A semana passou mais rápida do eu desejava. Nós estávamos no mês de outubro, a cirurgia da minha mãe estava marcada para o mês de janeiro, durante esse tempo, nos só a veríamos através daquele vidro, dentro da sala que parecia aflorar minha tristeza. Pensava positivo, para que tudo desse certo e aquele contrato idiota não fosse mais uma perca de tempo. Preferi que Anne não soubesse o que sua irmã ─ ou sua inspiração, como ela dizia ─ virou uma acompanhante de luxo do único homem cujo ela se apaixonou um dia. No final do expediente eu e Beatriz fomos trocar de roupa e ela exibia aqueles seios imensos cobertos por um sutiã, nossa intimidade aumentou.
— Para com isso Bea! Eu não quero ver seus seios. — Fecho meus olhos.
— Você está é com inveja, meu amor. — Ela rir — Isso é resultado de uma boa genética!
— Pelo amor, para com isso. — Digo rindo.
— Está bom, não quero te criar mais inveja. — Ela veste sua blusa.
Olho para meus pequenos limões dentro da camisa, como o Dante se sentia atraído por mim? Ele poderia ter qualquer mulher a sua disposição, por mais que seja estranho eu me perguntar essas coisas as vezes, as questões não paravam de fazer rodeio na minha cabeça. Ele realmente estava obcecado apenas pelo prazer que eu podia proporcioná-lo, isso era doentio. Nos despedimos e eu fui embora, nunca mais tinha tido essa sensação de alívio, por mais que eu estivesse em conflito interno.
Amanhã era sábado, segundo Dante iríamos sair para um jantar especial, segundo ele. Eu já estava sem esperanças pois não o vi pela empresa a semana inteira, ele praticamente sumiu.Fui para casa, mas assim que cheguei subi para descansar. No dia seguinte, fui acordada por meu celular tocando, era Dante.
— Bom dia, Alice. Mandei meu motorista particular buscar você, hoje terá um dia de princesa.
— Como assim? — Pergunto ainda esfregando os olhos.
— Ele buscará você daqui há 30 minutos, se apresse.
Ele desliga a ligação. Ainda sem entender eu começo a me arrumar. Tomo banho e me visto adequadamente, coloco algumas coisas em uma bolsa e desço.
— Humm, para onde você vai? — Anne pergunta.
— Nem eu sei ao certo.
— Vai sair com seu novo namorado? — Questionou descarada.
— Tem a ver com ele, mas não é da sua conta.
— Está bem, me conte tudo quando voltar!
— Claro.
Ouvi um carro buzinando em frente à minha casa, então corri para ver se era minha carona. Para minha surpresa, havia um homem muito bem vestido me esperando em frente a um carro todo escuro. Parecia que eu estava sendo escoltada pela MIB.
— Senhorita, Alice? — Perguntou ele.
— Sim, sou eu.
— Vim lhe buscar. — Logo em seguida ele abre a porta do carro para mim. — Entre por favor.
Eu entro no carro e ele em seguida entra também. O carro finalmente da partida deixando alguns curiosos olhando para trás.
— Para onde vamos? — Pergunto.
— Para o salão de beleza, se a senhorita desejar, tem champanhe no frigobar.
Fiquei animada com o que ele disse, entretanto, me sentir estranha, eu estava tão acaba assim? Olhei ao meu redor, tirei a conclusão que, olheiras fundas e escuras não tinham um bom contraste com a minha pele pálida. Dante precisa de alguém à altura e eu faria o possível para isso já que ele estava ajudando a pessoa que eu mais amava no mundo. Após meia hora chegamos no local, era muito bonito, mulheres lindas saíam e entravam do estabelecimento, parecidas com as que eu atendia no café, as modelos francesas. Na parte de fora, haviam um homem que assim que me viu, sorriu.
— Olá, querida Alice. — Disse com os braços abertos — Me chamo Francis e vou te ajudar hoje.
— Olá. O que iremos fazer?
— Tudo! Comprar roupas, arrumar os cabelos. Tudo pelo nosso cliente favorito, senhor Dante e agora para a senhora.
— Pode me chamar apenas de Alice.
— Fabuloso!
Ele e direciona para entrar no local. Era um ambiente bem iluminado e todo branco, tinha cadeiras de salão, secadores e mulheres sendo atendidas. Parecia que eu estava vivendo em um filme, tudo muito bonito. Eu me sentei em uma daquelas cadeiras, e o tal Francis ficou atrás de mim me olhando pelo reflexo no espelho.
— Bem, vamos ver o que posso fazer nesse cabelo.
— Pode fazer o que quiser. — Digo sorrindo.
— Ótimo, adoro clientes assim! — Ele solta uma piscadela. — Você tem um cabelo lindo mas vou hidratar e cortar as pontas, fora que você irá precisar de um penteado.
Fiquei ouvindo ele falar, o mesmo colocou uma capa em mim e uma toalha nas minhas costas. Mais duas garotas vieram para ajudar ele. Passaram um produto no meu cabelo e uma mulher trouxe uma arara com várias roupas, todas com tons claros e monocromáticos.
— Vamos mostrar algumas roupas para você e nos diga se gostou ou não.
— Está bem... mas vou precisar de ajuda, não sei fazer essas coisas.
— Pode deixar.
Elas me mostram diversos vestidos, blusas, calças, roupas sociais. Olho a etiqueta e custava tudo muito caro, talvez o valor da minha casa inteira. Agora descobri o porquê do Dante ser o seu cliente favorito.
Olhei diversos vestidos mas um vestido me chamou atenção. Ele era na cor vermelho, longo, tinha um corte V nas costas e um decote na parte da frente, era sexy e custava uma fortuna, quando o vesti, parecia que o tecido iria escorrer pelo meu corpo, eu me senti nua.
— Uau, você está linda nesse vestido. — Disse Francis.
— Você acha mesmo? Eu gostei muito dele, mas caramba, que caro!
— E você acha que ele se importa com valores? Sugiro que pegue tudo o que gostar, aproveite e tire um pouco do dinheiro dele.
Nós rimos.
— Você tem razão, isso pode não acontecer novamente.
Fui tão paparicada, quando se tem dinheiro o mundo abre as portas para você. Francis me ajudou a escolher mais roupas e terminou meu penteado, durante o dia nós conversamos muito e ele me contou algumas coisas sobre sua profissão e de todas as clientes com requintes que ele atendeu. No final da tarde, quase de noite, eu estava pronta, provavelmente o meu reflexo foi a coisa mais linda que vi o dia inteiro. Estava diferente. Meu cabelo estava penteado e minhas unhas pintadas, agora eu parecia com aquelas mulheres, queria saber o que falariam de mim agora.
— Obrigada, Francis. — Observo meu reflexo — Estou maravilhosa!
— Você é maravilhosa. Quero ver você outra vez, e boa sorte com o seu homem.
Saí do salão com várias sacolas nas mãos, o motorista teve que me ajudar a colocar tudo dentro do carro.
— Para onde vamos agora? — Perguntei a ele que já estava com as mãos no volante.
— Vamos para o restaurante, Dante me pediu para leva-la.
O percurso não demorou, logo podia ver o grande restaurante Le Ponce. Muitas pessoas com roupa de gala entravam para apenas comer naquele lugar, fiquei insegura de entrar e não saber o que fazer mas respirei fundo e tomei coragem, talvez eu nunca mais fizesse aquilo outra vez. O motorista me ajudou a sair do carro, eu entrei no restaurante e uma mulher de terno veio em minha direção.
— Boa noite, senhora Alice? — Perguntou ela.
— Sim, sou eu.
— Dante aguarda pela sua chegada no salão, venha, vou lhe levar até ele.
Saímos da entrada e passamos pelo grande salão. Um lustre gigante cobria a cabeça de todos, o lugar era todo em dourado. O cheiro de comida misturada com fumaça de cigarro chegava a ser convidativo. O que tirou minha atenção foi ver Dante de pé ao lado de uma mesa mais afastada, de smoking preto. Ele sorriu assim que me avistou, a mulher que me ajudou saiu rapidamente do nosso campo de visão. Ele não hesitou em me olhar dos pés à cabeça, fiquei corada.
— Está linda. ─ ele pega minha mão e deposita um leve beijo no local, minha pele ardeu.
— Obrigada, Dante.
Ele puxou a cadeira para mim e continuou de pé. Não segurei o sorriso bobo quando ele me encarou sorrindo de volta para mim.
— Eu nunca pensei que viveria tudo isso. — Suspiro — foi incrível, muito obrigada.
— A noite está apenas começando, minha querida.
Dante puxa algo de seu bolso, era uma caixa de veludo.
— O que é isso? — Pergunto.
— É um presente.
Ele abre a caixa e era um lindo colar de ouro com um ponto de luz branco. Era tão delicado e casava perfeitamente com meu vestido. Ele se posiciona atrás de mim, colocou meus cabelos para frente com delicadeza e pôs o colar em meu pescoço.
— Isso parece ter sido muito caro.
— Mas você gostou? — Perguntou.
— Claro, é lindo.
— Sim, pedi para comprarem especialmente para você.
Seguro o pingente com os dedos e olho para ele.
— Eu não posso aceitar, é demais para mim.
— Acha mesmo que pode devolver algo que comprei com tanto carinho para você?
— Está bem, obrigada Dante — me dou por convencida.
Dante pediu vinho, e nós iniciamos uma conversa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....