INDECENTE DESEJO romance Capítulo 35

Esfrego a palma sobre a pele atingida por seus tapas, massageando o local para refrear a ardência. Amélia não é tão baixa, mas ainda não consegue passar dos meus ombros em altura e nesse momento sou extremamente grato por ela não ter conseguido alcançar meu rosto de primeira. Essa garota tem a mão pesada pra caralho.

— Ai, porra! — Ranjo os dentes, sentindo o poder das suas mãos novamente.

— O que está fazendo aqui? — Esbraveja, me olhando com as grandes íris esverdeadas. Não escondendo a raiva que está sentindo. Seguro suas mãos e a impeço de me bater novamente.

— Chega, Amélia. — Rosno, prendendo seu olhar no meu e deixando claro que estou falando sério.

Cansei de apanhar.

— Vá embora, seu cretino. — Diz, puxando suas mãos do meu aperto e me empurrando para trás. Rosno, a puxando de volta pra mim, encostando seu corpo no meu.

— Precisamos conversar. — Digo próximo ao seu rosto. Observo sua pupila dilatada com a nossa aproximação, seus olhos lutando para não descer em meu dorso desnudo e sorrio, cínico, sabendo que a afeto tanto quanto ela faz comigo.

— Pra quê? Sou só mais uma peça no seu plano de vingança, já entendi, não precisa perder seu tempo aqui. Aperto meus lábios um no outro, irritado com a sua declaração, sabendo que ela tem razão.

— Não tire conclusões precipitadas, menina. — Rosno, diminuindo ainda mais o espaço entre nós, a apertando forte.

Ela bufa, se soltando do meu aperto.

— Não me chame de menina. — Aponta o dedo para meu rosto, furiosa. — Não me julgue como tola, Henrico. Eu sei muito bem que foi você que vazou aquelas fotos para a mídia. — Grita, fora de si.

Desvio meus olhos para a porta, receoso que seus gritos chamem atenção de alguém.

— Você não vai se defender? — Volta a gritar, me deixando atordoado com o tom amargo que está usando.

Dou um passo em sua direção, dividindo meu olhar entre seus olhos e a porta. Passo meus dedos entre meus cabelos molhados, sem saber o que de fato falar. Ela está certa, eu sou o culpado por sua mãe aparecer como traidora nos principais sites de fofoca, mas não posso admitir isso, porque não quero perdê-la.

Não posso.

A grande verdade é que eu estive perdido todo esse tempo, cego pela vingança e acreditei que a única coisa me movendo era a ideia de em breve ter Augusto Leal rastejando e pedindo piedade, fazer a família Leal sofrer e pagar era tudo o que eu desejava, mas agora. . . Droga, não consigo pensar na ideia de machucá-la.

— Vá embora! — Grita, usando um tom mais alto do que o anterior.

— Cacete, Amélia. Fala baixo, porra! — Olho novamente pra porta, sentindo que a qualquer momento alguém vai entrar e não terei chance de arrumar as coisas com ela.

Seus olhos estreitam em minha direção e ela corrige sua postura, se tornando mais rígida e distante.

— Vá embora. — Volta a falar, dessa vez usando um tom mais contido.

Uma sensação de perda invade meu peito quando encaro seus olhos indiferentes, minha garota mantém uma postura fria, endurecida e isso abala minha confiança.

— Amélia...— Digo, dando um passo na sua direção, mas ela se esquiva, se afastando ainda mais.

Suspiro, desviando meu caminho e indo direto para a porta, sinto seu olhar me acompanhando e a escuto arfar surpresa quando giro a chave e nos tranco ao invés de sair do quarto.

— O que você está fazendo? — Sussurra, baixo.

Viro meu rosto e a encaro por longos segundos em silêncio, desço meus olhos por sua figura e examino o vestido solto que veste, ele possui alças finas e é largo em seu corpo, não marcando nenhuma de suas curvas, mas a cor é a mesma dos seus olhos e isso faz da peça a mais bonita que a vi vestindo, ela também tem um moletom cobrindo o busto que segue até o quadril.

— Você está com fome? — Mudo a estratégia, indicando com a cabeça a sacola de guloseimas que trouxe da padaria. Ela aperta os olhos pra mim.

Coço a nuca, saindo de perto da porta e pegando a sacola com comida.

— Espero que sim, foi bem difícil escalar sua janela com uma mão ocupada. — Pego um pão doce e mordo, me sentando na cadeira onde a sacola estava.

Ela arqueia uma sobrancelha, parecendo impaciente, mas desvia o olhar para a sacola, curiosa.

— Eu não confio em você. — Esbraveja, apertando os lábios um no outro depois de passar a língua entre eles.

Rosno, sentindo meu corpo responder ao gesto inconsciente dela. Amélia não percebe, mas é uma provocadora natural.

Me levanto e avanço para ela, enlaçando sua cintura com a mão esquerda e puxando seu cabelo com a direita. Ela geme, afetada pela minha pegada bruta e sorrio, mordendo seu queixo e lambendo em seguida.

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