A noite foi turbulenta, eu já esperava mais surpresas vindas dessa viagem, nada mais me surpreenderia hoje.
Eles resolveram que seria bom fazer um churrasco no jardim durante a noite, uma forma dos adultos se divertirem comendo. Eu não me sentia preparada para ver Dante de novo. Arrumei o Daniel receosa, Dante não tinha falado comigo pelo resto do dia.
Nós descemos juntos, do lado de fora várias luzes iluminavam o jardim, a piscina coberta por uma lona de proteção que impedia que as crianças caíssem dentro dela, fiquei mais aliviada pois Daniel sempre corria para a borda feito um louco.
As pessoas ainda olhavam para mim de forma estranha, eu me sentia um peixe fora d'agua vestido um vestido longo.
Anne acena para mim em uma mesa.
— Olá. — Digo me aproximando.
— Sentem-se aqui meninas. — Ryan olha para Daniel — e cavalheiros, é claro.
Eu me sento e coloco Daniel em minhas pernas.
— Você está bem? — Anne pergunta.
— Sim, só estou com dor de cabeça.
Ryan joga para mim uma garrafa de cerveja.
— Como foi a conversa? — Ryan pergunta.
Dou de ombros.
— Curta e dolorosa. — Abro a cerveja e viro em meus lábios.
— Ele é assim mesmo, mas tudo vai ficar bem. — Ryan afirma.
— Como estão as coisas na empresa? — Beatriz pergunta.
— Antes estava pior com a saída do Dante, todos preocupados com a nova liderança, agora que ele é meu mentor, está tudo entrando nos trilhos.
— O Dante vai sair da empresa? — Beatriz e eu perguntamos em uníssono.
— Sim, na verdade já faz anos. Ele começou uma faculdade no verão passado.
— Uau! — Beatriz exclama.
Realmente, uau. Dante parecia uma pessoa oposta à que eu conheci anos atrás e finalmente faria o que sempre quis, me orgulho dele, pela coragem de seguir os seus sonhos.
─ Por que não me disse antes? ─ pergunto.
Ryan torce os lábios.
─ Eu não achei que fosse necessário.
Olho para trás e vejo ele, meu coração dispara, o pior de tudo é que está vindo na nossa direção, como estava bonito com a camisa branca aberta. Volto a atenção para as pessoas na mesa. Viro a cerveja em meus lábios tentando parecer indiferente.
— Você não cansa de chamar atenção, não? — Anne diz brincalhona.
Ele sorrir.
— Sinto muito, mas prometo que no dia do casamento estarei mais feio para não chamar mais atenção que você. — Dante responde sem olhar para mim.
Daniel olhou para ele com um sorriso.
Estar com ele na mesa era o mesmo que um grande elefante com bolinhas vermelhas sentado no meu colo. A pressão, a atmosfera ficava diferente, ainda mais quando ele nem olha para mim, na verdade, ele olhava para o Daniel que estava comendo no meu colo. Segurei minha cerveja com força, não queria que notassem que eu estava tremula.
Ryan saiu para buscar mais pães de alho, Beatriz e Anne se olharam.
— Bea, vou te mostrar aonde iremos fazer a cerimônia, vem! — Anne indaga.
— Ah, claro! — Beatriz sai sem olhar para trás.
Eu aperto meus lábios quando sinto o olhar dele queimar na minha pele.
— Daniel — ele deixa o boneco de lado —, esse é o seu papai.
O menino olha para Dante – que sorria feia um bobo – boquiaberto.
— Olá. — Dante fala calmo, mas Daniel permanece imóvel. — É um prazer finalmente te conhecer.
— Você jogou bola comigo mais cedo.
Dante assenti.
— Você é legal.
O sorriso do Dante brilha.
— Você também é. Quer jogar bola de novo?
Daniel olha para mim receoso.
— Pode confiar nele, filho.
Ele pula do meu colo e vai até Dante.
— Tudo bem, mas eu vou ter que te ensinar a lançar porque você é muito ruim. — Daniel diz.
Foi melhor do que eu pensei, Daniel não se fechou para o pai, já era meio caminho andando. Isso não fez a carranca do Dante mudar quando ele desviava o olhar para mim.
Eles brincaram bastante, Daniel riu e se divertiu com o ele tentando pegar as bolas lançada. Às vezes Dante o pegava no colo para comemorar.
— Você viu isso mamãe? Eu quase derrubei ele! — Daniel diz sorridente.
No fim, eu me diverti vendo os dois jogando a bola de um para o outro.
Meu celular vibra, era o Guilherme. Olho para eles sem a mínima vontade de atendê-lo.
Vou para um canto escondido.
— Como está o hotel?
Eu ainda não tinha dito que nós não fomos para o hotel.
— Então, Anne preferiu fazer o casamento no jardim da mansão aqui.
Guilherme ficou um pouco quieto.
— Vocês estão... dormindo aí? — Perguntou.
— Sim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....