— Minha vida é uma mentira, é isso. — Joga os braços pra cima, soltando um riso fraco e sarcástico. Ergo a sobrancelha, começando a me preocupar com seu estado.
— Não estou entendendo. O que exatamente é uma mentira na sua vida? Ela bufa, enxugando suas lágrimas e olhando diretamente nos meus olhos.
— Isso. — Aponta pra roupa em seu corpo, segurando o tecido fino da camisa de seda, adotando uma expressão estranha enquanto encara a blusa.
Aperto meus olhos para onde ela olha, tentando achar sentido em suas palavras. Ela parece uma bagunça. Quer dizer, ela parece uma bagunça bem maior hoje do que de costume. — E, qual é o maldito problema com sua camisa, afinal?
— Não estou te entendendo.— Confesso, ainda olhando para a porra do tecido. Solta um suspiro, balançando a cabeça de um lado para o outro, me olhando como se eu fosse um tolo.
— Eu odeio cinza. É sem vida e feio.— Faz careta.
Massageio minha têmpora, buscando paciência apara compreendê-la.
— Então, por que você a está vestindo? — Pergunto, calmo.
— Esse é o ponto, ela estava separada para que eu usasse hoje na sessão de fotografia da família perfeita, como a maioria das roupas. Essa cor passa seriedade, comprometimento e me bota como a filha referência, destoando dos demais jovens.
— Você odeia a blusa? Ela balança a cabeça, fazendo bico como uma criança mimada.
— Sim.
— Tire. — Ordeno, encarando as íris verdes inundadas por lágrimas. Suas pupilas aumentam de tamanho, o rosto sendo coberto por um vermelho tomate.
— O ... quê? — Gagueja.
— Se não gosta dela, então, não deve usá-la. Você nunca vai precisar fazer o que não quer quando estiver comigo. Nunca. — Digo isso segurando seu olhar. Ela engole com dificuldade, parecendo indecisa sobre sua próxima ação, mas ela não está fugindo, no entanto. Bom.
— Se você não tirar, vou até aí e faço essa tarefa por você, linda. — Pisco, cruzando os braços para passar uma imagem sóbria. Sigo com um olhar de águia os movimentos dos seus dedos para a bainha da camisa, Amélia me encara hipnotizada, incerteza brilhando em sua expressão segundos antes de ceder, então meu coração dá solavancos quando a peça de roupa começa a subir e revelar detalhes da pele branca e lisa.
— Não pare. — Rosno, quando ela faz menção de desistir no meio do caminho.
Sigo seus movimentos como a porra de um expectador, ansiando pelas cenas dos próximos capítulos como um viciado. A cada pedaço de pele revelado minha ansiedade aumenta e meu coração acelera em suas batidas. Puta merda!
A camisa agora está amontoada no chão, descartada como algo sem serventia e ela acabou de acordar o demônio em mim. A menina morde os lábios em demonstração de nervosismo e desvia seu olhar do meu, não contenho o sorriso perverso que se forma em meus lábios por sua ação tímida. A bebo com o olhar, descendo e subindo pelo seu corpo, contemplando a barriga lisinha e finalmente cravando minha visão nos dois montes, coberto por um sutiã de renda preta e alças de cetim, tão fodidamente sexy que preciso desviar o olhar. Limpo a garganta. Sento no pequeno sofá que mantenho em meu quarto, bato na minha coxa.
— Sente aqui e me conte o que diabos aconteceu. A verdade.— Falo em tom acusatório, tendo a certeza de que há bem mais do que apenas uma blusa sem graça. Ela torce o nariz pra mim, olhando incrédula para o meu colo e bufa.
— Não me dê ordens! — Exclama, mudando rápido sua expressão. Sorrio, gostando de acabar com a tensão do ambiente. Ela pisa duro até onde estou, senta ao meu lado de cara fechada e quase deixo escapar outro sorriso. Viro para sua frente, ficando de lado no pequeno sofá.
— Não me olhe assim. — Diz.
— Assim?
Vira os olhos, virando para me encarar, adotando a mesma posição que eu.
— Como se eu fosse uma presa fácil.— Meu sorriso abre diante de suas palavras.
— Pare de enrolar, Amélia. Joga esse trem que está te reprimindo por dentro aqui pra fora de uma vez.
Ela cruza os braços, fazendo seus seios ficarem mais em evidência e deixo cair meu olhar, imaginando de que cor são os biquinhos. Porra, foco. Ela é filha do inimigo. Deveria ser carta fora do baralho. É a irmã caçula da sua ex mulher e por último, mas não menos importante, tem a porra de dezoito anos de idade.
— O que aconteceu? — Resolvo ir direto ao assunto e desviar meus olhos da tentação. Seu rosto se molda para uma carranca desgostosa, mas ainda me fita.
— Por favor, linda. Você veio até aqui por um motivo, não seja uma covarde.— Provoco, não resistindo e tocando os lábios rosados.
— Não sei porque vim até aqui. — Diz com a voz tremida. Continuo acariciando sua boca, gostando de ouvir os pequenos suspiros que ela tenta suprimir.
— Você sabe, bebê. Veio até aqui porque sabe que pode me falar qualquer coisa. Desço minha mão lentamente até alcançar sua cintura fina e aperto, marcando sua pele com meus dedos, a reivindicando como minha. Ela suspira, respirando pesado e rápido. Levo minha outra mão para sua perna, alisando sobre o jeans escuro da sua calça. — Vamos, linda. Me diga o que te atormenta.
A puxo para o meu colo em um ato, impedindo que ela tem qualquer chance de protestar. Suas mãos agarram meus ombros de imediato e ficamos rente a rente um com outro.
— O que está fazendo, Henrico?
— Ouvindo você. Agora, pare de me enrolar. — Desço minhas mãos para sua bunda redonda e a aperto, fazendo com que ela suba um pouco mais no meu colo e sente no meu cacete. Porra! Má ideia.
— Argh ...Seu babaca, tire suas mãos de cima de mim. — Reclama, se remexendo sem perceber que seus movimentos só pioram a situação.
A prendo sobre mim, impedindo que ela continue o rebolado.
— Pare de frescura, porra. Quem colocou as malditas lágrimas nos seus olhos, Amélia? — Rosno, uma mão para o seu queixo e a forço me encarar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: INDECENTE DESEJO
Ótimo romance. Intenso como Indecente desejo são excelentes. Parabéns à autora....
Você é excelente escritora, parabéns. Intenso desejo é excelente, dos melhores q li. Este também é muito bom. PARABÉNS....