Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 28

Meu coração doía, toda vez que lembrava de Dante e Vanessa. Eu seguiria o conselho de Beatriz, sairia disso alegando não estar gostando e acabando com aquele contrato idiota de uma vez por todas. Mesmo com sabendo que ele sentia algo por mim, não era o suficiente, eu já estava farta de receber tudo pela metade. Acreditava que ele honraria sua palavra de manter o tratamento de minha mãe pois agora era minha única preocupação. Não me importava de ficar desempregada, eu sempre dava um jeito. Observei aquele anel que foi escolhido por Vanessa, tirei de meu dedo e o lancei para longe. Eu sentia nojo da situação que aquele ele me colocou, na verdade a culpa disso tudo é minha.

Uma semana depois:

Amanhã eu conversaria com ele, e esperava que entrássemos em um consenso. Eu não ia a empresa fazia duas semanas, Dante não me mandava mensagem eu só via valores altos em minha conta, coisa que eu não mexeria. Aproveitei os dias para ficar com Anne, ela parecia muito contente, agora parecia estar apaixonada por Ryan.

— Meu deus, ele é tão perfeito. — Murmurou ela enquanto deitava em meu colo.

— O Ryan?

— Ele é um cavalheiro, me deu flores ontem e me levou para sair depois da escola. Estou apaixonada por ele. — Disse com um sorriso bobo no rosto.

— Pelo menos ele é diferente do Dante, não vai te machucar. — Solto um sorriso amarelo.

Anne suspira e sua expressão de felicidade some.

— Você tentou conversar com ele? Os casais sempre brigam, é normal.

— É mais complicado do que parece, mas não quero estragar sua felicidade.

Ela volta a sorrir.

— Bem, pelo menos ele nos ajudou com tudo. Foi muito gentil de pagar a minha escola, se não fosse por ele eu não teria a menor chance de ir para a faculdade.

Jogo minha cabeça para trás. Tudo aquilo tinha um preço, Anne não sabia nem metade.

— Sim, sim, ele é muito gentil. — Resmungo.

Somos interrompidas por meu celular tocando, era Dante. Eu queria deixar cair na caixa postal, mas Anne me olhou feio então atendi. Saí da sacada e fui para a sala.

— Quanto tempo. — Indagou ele.

— Sim, por que me ligou? — Pergunto direta.

— Quero conversar com você hoje, vou te buscar mais tarde. — Ele dá uma pausa — tente ser compreensiva.

— Ah, claro. Eu estou sendo compreensiva, um pedaço de papel me obriga a fazer isso.

Ele suspira nitidamente irritado.

— Não atrase.

Desliguei o celular e foquei na paisagem na TV. Seria hoje, hoje acabaria com tudo que aconteceu nesses últimos meses.

P.O.V DANTE:

Essa semana foi a mais estranha de toda minha vida, eu estava confuso e pensativo. Trabalhar foi um desafio e tanto, não me concentrava. Esperei algum sinal de Alice, e ela nem sequer me mandou uma mensagem, então resolvi eu mesmo dar o primeiro passo, isso após uma longa conversa com Amon.

— Eu avisei. — Disse ele.

— Anh, não me diga. — Reviro os olhos.

— Mas eu não contava que você realmente se apaixonaria por ela. — Ele olha para mim — não se meta nos meus assuntos e blá, blá, blá...

— O que você quer? Um prêmio por estar certo?

Ele dá de ombros e rir.

— Eu ia falar, naquele dia na ilha. Mas ainda tinha questões inacabadas com a Vanessa. — Umedeço os lábios — Eu não queria dar o ponta pé inicial e ferrar com tudo. Mas agora tanto faz, aconteceu de qualquer forma.

— Você ainda gosta dessa Vanessa?

— Não. Quer dizer, eu tenho quase certeza que não.

Amon revira os olhos visivelmente impaciente.

— Você é um idiota que não sabe o que quer.

Fiquei em silêncio por algum tempo. Alice merecia saber a verdade, como eu me sentia a seu respeito.

— Fique em Alice, uma pessoa que está disposta a te amar pelo que você é. Vocês dois estão complicando tudo. Dante, você não quer machucá-la, mas essa sua indecisão já está fazendo isso.

— Sinto muito por não ter aparecido antes, achei que você precisava de um tempo longe de mim. — Quebrou o silêncio.

— Esse jantar veio a calhar na hora certa, pois eu pensei muito sobre tudo o que aconteceu.

Eu coloco a caixa de veludo encima da mesa, os lábios dela abrem e a mesma pega a caixa. Alice não pareceu surpresa, ela olhou o colar como se não fosse nada, jogou a caixa encima da mesa e levantou a cabeça, seus olhos estavam vermelhos.

— Toda vez que você compra o meu perdão com jantares caros, joias, eu me sinto enojada! — Ela bate na mesa. Em seguida desvia o olhar e coloca a mão em frente aos lábios, como se estivesse segurando as lágrimas.

— Eu sinto muito, não sabia que...

— Por que não tenta se desculpar como alguém normal?

— Eu pensei que você fosse gostar.

— Gostar de você me tratar como se eu quisesse apenas o seu dinheiro? Ou como você tratava a Vanessa? — Ela levanta da cadeira. — Eu não sou ela!

Alice vai até o parapeito e apoia seus braços lá, eu caminho até ela sem saber o que fazer.

— Eu quero acabar com aquele contrato.

— Eu também. — Eu me aproximo e toco seu ombro com cuidado. — Me desculpe por tudo isso, pela forma que te tratei e por aquele anel idiota.

Ela olha para mim por instantes.

— Sabe por que não deveria se comparar com a Vanessa? — Ela se prepara para ouvir o que iria dizer. — Porque ela nunca chegará aos seus pés. O que eu sinto por você é tão genuíno que faz sentir medo.

O peito de Alice descia e subia exasperado, ela parecia querer dizer algo, mas não fez.

— Alice, eu sou completamente seu — levo a mão dela até meu peito —, não importa o que aconteça eu nunca vou deixar de ser. Eu peço que tenha paciência comigo, eu não sou romântico, não sei manusear as palavras e na maior parte do tempo sou um grosso, nem de longe sou o homem dos seus sonhos, mas eu posso me tornar.

Sua expressão suaviza, a respiração parece voltar ao normal, na verdade eu acho que ela nem respirou.

— Alice, eu quero namorar com você, quero você toda para mim. Quero ser só seu. — Ela continua sem falar. — Você aceita?

— Sim.