INDECENTE DESEJO romance Capítulo 27

Seu rosto carrega uma expressão de luxúria, os grandes olhos escuros me incitam a ter pensamentos errados tamanha intensidade que me encaram. Fui parar em seu colo minutos atrás e não tive escapatória, revelei o que minha progenitora disse hoje mais cedo. O contei sobre a traição dela, mas sua reação ao contrário do que imaginei foi apaziguadora, saiu em defesa de Dona Anna Maria sem hesitar. Eu deveria está fugindo do seu toque, pulando para longe do seu corpo e pegar de volta alguma dignidade. Ele é a porra do ex marido da minha irmã, afinal. Porém, contrariando o que meu cérebro me ordena para fazer, movo minha mão para o seu rosto e desço lentamente para o dorso descoberto, encontrando a pele quente e macia.

Você é uma menina má.

Ele dissera.

Eu não concordo com isso, mas gosto de imaginar que posso ser uma se quiser.

Sempre cumpri as regras, embora eu não seja completamente santa e tenha cometido algumas transgressões ao longo da minha adolescência, no entanto, nunca fiz algo muito grave e que pudesse chocar os eleitores de papai. Sempre fiz isso por ela, minha progenitora. Quis mostrar ao mundo que apesar de todos os boatos Dona Anna Maria era uma verdadeira dama e podia criar uma excelente filha, mas o que eu recebi em troca?

Mentiras e mais mentiras.

Passei minha vida pisando em ovos, tomando cuidado com a maneira que me comportava em público, falar e até vestir. Fui moldada para ser a melhor entre as melhores, ninguém poderia questionar minha mãe sobre a minha educação. Eu falo inglês perfeitamente, fui a primeira da turma e terminei o ensino médio poucos meses antes de fazer os dezoito.

Nada.

Nada do que fiz foi o suficiente para impedir que ela me enganasse.

Foda-se, não me importo mais.

Eu vou viver a minha vida do meu jeito a partir desse momento. Sem pensar nas consequências.

— No que você está pensando? — O homem fala, analisando meu rosto minuciosamente.

Ofego, envolvida pelo seu olhar quente e sombrio.

Essa é a hora que eu deveria fugir, correr para longe do que quer que esteja acontecendo entre nós, mas sou incapaz de desviar o olhar.

Ele odeia meu pai.

Ele odeia minha família.

Céus, talvez ele até mesmo me odeie.

— Quero beijar você. — Confesso o que nem eu mesma pensava desejar, e de forma audaciosa e impulsiva envolvo minhas mãos envolta do seu pescoço, segurando sua nuca com uma das mãos e mergulhando a outra pelo seu cabelo escuro.

Ele parece surpreso e fica sem reação no primeiro momento, me olhando desconfiado antes de começar a gargalhar.

Fecho minha expressão e olho pra ele séria.

— Idiota.— Rosno, me colocando de pé, pronta pra deixar não só o quarto, mas sua fazenda também.

Ele me puxa de forma brusca de volta para seu colo antes que eu tenha a chance de dar um passo e caio de forma desajeitada.

— Não saia daqui! — Ordena, me encarando com um olhar quente como um inferno e sem perceber, gemo, sentindo seu aperto forte em minha cintura.

— Me monte, uma perna de cada lado, vamos. — Volta a falar, parecendo desesperado em seu tom de voz.

Engulo a seco, sentindo minha pele esquentar.

— Não. — Digo firme, ainda em seu colo.

Ele bufa e rosna ao mesmo tempo, não aparentando gostar da minha resposta. Minha respiração começa a oscilar.

— Não estou brincando, Amélia.

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