INDECENTE DESEJO romance Capítulo 42

Não posso imaginar outro motivo para uma pessoa se mudar pra esta cidade além de se esconder do mundo, Missouri é uma cidade do Texas e posso afirmar que "fim do mundo" é um nome mais adequado, apesar, da cidade ser ligeiramente charmosa, não aguento mais olhar para todos os cavalos, cabras, galinhas e porcos que Melissa cria. Embora, ela tenha sido muito mais que uma amiga nos últimos dias e seu filho é a coisa mais fofa. O que claro, me faz pensar no filho que minha irmã carrega no ventre, meu primeiro sobrinho e no quão difícil será ficar longe dele. Suspiro, olhando a interação da minha mais nova amiga com o marido. Ele é claramente mais velho, no entanto, este é o típico "coroa" bem apresentável. Muito bem, por sinal. Tipo, ele é quente. Bufo. O cara é praticamente um Deus grego de tão bonito. Alto, ombros largos e pele bronzeada, alguns cabelos brancos nas laterais do cabelo e os olhos de cor caramelo que me lembram o uísque favorito do meu pai. Porra, eles fazem um casal daqueles de capa de revista, chega a ser desleal andar do lado de ambos.

— Panquecas? — Lorenzo, o marido de Melissa pergunta e aceno com a cabeça, incapaz de não ter minha pele quente por sua atenção. Ele sorrir simpático e me serve duas de suas maravilhosas panquecas. O homem é um cozinheiro e é bom nisso.

— Obrigado. — Sussurro, me sentindo desconcertada só de olhar pra ele. Droga, não é como se eu estivesse fantasiando com o marido da minha amiga ou dando em cima do homem, mas não estou acostumada a ter diálogos com um cara desses. Me sinto uma invasora também, atrapalhando o café da manhã deles com minha expressão rabugenta.

— Você está bem? — Mel pergunta, se sentando na minha frente na mesa, se servindo de um suco de laranja. Aproveito para observá-la, os cabelos longos estão amarrados em rabo de cavalo no alto de sua cabeça, a deixando com uma aparência mais descolada, os olhos azuis estão destacados por uma leve sombra marrom e ela veste um vestido azul colado na parte do busto e solto na região da barriga e botas de cano alto sem salto, eu nunca perguntei sua idade, mas estou chutando algo como vinte e alguma coisa.

— Sim. Certeza que não estou atrapalhando? — Pergunto, ainda me sentindo incomodada por está na casa dela tão cedo.

Ela sorrir e nega com a cabeça.

— De maneira alguma, pra falar a verdade, sou eu quem deve te agradecer por ficar com o Vicenzo esta noite. — Diz, tomando um pedaço de sua própria panqueca. Lorenzo se senta ao lado dela, a olhando com uma expressão de adoração, ele lhe beija a bochecha e sussurra algo em seu ouvido que a faz morder os lábios e ficar vermelha, eles trocam um olhar que reconheço e voltam sua atenção para seus respectivos pratos.

Desvio meu olhar do casal antes de ser descoberta e me sinto, mais uma vez, intrusiva.

Nós comemos e ele sai para o bistrô que mantém na parte mais ativa da cidade, acontece que eles preferem uma casa no campo, onde podem manter todos os animais preferidos de Vincenzo e Mel possa atender todos os animais da região. Não posso negar que vê-los juntos me faz pensar em Henrico e questionar o motivo de não ter recebido nenhuma ligação ou mensagem. Eu posso até ter bloqueado a merda de todas as minhas redes sociais quando a notícia da minha viagem foi usado pela mídia como fuga e recebi uma enxurrada de perguntas de jornalistas e seguidores, apenas dei um tempo de tudo, usando como desculpa "meu estudo", já que esta foi a alegação que Augusto usou para a minha vinda aos Estados Unidos de forma tão repentina. Por sorte, ele conseguiu mais uma vez desviar toda a atenção da mídia e fazer com que o nome de mamãe fosse esquecido.

A morte de Ezequiel foi dado como mais uma tragédia causado pelas drogas, ele teve uma overdose logo após, segundo os jornais de fofoca, assassinar a prostituta que estava com ele, já que nenhuma outra pessoa foi vista no local.

Eu pensei em telefonar ou enviar mensagem para o Henrico, mas o orgulho não deixou. Isso só criaria mais problema também, prometi ao meu pai que ficaria longe do ex da minha irmã se mamãe ficasse segura, e, se ele quisesse de fato me encontrar, teria dado um jeito.

— Preciso ir. — Digo, observando a grande cabana não tão longe de onde estamos. Ela olha na mesma direção que estou olhando e solta um suspiro baixo.

— Como está sua mãe? — Pergunta, usando um tom verdadeiramente preocupado.

— Na mesma. — Digo, sentindo o peso das minhas próprias palavras.

Faz dois meses desde que chegamos e mamãe não tem melhorado, pelo contrário, cada dia ela se afunda mais em uma depressão e tenho ficado sem saber o que fazer.

— Eu não sei o que aconteceu com ela, Amélia. Porém, imagino que tenha sido algo grave como a perda de alguém querido e posso assegurar que conheço esse sentimento melhor do que ninguém, perdi muitas pessoas na minha vida para decorar a sensação, mas encontrei motivação para lutar em Lorenzo, mesmo sem saber ele me motivava a ser forte, amadureci antes do tempo e acabei encontrando um lugar par a dor, me fortalecendo dela. Ela só precisa da motivação certa, alguém para lhe servir de escada e apoio. Seja está pessoa para ela.— Suas palavras me comovem, ainda mais por seus olhos estarem inundados por lágrimas não derramadas, me fazendo pensar em tudo que ela teve de superar.

— Você quer que eu fique? — Pergunto, usando o mesmo tom que ela usou quando perguntou de mamãe.

Ela nega, levando o torço da mão para os olhos e enxugando as lágrimas que nem desceram.

— Não se preocupe, estou bem. Vá cuidar de sua mãe, vejo você mais tarde. — Assinto, incerta se devo deixá-la sozinha depois do seu desabafo e tomo o rumo de casa, torcendo para encontrar outro cenário quando bater no quarto de Dona Anna Maria.Contudo, não bato a sua porta, espero a noite chegar, depois o dia arraiar e quando finalmente se passam dois dias sem nem vê-la, chego ao meu limite.

— Levante-se dessa cama e viva! — Rosno, abrindo as cortinas e deixando a claridade entrar.

Encaro a expressão confusa no rosto de mamãe e sinto minha guria aumentar, seus olhos estão marcados por olheiras e seu cabelo parece não se relacionar com o pente um par de semanas.

— Feche as janelas! — Ordena, puxando as cobertas e se cobrindo por inteira.

— Não, não vou mais aceitar de encontrar assim. — Puxo o lençol de sobre seu corpo e o jogo no chão.

Ela se levanta com fúria nos olhos e o rosto torcido em desgosto.

— Escute aqui, mocinha. — Aponta o dedo para o meu rosto. — Sou sua mãe e exijo respeito, está me ouvindo? — Esbraveja.

Cruzo os braços, não desviando do seu olhar. Estou fazendo isso para o seu bem, embora pareça malcriação.

— Então, haja como tal e me escute. Sou sua filha e venho cuidando da senhora desde que chegamos, acreditei que sairia dessa após alguns dias de cama, mas já se passaram dois meses, mamãe. Dois fodidos meses e nada! — Exclamo, jogando as mãos pra cima, demonstrando toda a minha indignação.

Ela aperta os olhos e desiste de me encarar.

— Me deixe sozinha. — Pede e balanço a cabeça.

— Não.

— Amélia...

— Não, Dona Anna Maria. Não vou ficar vendo a senhora definhar aos poucos, estou aqui e exijo que lute e dê a volta por cima.

— Não estou definhando.

— Sim, a senhora está. Olhe para o seu estado. — Aponto para o espelho e ela encara seu próprio reflexo, se assustando com o que vê.

— Eu...

— Não precisa ser assim, eu... — Paro, tomando um pouco de ar e criando coragem. — Sei que não aceitei bem seu relacionamento com Ezequiel, como também estou ciente de que perdeu alguém importante e teve um pequeno pedaço seu destruído, não vou perguntar o que aconteceu naquela noite e não vou sequer citar o nome dele se preferir, mas não vou concordar que continue assim.

— Eu... Sinto muito. — Diz, começando a chorar feito criança. A abraço forte, chorando junto.

— Se você quiser se divorciar de papai, também vou compreender. — Digo, fungando baixo em seu pescoço. Ela me afasta e olho fundo em meus olhos, enxugando minhas lágrimas com a ponta de seus dedos e sorrir.

— Não precisa se preocupar com isso, querida. A partir de hoje cuidarei dos meus próprios problemas. Me desculpe por negligenciar meu papel por tanto tempo e causado seu sofrimento. — Beijo minha testa.

— Vamos superar tudo. — Digo, sorrindo para seu carinho nos meus cabelos.

— E nós vamos voltar também, só preciso de algum tempo.

— Nós vamos? — Pergunto eufórica, pensando imediatamente em olhos negros e mãos ásperas.

— Sim, eu só preciso me reorganizar. — Sorrio, assentindo com a cabeça.

Nós vamos voltar.

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