Enrico sorriu consigo mesmo ao ver Raoul subir as escadas atordoado. Ele não se arrependia de ter lhe oferecido o vinho batizado por ele, afinal o que mais desejava era vê-lo menos irônico, orgulhoso e frio.
***
Emma despertou por causa do barulho do celular de Raoul. Ficou de olhos fechados tentando entender de onde vinha a dor que sentia. O seu corpo formigava, a sua cabeça latejava e por algum motivo sentia-se desnuda. Imaginou estar sonhando, mas ao abrir os olhos e olhar em volta percebeu estar no quarto sem conseguir lembrar-se, direito, da noite anterior. Ajeitou a coberta levantando-a ate os ombros estranhando. Olhou por de baixo da coberta e um olhar de terror passou pelo seu rosto. Lentamente virou-se, com medo do que veria, e se deparou com Raoul deitado de bruços ao seu lado, sem roupa.
O som não saiu de sua garganta. Ela ficou parada sem reação olhando para o homem ao seu lado tentando lembrar-se de algo, entretanto o que vinha a sua mente eram apenas imagens desconexas.
–O que.. Eu fiz? – se perguntou abalada. A sua vontade era de fugir do quarto, mas sabia que a resposta para as suas perguntas viriam de Raoul. Sentou-se na cama acanhada levando as pernas ate o seu peito, abraçando-as. Naquele momento, ela desejava, ardentemente, que nada tivesse acontecido.
Raoul remexeu-se na cama antes de colocar o braço em cima do rosto. Abriu os olhos, lentamente. Sentiu que algo estava errado e ao olhar para o lado teve a certeza disso. Olhou para o semblante da jovem sentada ao seu lado e em seguida para o seu estado.
–Droga – murmurou antes de engolir em seco. Ergue-se na cama tentando não encará-la – se lembra de alguma coisa?
–Não – meneou a cabeça pensativa – e.. você?
–Muito pouco – falou sério. Ele sabia o que havia acontecido. Não precisaria ser um gênio para descobrir que ele havia ido para a cama com sua, jovem, esposa. Uma garota de apenas de 16 anos de idade.
O silencio impregnava o quarto onde outrora havia tido paixão. A mente de Raoul trabalhava rapidamente a fim de entender o que havia acontecido com eles. Não demorou muito para entender.
–Enrico.. Ele te deu algo? – perguntou abruptamente encarando-a com os olhos demonstrando fúria.
–S.. Si... Sim. Uma taça de vinho – sussurrou temerosa – porque?
–AQUELE DESGRAÇADO – gritou enfurecido. Não precisou pensar muito para entender que aquilo tudo havia sido obra dele como uma brincadeira. Afastou o lençol do seu corpo sem importa-se com a nudez. Ignorou o grito de susto vindo de Emma, andou ate o banheiro onde olhou para o seu estado no espelho. Viu suas olheiras e alguns arranhões em suas costas. – Não há mais duvidas – murmurou pesaroso. Tomou uma ducha rápido, vestiu o roupão e ao retornar ao quarto a encontrou na mesma posição – Ficar depressiva não vai ajudar em nada. Não espere que eu me desculpe, pois não tive culpa. – observou Emma assentir em silencio e sem paciência falou – arrume-se. Irei levá-la em um hospital. Não vamos deixar que este erro se prolongue. – abriu o guarda-roupa, vestiu uma calça jeans, uma blusa branca saindo do quarto em seguida.
Emma sentia vontade de chorar só tinha duvida pelo motivo. Não sabia se era por ter perdido a sua virgindade com alguém que não amava ou por não se lembrar ou ate mesmo pelo modo como ele estava a tratando.
–Espero que esse ano passe rápido – pediu ao fechar os olhos com força. Entretanto a imagem que veio a sua mente foi a de Raoul sentado no sofá, sozinho.
Raoul procurou por todos os quartos por Enrico, quando já estava desistindo o avistou sorrindo no jardim. Não se importou em sua família estar reunida ao lado dele, avançou em sua direção. O pegou pelo colarinho da camisa, erguendo-o.
–Seu DESGRAÇADO. Como se atreveu a fazer isso? – gritou antes de bater em seu rosto. Voltando a segurar-lhe pelo colarinho.
–Ora, eu disse que lhe daria um presente de casamento – brincou sentindo, um pouco de, medo. Aquela era a primeira vez que via Raoul tão descontrolado.
–Por sua culpa... Por sua causa, sabes a consequência dessa brincadeira sem sentido?
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