INDECENTE DESEJO romance Capítulo 20

— Você ainda sabe como montar?— Pergunto, acariciando Lexus. Ela balança a cabeça em afirmativa e sorrio, percebendo que sua expressão mudou de irritada para curiosa.

— Esse é Lexus, infelizmente meu antigo cavalo morreu enquanto estive preso. — Digo, sentindo o pesar em meu tom. — Por sorte ou destino, Guilhermino o comprou e nós nos encaixamos perfeitamente.— Continuo, sorrindo para o cavalo.

— Ele é bonito.— Diz, testando uma leve carícia, fico surpreso quando percebo que ele aceita seu toque sem protesto.

— Como eu, Lexus também teve um passado difícil. Se tornou selvagem pra se defender, você é a primeira pessoa além de mim que ele permite o toque. Sinta-se honrada, querida. — Digo, me arriscando a piscar pra ela. O brilho nos seus indica que ganhei pontos.

— Vem, vamos escolher um pra você. Na verdade, tem alguém que acho que você gostaria de rever .Falo, deixando a baia de Lexus convencido de que ela vai se derreter com a minha surpresa. Chegando a baia doze, noto a cabeleira branca, igualmente como todo o resto do corpo. A égua relincha quando nos avista, parecendo reconhecer Amélia quando a vê. Ela estanca, olhando incrédula para a égua a sua frente, parecendo não acreditar no que seus olhos lhe mostram.

— Esta é Cristal?— Balbucia, andando em passos lentos para o meu lado. Sorrio. — Sim.

— Ela tá enorme. — Fala e faço uma careta.

— Bem, faz alguns anos. — Aponto e ela assente, concordando com meu raciocínio. Ela beija, faz carinho e conversa com a égua sem se importar com minha presença e cenas parecidas com essa de alguns anos atrás invadem minha consciência, uma Amélia de quinze anos, com longos cabelos  e voz ainda infantil brincava com a pequena égua que nascera noite passada, aliás, a menina praticamente participou do parto junto do veterinário.

— Você escolheu o nome.— Sussurro ainda ao seu lado.

— Pensei que você me negaria.— Responde sem realmente me olhar, usando o mesmo tom que eu.

— Eu não podia. Ela era sua, ninguém mais poderia dar—lhe um nome. — Digo, fazendo de alguma forma sua atenção se voltar para mim.

Os olhos verdes me estudam, concentrados nos meus.

— Como era lá? — Pergunta e tenho que franzir a testa por não entender.

— Lá? — Ressalto.

— Na cadeia. Como era lá?— Explica.

Meu corpo tensiona.

Estudo sua pergunta e depois seu rosto, percebendo que ela está realmente curiosa sobre essa fase da minha vida.

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