INDECENTE DESEJO romance Capítulo 39

— O que vai fazer com isso? — Encaro as fotos sobre a minha mesa, ignorando a pergunta do meu melhor amigo. O que eu vou fazer com isso, ele quer saber. Bem, eu estou fodido, porque não faço a mínima ideia.

— Você pode colocá-lo na cadeia e finalmente ter sua vingança. — Guilhermino pontua, demonstrando uma euforia que não me chega. Fecho os olhos, jogando minha cabeça para trás. Suspiro.

— Ela mexeu com você. — Afirma e abro os olhos, encarando os seus avaliadores. Xingo, voltando a encarar a papelada sobre a mesa. São fotos, alguns papéis com a assinatura do meu ex sogro e um vídeo. Juan, o Capitão, me ligou hoje cedo e disse que um dos seus homens de confiança deixou tudo o que eu precisava na minha casa, sobre a minha cama. Eu não precisei perguntar do que ele falava, pois sabia, Juan estava me entregando as provas que colocaria Augusto Leal na cadeia.

" Ele é um dos nossos. " Ele disse em tom risonho antes de desligar.

Deixei Amélia na cama ainda dormindo e saí da casa na surdina, me esgueirando pela janela e quase fui pego pelo idiota do marido da minha ex mulher, Pedro. O infeliz vinha chegando bem na hora que eu cruzava o portão principal e tive que me esconder novamente, minha vontade era ir até ele e deixá-lo ciente de que estou na área e não gosto nada dele perto da Amélia. A maneira como ele a olha... Bufo.

Não. Não gosto dos olhos dele em cima dela. Por Deus, eu não gosto daquele sujeito perto da minha garota de qualquer forma. Ela terá que aceitar isso e se manter distante do dito cujo.

— Pare de me olhar assim, caceta. — Reclamo, levantando da cadeira  para me servir um copo de uísque. Guilhermino bufa atrás de mim, demonstrando que já está impaciente.

— Não compreendo você, antes não calava a boca falando dessa vingança e de como faria os Leal pagar, mas agora, age como se isso. — Ergue uma das fotos e a balança na minha frente. — Não fosse nada. — Diz, cheio de indignação.

Tomo um gole da bebida, analisando friamente suas palavras. Ele está irritado devido ao meu comportamento indiferente, não estou demonstrando tanto empolgação para colocar o causador de toda a minha desgraça atrás das grades e ele não está conseguindo compreender minha mudança.

Bem, eu também não entendo.

Olho novamente para a foto que ele segura e a estudo, Augusto está apertando a mão de um traficante conhecido pela mídia, aliás, o homem não apareceu na tv apenas por tráfico, já assassinou de acordo com que foi divulgado umas 5 pessoas. Mas não adianta, na minha cabeça agora só aparece um par de olhar de cor esmeralda.

Eu não quero machucá-la, não mais. Por minha culpa sua mãe foi humilhada perante a sociedade, levar seu pai para julgamento é condená—la a ter um vida marcada.

QUE PORRA!

Arremesso o copo de vidro longe, ele bate na parede a minha frente e se parte em pedaços diferentes.

— Que droga, Henrico. Você quase abriu minha cabeça, seu bastardo! — Guilhermino rosna, passa os dedos pela testa e chegando o estrago que causei com o copo.

Dou de ombros, olhando na mesma direção que ele.

— O que há com você? — Pergunta, dessa vez, me dando seu olhar de preocupação. Abro a boca para falar qualquer merda, mas meu telefone me salva.

Franzo o cenho, encarando a tela do celular.

O que esse sujeitinho ainda quer? Eu o demiti.

Deslizo o botão para atender, intrigado para saber o que ele quer.

— Demiti você. — Rosno para que entenda que estou de mau humor.

— Quero mais dinheiro. — É a sua resposta e fecho a cara, revirando os olhos em seguida.

— É claro que quer. — Digo debochado, já afastando o celular para desligar.

— Assassinaram o homem, imagina o que farão comigo. — Sua voz sai amedrontada e isto prende a minha atenção.

Mataram?

Que homem?.

— Do que você está falando? — Pergunto.

Ele faz uma pausa e solta um suspiro dramático.

— O amante da mulher do governador, Ezequiel. O mesmo homem que estive vigiando nas últimas semanas. — Meus coração acelera e não posso conter minha surpresa.

— O quê? Quando? — Pergunto exaltado, voltando a me sentar na cadeira.

Guilhermino me olha alarmado.

— Ontem de madrugada, pouco mais de uma hora antes do nascer do sol. — Passo os dedospelos meus cabelos, sentindo o baque da notícia.

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