INDECENTE DESEJO romance Capítulo 51

Foi na madrugada de ontem que a verdade veio em forma de sonho, eu lembrei exatamente de tudo que aconteceu naquela noite desde o momento que sai de casa até a hora de ser preso. E, Puta que pariu. Eu tô furioso! Não consigo parar de reprisar as cenas na minha cabeça, cada vez que revivo o episódio uma raiva desmedida cresce dentro de mim.

— O que foi, alguém morreu? — Guilhermino chega assustado, olhando para todos os lados do escritório.

— Ainda não. Pegue a caminhonete, vamos sair. — Digo, virando o copo de uísque que eu mesmo tinha me servido minutos atrás.

Ele me olha desconfiado, perdido sobre minhas reações. O compreendo, eu estava quieto no café da manhã, mas eu estava pensando no que fazer e em como agir.

— Isso chegou pra você. — Me entrega um envelope marrom fechado.

— Quem deixou? — Pego o envelope e o inspeciono, percebendo que não existe nada além do meu primeiro nome escrito nele.

Junto as minhas sobrancelhas, achando tudo muito estranho e o encaro, esperando por uma resposta. Ele dá de ombros e vai direto para a parte onde guardo as bebidas.

— Minha vida se tornou uma novela mexicana desde que você saiu da cadeia, sério mesmo. Não exista um dia que não aconteça algo estranho nessa fazenda.

Escuto o que ele diz, mas não digo nada.

— Você não vai abrir? — Volta a falar, percebendo que ainda encaro o envelope concentrado.

— Tenho é medo dessas coisas. — Deixo escapar, soando como uma brincadeira, mas o negócio é sério.

Tenho medo.

Ele bufa, virando sua bebida de uma vez e toma o envelope da minha mão, rasgando o papel sem nenhuma dúvida.

— Eu que ia abrir essa porra! — Esbravejo, puxando o papel de volta para as minhas mãos.

— Você estava fazendo drama, nem sei o motivo. Você é mal humorado e ranzinza, gosta de praticidade.

Dou de ombros, sabendo com clareza o motivo de preferir brincar do que encarar a realidade.

— Eu lembrei da noite que fui preso. — Confesso, depositando o envelope sobre a mesa.

— Sério? — Afirmo com a cabeça.

Ele solta um suspiro longo, retirando o chapéu e coçando a cabeça.

— Vem chumbo grosso por aí, não vem? — Questiona, organizando o chapéu de volta em sua cabeça e mais uma afirmo sem usar palavras. — Conte—me tudo. — Diz, sentando na cadeira próxima a mim e adotando uma posição confortável no assento.

— Cara, eu me odeio por ter esquecido essa noite...— Balanço com a cabeça, cobrindo meu rosto com as mãos. — Me sinto tão idiota. — Deixo escapar e ele vem até mim, apertando meu ombro com sua mão.

— Você não é um idiota, Henrico. É forte e honrado assim como seus pais eram, não se preocupe com nada que vai me contar, nunca irei julgar você.

— Aurora não me ligou naquela noite, quero dizer, ela ligou, mas desligou sem falar nenhuma e conclui que o encontro com o pai dela não tivesse saído como planejado, então fui atrás. Eu não tinha a localização exata, mas não ia ficar esperando sentado.

— Eu não sabia disso. — Comenta, voltando a se sentar e o copio, sentando na cadeira a a sua frente.

— Então, eu saí naquela noite com um aperto no peito e achei que tinha ligação com Aurora, mas quando estava chegando na estrada principal encontrei com Augusto e ele estava precisando de ajuda, achei estranho Aurora não está junto dele, porém resolvi ajudar primeiro e fazer as perguntas depois.

— Você o ajudou a tirar o carro da lama. — Aponta e digo que sim com a cabeça.

— Nós conseguimos e eu voltei ao meu carro, meu intuito era continuar seguindo rumo a estrada, mas ele falou que Aurora o tinha deixado para voltar sozinha para a fazenda.

— Mas pela sua cara você não acreditou na história. — Diz, me olhando de forma atenta.

Sorrio sem humor, esfregando meu rosto com minhas mãos.

— Não, eu acreditei nele. Só que recentemente Aurora me confessou que tinha ido se encontrar com Pedro e não com Augusto.

— Puta merda. — Guilhermino deixa escapar, se levantando para se servir de outro copo de uísque.

— Também quero. — Falo e ele me serve.

— Essa história está ficando fodida, porque se ela estava com o tal Pedro, então as ações de Augusto foram premeditadas. Você acredita nela?

— Não sei, acho que sim. Ela me pareceu verdadeira quando confessou pra mim.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: INDECENTE DESEJO