica maquiagem também para escondê-las.

— Você consegue, Rebecca. Talvez não seja tão ruim. — Murmura, buscando fortalecer sua decisão. Com um leve sorriso, ela retorna à sala, lutando para transmitir tranquilidade às amigas.

— Querida amiga, saiba que o meu amor por você é incondicional. Sempre estarei aqui para apoiar e cuidar de você. Nossa amizade é eterna. — Melissa fala, abraçando-a com ternura.

— Concordo plenamente com a Melissa. Becca, o meu carinho por você é imenso. Torcerei sinceramente pela sua felicidade. Pode ter certeza de que vou te visitar em Nova York sempre que puder. — Susan, com emoção, envolve Rebecca em um abraço forte.

— Agradeço do fundo do coração, meninas. Vocês são preciosas para mim. Por favor, cuidem de tudo aqui. Podem doar as minhas coisas e providenciar a entrega do apartamento. — Ela pega a chave e a coloca suavemente sobre a mesa.

— Queremos pelo menos te acompanhar até o hotel.

— Susan, não consigo lidar com mais uma despedida agora. Ligarei para vocês assim que chegar a Nova York.

As três se envolvem em um abraço caloroso, lágrimas preenchendo seus olhos nesse momento de despedida profunda. Rebecca pega o envelope com o contrato e sua bolsa, inspira fundo e deixa o apartamento, determinada a seguir adiante com sua decisão, antes que a incerteza a enfraqueça.

No hotel, Alex está impaciente, seu olhar constantemente voltado para o relógio, enquanto ele anda de um lado para o outro no quarto.

— Essa mulher é tão teimosa. — Ele resmunga, frustrado ao perceber que já passa da 1:30 da manhã.

Sentindo uma mistura de irritação e desânimo, Alex debate-se internamente com seus sentimentos. Naquele momento, ele cogita a possibilidade de mudar o voo para tentar convencê-la novamente a acompanhá-lo.

— Alex, ela escolheu não ir com você. É hora de desistir. — Ele murmura, completamente desapontado.

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