No saguão do edifício, um casal continuava se beijando, inerentes ao que acontecia a sua volta. Um homem olhava tudo distante com o olhar perdido. Enzo, suspirou ao dar as costas e seguir de volta para a saída. Ele havia ido buscar Emma em seu trabalho e quando soube que ela havia ido embora, foi atrás dela e assim que entrou no edifico deparou-se com ela beijando Raoul de forma apaixonada. Em seu intimo, sabia que não deveria ter esperanças, entretanto era inevitável.
–Não é uma surpresa – murmurou para si mesmo ao ir embora cabisbaixo.
Emma olhou para os olhos de Raoul e vislumbrou serenidade. Sorriu para ele, singelamente, ao sentir as mãos dele em seu rosto.
–Suas ações são confusas – ela murmurou ao fechar os olhos para sentir melhor o seu toque – sinto que quer me afastar de ti ao mesmo tempo em que deseja que eu fique mais próxima. Qual é o seu desejo?
Raoul continuou acariciando o rosto dela, apesar de seu cérebro mandar se afastar. A olhou e ao escutar sua pergunta, teve ímpeto de contar a verdade, entretanto percebeu que aquilo poderia ser o seu fim.
–Meu desejo... é apenas conseguir o que eu quero – disse enigmático ao sorrir. Emma o encarou sem conseguir compreender a extensão das palavras dele. – É melhor irmos – falou ao olhar para o elevador a sua frente. Apertou o botão, passou a mão pela cintura dela e esperou, impaciente, que ele chegasse. Entraram em silencio e ao abrir a porta do apartamento, Raoul virou-se e olhou no fundo dos olhos de Emma. Aproximou os seus lábios dos dela, e a beijou rapidamente – é melhor ir para o seu quarto. Tem aula amanhã.
Ela apenas o olhou desconcertada. Assentiu com a cabeça e foi em direção ao seu quarto com o coração acelerado.
Raoul mantinha em sua face, uma expressão séria. Seus pensamentos encontravam-se confusos e ambíguos.
***
O colégio encontrava-se tumultuado quando Emma chegou. Avistou sua amiga, Caroline, sorrindo ao conversar com algumas pessoas e ao se aproximar gelou ao ver Rupert. Ela ainda não conseguia acreditar no que havia escutado dele na festa. Desejava acreditar que tudo não passava de um engano, mas tinha medo de falar com ele e descobrir que não. Já estava virando-se de costas quando escutou Caroline a chamar, com um sorriso sem graça no rosto foi ate ela.
–Ate que enfim chegou – Caroline disse entusiasmada quando Emma parou ao seu lado – estamos aqui discutindo como será a nossa formatura do primeiro ano. Que tipo de festa você acha que faria mais sucesso: grandes tesouros mundiais, anos 80 ou realeza?
Todos que estavam envolta de Caroline ficaram encarando Emma a espera de sua resposta.
–Acho que... realeza seria interessante – falou tímida.
–Pronto.. Faremos isso – Caroline decretou entusiasmada – vamos reunir o restante do grupo organizador e dar forma a isso. – os garotos assentiram e se afastaram animados comentando entre as ideias que tiveram – Organizar essas festas é bem cansativo – comentou ao sorrir para Emma – e então como foi a sua sexta?
–Carol... Não foi como imaginei – confessou com um sorriso triste na face – acho que... Rupert estava apostando sair comigo ou algo similar.
–Como? Porque acha isso? Aquele ruivo nem teria como ter uma ideia dessas. Convenhamos, ele é bonzinho com todo mundo.
–Eu.. Ele me levou a uma festa e escutei a conversa dele com alguns amigos... Perguntando se iria me levar pro quarto do amigo dele.
Caroline a olhou sem saber o que dizer. Ficou em silencio durante alguns instante e por fim, colocou a mão sobre o ombro dela.
–Ele é um idiota e alem do mais... Já tens um marido lindo, não precisa de mais nada – tentou minimizar o clima com o comentário e acabou fazendo-a rir, um pouco.
–Talvez esteja certa – murmurou com as faces avermelhadas – e.. Acho que.. Essa convivência... Esta ficando um pouco estranha.
–COMO? – gritou pasma. Levou a mão aos lábios e sorriu ao ver alguns estudantes olharem para elas – espere, me conte tudo.
–Não é muita coisa apenas... Ele está me beijando com muita frequência, mas o seu jeito me deixa confusa. Não sei o que pensar disso tudo.
–Hum, ele não diz nada? O seu jeito mudou?
–Não muito – disse pensativa, pois apesar de seu jeito gentil, ele continuava frio com ela.
–Bem... então...Não sei Emma – murmurou pensativa – talvez o melhor seja sair daquela casa.
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