A semana passou rapidamente e logo a sexta-feira deu o ar da graça. Os alunos do colégio estavam animados com o final de semana e com a viagem escolar que estava próxima. Emma encontrava-se sentada embaixo de uma arvore no pátio, olhando para o celular que Raoul havia lhe dado, pensativa.
–Emma – uma voz a chamou, despertando-a de seus devaneios.
–Rupert – o saudou sorridente – como está?
–Bem – disse sentando-se ao lado dela no banco. Olhou em volta e sorriu ao perceber que estavam sozinhos – desde aquele dia não nos falamos, não é? – ela assentiu com a cabeça baixa envergonha pelo seu comportamento da outra vez – Eu... Queria saber se fará algo este final de semana?
–Não – negou pensativa – por quê?
–Ganhei ingressos para um filme e imaginei se gostaria de ir comigo.
Emma o encarou sem reação. Ela havia sonhado inúmeras vezes com aquele momento, mas algo não se encaixava. Tentou sorrir e assentiu por fim.
–Ótimo – falou alegre – podemos nos encontrar as três da tarde em frente a Fontana di Trevi, tudo bem?
–Certo – concordou sem muito entusiasmo, apertou com força o celular em suas mãos ao ver o olhar de Rupert.
–Oh vejo que comprou um aparelho.
–Foi um presente na verdade – ao perceber o que havia dito levou a mão aos lábios – foi Raoul... digo, meu tio que me deu.
–Ele tem um bom gosto – murmurou olhando para o celular – a relação de vocês parece ser bem próxima, não é?
–Um pouco – murmurou.
–Eu os vi no cinema outro dia – confidenciou observando a reação dela. Emma sorriu sem graça ficando nervosa como se tivesse cometido algum crime – vocês pareciam namorados – comentou sorrindo de seu pensamento.
–Namorados? – repetiu nervosa colocando a mecha de seu cabelo para atrás da orelha – como pode imaginar isso? – perguntou sorrindo nervosamente. – “Estou agindo como uma criminosa. Patético” pensou angustiada.
–Realmente não tem cabimento – falou levantando-se – vou colocar o meu numero no seu celular e pode me ligar se acontecer alguma coisa se não puder ir amanhã – pegou o aparelho das mãos de Emma, colocou o seu numero na agenda e estranhou que o único contato dela fosse Raoul, o seu tio. – Vou indo, ate amanhã.
Emma suspirou aliviada ao ver Rupert se afastar, mas indagava-se sobre o seu comportamento. Ela sabia que não havia feito nada demais, nada que fosse considerado um erro, mas o seu comportamento dizia o inverso.
–O que há comigo afinal? Não posso sustentar uma vida dupla? – se perguntou.
***
Raoul sorriu diante de um comentário do executivo a sua frente. Ele encontrava-se em um restaurante de luxo almoçando com três homens e duas mulheres, todos executivos do mais alto escalão.
–Devo parabenizar o senhor por ter conseguido a empresa após a morte da sua avó – um homem com sorriso débil disse olhando para Raoul – deve ser muito bom ser tão jovem e dono de um império desses.
–Não estou fazendo nada que eu não fizesse antes – tornou sério – alem do mais o único capacitado para esta função era eu na família. Foi uma escolha natural.
–Oh. Aposto que muitas mulheres estão atrás do senhor – uma ruiva comentou sorridente. Ela possuía olhos verdes, corpo bem harmônico e um belo sorriso – ouvi dizer que antes do anuncio já era considerado um partido excelente imagine como deve estas agora.
Raoul levou a taça de vinho aos lábios antes de sorrir para a mulher a sua frente. Não era preciso ser um gênio para perceber que ela estava dando em cima dele descaradamente.
“Vania Spoletto, uma das maiores acionistas de uma empresa de cosméticos. Sucedida, bonita, elegante. Ótima para se ter um caso” pensou.
–As mulheres sempre irão correr atrás de um homem com dinheiro não importando a sua beleza ou status.
–Então isso não lhe atinge?
–Se eu dissesse que desgosto, seria um tremendo mentiroso – disse sorrindo. Vania sorriu abertamente. Olhou para ele com desejo nos olhos e desejou, ardentemente, que no fim do almoço eles saíssem juntos dali.
***
–Obrigada pela carona. Esses carros de hoje em dia vivem dando problema – Vania disse ao colocar o cinto de segurança. Ela não conseguia esconder o sorriso ao olhar de soslaio para Raoul, o qual mantinha-se impassível. Aquela não era a primeira vez que usavam um truque tão velho com ele e não seria a ultima. – espero que não se incomode em estar indo na direção oposta ao seu trabalho.
–Não tem problema – olhou para ela sorrindo – tenho certeza que a viagem será muito bem recompensada em nosso jantar.
–Jantar?
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