Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 350

Ao ouvir aquilo, Beatriz rapidamente voltou o olhar para frente. Tentou ao máximo manter uma expressão serena, como se nada estivesse acontecendo. Logo em seguida, forçou um leve sorriso.

— Pode confessar. Mesmo que você diga que o cartão caiu na privada, eu não vou te julgar. — Disse Eduardo, casualmente.

Beatriz não disse nada...

A capacidade de dedução desse homem… Era assustadora.

“Será que eu conto a verdade? Ou seria melhor inventar alguma desculpa mais aceitável?”

— Caiu na privada mesmo? — Perguntou Letícia, com olhos arregalados e tom brincalhão, olhando para a amiga.

— Relaxa, Bia. Ninguém vai te culpar, não foi de propósito. — Disse ela, tentando amenizar.

Beatriz olhou primeiro para Letícia, depois virou-se para Eduardo. Mas o olhar dele deixava claro: ele não deixaria passar. Queria uma resposta.

E se ela mentisse... Havia sempre o risco de ele descobrir.

— Está... Em um lugar seguro. Pode ficar tranquilo, Sr. Eduardo. Ninguém vai usar isso pra fazer mau uso. — Respondeu Beatriz, com um sorriso travado.

— Seja mais direta. — Disse Eduardo, impassível.

Beatriz respirou fundo.

— Está... Numa lixeira. Mas é uma lixeira bem protegida. Ninguém mexe. E o pessoal da limpeza recolheu tudo naquele mesmo dia.

Enquanto falava, sua voz foi diminuindo pouco a pouco. O rosto também ia desviando o olhar, como se cada palavra pesasse mais que a anterior.

Eduardo estreitou os olhos.

“Lixeira?”

“Será que a Beatriz acidentalmente deixou o cartão cair... Com uma precisão cirúrgica... Direto no lixo?”

— Pfff! — Letícia não aguentou. A gargalhada escapou antes que pudesse segurar.

Não dava para culpá-la. Quem conseguiria segurar o riso nessa hora? Isso era muito cara de Bia, mesmo!

Ela tinha achado que a amiga simplesmente havia perdido... Mas jogado fora de propósito? Isso mudava tudo.

Sinceramente, fora a família dela, provavelmente ninguém mais no mundo teria a coragem de jogar o cartão do irmão no lixo. Aquele pedaço de papel era praticamente um item de luxo, um contato que muitos dariam tudo pra ter.

— Mas e se alguém resolve revirar o lixo? Sei lá, tentando pegar algum dado da empresa e, de repente, acaba achando um tesouro inesperado? — Letícia ainda provocava, se divertindo horrores com a situação.

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